[Flisol-br] FLISOL 2016 #semUbuntu

anahuac em anahuac.eu anahuac em anahuac.eu
Quarta Fevereiro 3 18:26:15 BRST 2016


Olá Cristiano, 

> Os riscos do uso do software proprietário começam nas BIOS e firmwares embutidos
> em HardDisks que podem conter e segundo varias empresas de antivírus contem
> código malicioso, vírus, spywares da NSA. Então toda preocupação de usar SL por
> causa da invasão a privacidade, vai pro beleléu... Aos que fazem questão de
> tentar o máximo possível garantir sua privacidade é recomendado aprender a
> programador em "C" pois apenas saber compilador usando o GCC não basta pois que
> adianta compilar algo se se quer entende o que o fonte de fato faz?
Sensacional, eu não poderia concordar mais. 
Você costuma dizer isso para TODOS os participantes do FLISOL? 

Acho um alerta fundamental! 
Não tem relação nenhuma com o que estamos discutindo, mas é legal! 

> Na minha pequena experiência com inclusão digital / metareciclagem, jamais
> deixaria de reproveitar um PC antigo para montar em telecentro e atender
> comunidades carentes, pelo fato de uma distrito 100% não funcionar
> completamente. Coloco a distrito que possa aproveitar melhor o hardware
> disponível ... abraços.
Ótimo. Essa é sua forma de abordar o seu trabalho voluntário, mas o que isso tem haver com o FLISOL? 

> Em 03/02/2016 17:06, "Cristiano Costa Maia" < cristiano em biglinux.com.br >
> escreveu:

>> PT=PSDB = Foro de São Paulo
>> Em 03/02/2016 16:49, < anahuac em anahuac.eu > escreveu:

>>> Olá Cristiano,

>>>> Claro que devemos avisar ao proprietário, "fulano preciso instalar um software
>>>> não livre, o sr quer? Ou prefere que o computador não funcione? "
>>> É que se disser isso assim, você está influenciando ele da forma errada.
>>> use seu poder de argumentação e mostre que existem soluções muito mais legais do
>>> que instalar software não livre.

>>>> O proprietário consciente do seu papel social perante a comunidade MAV rs. Diz:
>>>> "não senhor, não vai instalar software não livre, prefiro que meu computador
>>>> não funcione..." risos
>>> Eu não sei o que é MAV, mas acho que um usuário conscientizado se preocupará com
>>> isso na próxima compra.

>>> Então aqui há duas formas de influenciar o usuário novato: mostrando a ele que
>>> não há nenhum problema em instalar software não livre, afinal se ele não fizer
>>> o hardware não vai funcionar... ou explicar a gravidade disso e deixá-lo bem
>>> atento às suas próximas compras para que ele evite cair nessa armadilha mais
>>> uma vez.

>>>> Em 03/02/2016 16:27, "Daniel Lenharo" < daniel em lenharo.eti.br > escreveu:

>>>>> Por isso um evento como o FLISOL. Para auxiliar estas pessoas.

>>>>> Se fosse para ele se virar sozinho, ele faria em casa.

>>>>> Hoje nenhuma das principais marcas vendidas no Brasil você perderá garantia por
>>>>> abrir a tampa.

>>>>> Você tem razão que a realidade de uns não reflete a realidade de outros.. porém,
>>>>> o conceito de Software Livre não muda. Então, realizar um evento coerente e
>>>>> dentro dos principios ideológicos é o mínimo que se espera.

>>>>> Se for o caso de ter que instalar algum software não-livre para que o
>>>>> equipamento funcione (digamos que a placa do modem), o ideal é que antes de se
>>>>> instalar, explique para o proprietário do equipamento qual o impacto que isto
>>>>> terá, que ele não terá mais um sistema completamente livre. E deixar a decisão
>>>>> de instalar ou não o tal firmware com o proprietário.

>>>>> sds

>>>>> ----- On Feb 3, 2016, at 5:20 PM, Cristiano Costa Maia cristiano em biglinux.com.br
>>>>> wrote:

>>>>> > Para quem nao sabe O HARDWARE parte física precisa de UM SOFTWARE para
>>>>> > funcionar... Falar besteira do tipo festival de remoção de software
>>>>> > proprietário... Ou mandar a pessoa comprar outro computador por causa do
>>>>> > driver da placa wifi. Sim pois muitas pessoas compram notebooks e eles já
>>>>> > vem com a placa e não pode ser escolhida... A simples abertura da tampa
>>>>> > para substituí-la pode implicar na perda de garantia. Fora o fato de que
>>>>> > não se adquire essas placas no bar da esquina. Principalmente em regiões
>>>>> > afastadas no Nordeste Brasileiro. Onde muitas vezes ainda tem gente que usa
>>>>> > PC e se conecta por linha discada e com modems que só funcionam com drivers
>>>>> > proprietários ... Brasil é continental e a realidade de uns não reflete a
>>>>> > realidade de outros.
>>>>> > Em 03/02/2016 16:10, < anahuac em anahuac.eu > escreveu:


>>>>> >> Olá Cristiano,

>>>>> >> ------------------------------

>>>>> >> Quando se leva ao pe-da-letra não instalar nada que não seja softlivre,
>>>>> >> caimos na seguinte armadilha.

