[Cisl-comunidade] Digest Cisl-comunidade, volume 33, assunto 14

Hugo Do Nascimento hadn em inf.ufg.br
Sexta Março 27 20:04:21 BRT 2015


Pessoal,

conheço o sistema SIG da UFRN pois estamos implantando ele aqui na UFG. Na
verdade, são vários sistemas de grande porte e que não são de licença
livre, mas sim de código aberto para quem faz a parceria com eles. O
sistemas foram desenvolvidos pela própria UFRN, através de um projeto de
inovação tecnológica que demandou dezenas de milhares de horas de análise
de requisitos, design, programação, teste e documentação. Hoje, os sistemas
passam por contínuas atualizações diárias visando melhoria, ampliação e
correção de falhas (quando detectadas).

É praticamente impossível implantar os sistemas SIG (feitos com foco
inicial na UFRN) em outra instituição, sem gastar mais algumas milhares de
horas de treinamento, parametrização e "customização" do mesmo. No entanto,
esse processo é várias ordens de grandeza mais simples e econômico do que
tentar redesenvolver o SIG do zero inhouse ou contratar uma empresa para
oferecer algo similar (o que custaria dezenas milhões de reais e ainda
deixaria uma bomba relógio na mão da instituição para manter tudo ou com
dependência tecnológica do fornecedor). Então é economicamente viável fazer
uma parceria com a UFRN para ter treinamento da equipe de TI sobre as
regras de negócio e sobre a tecnologia dos sistemas e implantar o SIG
(integral ou parcialmente, de acordo com a necessidade). Na parceria, a
instituição interessada repassa recursos para a UFRN que os usa para
prestar os serviços para a primeira e para reinvestir na melhoria do SIG.
Os códigos fontes são cedidos para a instituição interessada, que pode
modificá-los e implantá-los como desejar. Também é montando na UFRN um
repositório de software especifico para a instituição, como um branch da
estrutura dos sistemas principais, o que permite obter da UFRN novas
atualizações feitas no ramo raiz e vice-versa durante o período do
convênio. No entanto, o mais interessante é que a parceria gera um canal de
comunicação de mão dupla que reforça o desenvolvimento contínuo do SIG.
Para alguns órgãos públicos envolvidos no processo, isso inclusive evoluiu
para uma rede de cooperação, na qual as instituições interessadas priorizam
em conjunto o que gostariam que fosse desenvolvido ou ampliado no SIG pela
UFRN. Em outras situações, o fato de estarem utilizando uma plataforma
única de sistemas de informação tem permitido agora que as instituições
parceiras desenvolvam novos módulos para o SIG e troquem diretamente
informações e códigos entre si.

Esse modelo, contudo, até alguns anos, previa que a instituição interessada
tivesse uma equipe de TI forte (com uma quantidade mínima de funcionários e
bons conhecimentos em programação para Web com Java) e com tempo disponível
para absorver os conhecimentos e os sistemas e implantar os mesmos.
Percebendo que esse não era o caso de várias instituições interessadas, foi
que alguns ex-membros do projeto inicial de desenvolvimento do SIG
visualizaram um nicho de negócio e incubaram uma empresa para prestar os
serviços de customização, manutenção e apoio à implantação dos sistemas.
Então, quem não tem nem mesmo pessoal de TI suficiente ou capacitado para
implantar o SIG pode optar por contratar esse tipo de serviço. Hoje mais de
uma empresa está habilita a prestar tais serviços.

Bom, é isso. Espero que eu tenha esclarecido um pouco.

Abraços
Hugo






----
Professor Associado
Instituto de Informática - UFG
Web: http://www.inf.ufg.br/~hadn
Email: hadn em inf.ufg.br
Fone: +55 62 3521-1181
Voip RNP: 1131-2384 (Central: +55 62 3501-9203)

Em 27 de março de 2015 13:28, Vinícius Alves Hax <viniciushax em gmail.com>
escreveu:

> Oi Nelson, recebo a sua mensagem com preocupação visto que atualmente
> estamos em implantação do SUAP, também do IFRN.
>
> Vou usar a sua mensagem para gerar uma discussão interna na
> instituição. Mas acho importante essa discussão também a nível
> nacional.
>
> Inclusive eu sempre me perguntei e sempre que possível levantei o
> questionamento: os softwares desenvolvidos por servidores públicos
> (pagos portanto com dinheiro dos contribuintes) não deveriam ser
> também, via de regra, públicos e livres?
>
> Quantos sistemas equivalentes não estão sendo desenvolvidos Brasil
> afora gerando claro desperdício de recursos? Hoje em dia com banda
> larga e ferramentas como git não existem mais impedimentos
> tecnológicos para que isso aconteça.
>
> Abraços.
>
> Vinícius Alves Hax
> Analista de TI
> DTI/Reitoria/IFSul
>
>
>
> 2015-03-27 12:00 GMT-03:00  <
> cisl-comunidade-request em listas.softwarelivre.org>:
> > Send Cisl-comunidade mailing list submissions to
> >         cisl-comunidade em listas.softwarelivre.org
> >
> > To subscribe or unsubscribe via the World Wide Web, visit
> >
> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/cisl-comunidade
> >
> > or, via email, send a message with subject or body 'help' to
> >         cisl-comunidade-request em listas.softwarelivre.org
> >
> > You can reach the person managing the list at
> >         cisl-comunidade-owner em listas.softwarelivre.org
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> > Message: 1
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> > From: Nelson Pretto <nelson em pretto.info>
> > To: CISL - Comunidade Sof Livre
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> > Subject: [Cisl-comunidade] ufrn + sigaa + sucupira
> > Message-ID:
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> TFqRz1K2WZtT7hBz7vb5tse3MzyVTQfQ49qKuyw em mail.gmail.com>
> > Content-Type: text/plain; charset="utf-8"
> >
> > Meus caros e minhas caras,
> >
> > tenho já um tempo que quero trazer para esta lista uma questão que
> > considero da maior importância e nunca consegui tempo para o relato
> inicial.
> > Agora vai, desculpem ser meio longo:
> >
> > Tenho conversado com algumas pessoas que não compreendem o que foi feito
> > com o SIGAA (sistema de gestão acadêmica que é usado em muitas
> > universidades e que, pelo que tenho noticias, é muito criticado tb). Ele
> > foi desenvolvido pela UFRN e depois foi "privatizado"...
> > vejam:
> > "UFRN privatiza difusão do SIGAA" (?)
> > http://listas.ufrn.br/pipermail/ciranda/2013-April/026435.html
> >
> > Terminei sabendo que na verdade isso foi um processo de incubação de uma
> > empresa na UFRN em um Núcleo que parece se chamar INOVA (já visitei o
> > prédio deles durante um evento em Natal no ano passado)
> >
> > Estava invocado com a situação e *futuquei* a internet e terminei achando
> > este video que mais me preocupou
> > https://www.youtube.com/watch?v=thWPkRcR3VU
> >
> > Voltando de um evento em Natal (ano passado), encontrei uma assessora de
> > nossa universidade (UFBA) no voo que me conta estar em um reunião com
> > vários órgãos do Governo (Min Justiça, Policia Federal, Planejamento, não
> > lembro mais) que estavam em Natal reunidos para fazer uma ação de uso em
> > toda a administração federal dos sistemas desenvolvidos pela UFRN, como o
> > SIGAA.
> >
> > Depois, veio a Plataforma Sucupira (CAPES), desenvolvida pela mesma UFRN.
> > Fiquei curioso e queria saber por quem. O site da Sucupira e da CAPES não
> > informam nada, não tem informação nenhuma sobre isso (quem faz, quanto
> > custa, que tipo de convenio foi feito, se é software livre, se o código
> > está liberado, se está no portal Soft Público, nada!)
> >
> > Fiquei encucado com o caso e fiz a consulta no Portal da Transparência,
> > pedindo explicações à CAPES.
> > Redigi mal a minha consulta para eles, que me responderem assim, de forma
> > nada clara (mas eu perguntei muito mal!):
> > "Prezado Prof. Nelson,
> >
> > O desenvolvimento e a implantação da Plataforma Sucupira ocorreu por meio
> > de cooperação entre a Capes e a Universidade Federal do Rio Grande do
> Norte
> > - UFRN.
> >
> > O prazo para interposição de recurso a esta resposta é de 10 dias.
> >
> > Atenciosamente,
> > SIC/Capes"
> > .
> > Ou seja, não me disseram o que eu queria saber.
> >
> > Enfim, coloco aqui na lista para saber se vcs acompanham isso, como é
> esse
> > negócio de uma universidade "privatizar" um produto seu, sair vendo ele
> > (dizem que por um fortuna) para outras universidades públicas (e
> Institutos
> > Federais tb).
> >
> > Se a plataforma sucupira é desenvolvida em software livre, se o código
> está
> > disponível etc e tal.
> >
> > Enfim... alguém sabe de algo?
> >
> >
> >
> >
> >
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