>>>>> >> 1) A própria BIOS do computador NÃO é softlivre. Devemos então desliga-lo
>>>>> >> e parar por ai mesmo.

>>>>> >> Não companheiro, a BIOS vem instalada pelo fabricante. O FLISOL não é o
>>>>> >> Festival de remoção de software não livre.
>>>>> >> Tanto é verdade que se alguém for com seu Windows para instalar softwares
>>>>> >> livres sobre esse sistema operacional, devemos fazê-lo, certo?

>>>>> >> 2) Diversos dispositivos tem internamente seu firmware que é basicamente
>>>>> >> software proprietário. A exemplo do HardDisk.

>>>>> >> Verdade. A justificativa acima também se aplica aqui. Achei que este era o
>>>>> >> movimento do Software Livre e não do Hardware livre :-)

>>>>> >> 3) Determinadas placas mãe só funcionam correctamente usando drivers
>>>>> >> proprietários.

>>>>> >> Verdade. A justificativa acima também se aplica aqui. Achei que este era o
>>>>> >> movimento do Software Livre e não do Hardware livre :-)

>>>>> >> 4) Poucas distros são formadas de apenas Softlivre e dificilmente rodam em
>>>>> >> computadores disponíveis no mercado Brasileiro.

>>>>> >> Isso é um exagero seu. A distribuição GNU Trisquel funciona em TODOS os
>>>>> >> computadores disponíveis no Brasil.
>>>>> >> Na verdade o único problema realmente impeditivo, que não funciona na
>>>>> >> maioria das vezes, é a placa wifi.
>>>>> >> E sabemos tanto disso que sugerimos a sua troca por um modelo que funcione
>>>>> >> com drivers livres.
>>>>> >> Aqui eu explico isso: http://www.anahuac.eu/sua-liberdade-por-r-2000/

>>>>> >> 5) Existem aplicações mesmo para Linux que são proprietárias e
>>>>> >> interessantes.

>>>>> >> Verdade, mas isso não tem nada haver com FLISOL. No FLISOL não importa o
>>>>> >> quanto uma aplicação é interessante. Se for não livre, não deve ser
>>>>> >> instalada.

>>>>> >> 6) ... não vou nem citar o kernel Linux rsrs

>>>>> >> Verdade! Por isso mesmo.... linux-libre :-)

>>>>> >> E por ai vai.

>>>>> >> Vai e fica por lá.....

>>>>> >> Em 02/02/2016 22:45, < anahuac em anahuac.eu > escreveu:


>>>>> >>> FLISOL 2016 #semUbuntu

>>>>> >>> Este é o segundo ano da campanha. E deveremos persistir até que haja uma
>>>>> >>> reação contundente dos voluntários heróis que fazem do FLISOL o maior
>>>>> >>> evento de Software Livre do mundo. Ano passado muitas cidades aderiram ao
>>>>> >>> #semUbuntu e foi histórico, mas temos que melhor ainda mais.

>>>>> >>> Não há como sermos mais explícitos: por favor organizadores e voluntários
>>>>> >>> do FLISOL, não instalem Ubuntu.
>>>>> >>> O Festival Latino-americano de Instalação de Software Livre (FLISOL), é
>>>>> >>> um evento realizado desde 2005 e que acontece simultaneamente em várias
>>>>> >>> cidades da América Latina com intuito de difundir o software livre por meio
>>>>> >>> da instalação de sistemas operacionais e aplicativos livres. Porém nas
>>>>> >>> últimas edições, a maioria dos voluntários passou a instalar o Ubuntu nos
>>>>> >>> notebooks e computadores dos visitantes, com a melhor das intenções.

>>>>> >>> O problema é que Ubuntu não é software livre faz muito tempo! Seja pela
>>>>> >>> quantidade de código não livre embutido nele, seja pela sua postura
>>>>> >>> eminentemente comercial, seja pelo seu absoluto desrespeito pelos
>>>>> >>> princípios éticos e filosóficos do movimento do software livre.
>>>>> >>> Em nossa humilde opinião, os voluntários do FLISOL acham que estão
>>>>> >>> fazendo o bem, porém estão confundindo modelo de desenvolvimento de código
>>>>> >>> fonte aberto (definido pela Open Source Initiative) com o movimento
>>>>> >>> filosófico do software livre (definido pela Free Software Foundation),
>>>>> >>> estão difundindo mais software não livre que qualquer outra coisa.

>>>>> >>> Porque a implicância com o Ubuntu?

>>>>> >>> O projeto Ubuntu distribui vários dados funcionais não livres (não
>>>>> >>> somente software não livre), além de distribuírem vários dados não
>>>>> >>> funcionais não redistribuíveis (que não podem ser nem compartilhados, nem
>>>>> >>> vendidos). Além disso, Ubuntu foi a única distribuição GNU/Linux que
>>>>> >>> instalou, a partir de outubro de 2012, software malicioso para coletar
>>>>> >>> dados de seus usuários, sem dizer nada a ninguém. Isso é antiético, imoral
>>>>> >>> e vai de encontro a todos os princípios do Software Livre. Só isso deveria
>>>>> >>> bastar, mas a Canonical deixou claro em sua defesa sobre o spyware que
>>>>> >>> instalou secretamente, que ações desse tipo são normais no mundo
>>>>> >>> corporativo e que não se arrependia. E ainda tem mais: criticou diretamente
>>>>> >>> a Free Software Foudation (FSF) e o Richard Stallman por terem exposto o
>>>>> >>> problema ao público "da forma como fizeram".

>>>>> >>> Então se unirmos os dois problemas - software não livre + comportamento
>>>>> >>> contrário ao movimento filosófico do software livre - qual é o motivo que
>>>>> >>> leva o Ubuntu a ser a distribuição GNU/Linux mais instalada em todas as
>>>>> >>> edições do FLISOL? Facilidade, praticidade, compatibilidade? Se sua
>>>>> >>> resposta for sim para qualquer uma dessas, lembre-se: esses são argumentos
>>>>> >>> do modelo de desenvolvimento de código fonte aberto e não do movimento
>>>>> >>> filosófico do software livre. O objetivo primário é defender as quatro
>>>>> >>> liberdades essenciais da sociedade para com os dados funcionais.

>>>>> >>> Instalar outras distribuições pode?

>>>>> >>> Não deveria poder, afinal de contas a maioria das distribuições usa
>>>>> >>> kernel Linux e este já está tão infectado de softwares não livres, que mal
>>>>> >>> dá para categorizá-lo como um software livre. Assim distribuições como
>>>>> >>> Fedora, Mandriva, openSUSE, Debian e outras mais populares, estão fadadas à
>>>>> >>> mesma condição do Ubuntu. A diferença está em não usar a pior delas, para a
>>>>> >>> comunidade do software livre.

>>>>> >>> Retroceder para voltar ao rumo certo

>>>>> >>> Recusar formalmente a instalação do Ubuntu seria um recado claro de que a
>>>>> >>> comunidade do software livre não aceita mais os abusos cometidos. Que não
>>>>> >>> aceita mais a inclusão constante e crescente de software não livre em suas
>>>>> >>> distribuições GNU/Linux mais queridas. Pensem no efeito que um
>>>>> >>> posicionamento como esse teria e os benefícios que alcançaríamos como
>>>>> >>> movimento social e político, depois de toda a experiência adquirida nos
>>>>> >>> últimos anos?

>>>>> >>> Dar dois passos para trás, para poder dar um à frente, na direção certa.
>>>>> >>> Sejamos francos, até quando vamos continuar nos submetendo aos abusos de
>>>>> >>> poder dado por nós mesmos aos fabricantes de notebooks, aos desenvolvedores
>>>>> >>> do kernel Linux e a empresas como a Canonical. Todos eles parecem cada vez
>>>>> >>> mais interessados em seus próprios negócios do que em fomentar e disseminar
>>>>> >>> a cultura do software livre.

>>>>> >>> E qual é a sugestão?

>>>>> >>> Apontar um problema e não oferecer nenhuma solução não seria correto,
>>>>> >>> então seguem algumas sugestões práticas para o FLISOL:

>>>>> >>> a) Escolha uma distribuição de sistemas livres recomendada pela FSF
>>>>> >>> https://www.gnu.org/distros/free-distros.html ;
>>>>> >>> b) Sugerimos a distribuição Trisquel GNU/Linux ( http://trisquel.info ),
>>>>> >>> exatamente porque se baseia no Ubuntu LTS e isso facilitaria encontrar
>>>>> >>> documentação e opções on-line;
>>>>> >>> c) Substitua o hardware incompatível, em especial as placas wifi. Como?
>>>>> >>> Aqui conto como fiz: http://www.anahuac.eu/sua-liberdade-por-r-2000/
>>>>> >>> d) Se não for possível substituir a placa wifi permitam uma exceção de
>>>>> >>> driver não livre usando o ndiswrapper para permitir o funcionamento das
>>>>> >>> mesmas;
>>>>> >>> e) Automatizem via script a instalação dos pacotes não livres mais
>>>>> >>> comuns: codecs multimídia privativos, Java, e outros, mas não executem
>>>>> >>> vocês mesmos. Deixem que as pessoas façam isso elas mesmas.

>>>>> >>> Elas são livres para escolher usar ou não software não livre, mas o
>>>>> >>> FLISOL e os ativistas do movimento filosófico do software livre não.

>>>>> >>> Consequências diretas

>>>>> >>> O primeiro incômodo é ter que explicar as pessoas que cheguem ao FLISOL
>>>>> >>> procurando instalações de Ubuntu, porque não se instalará essa
>>>>> >>> distribuição. A consequência imediata é criar a percepção geral de que o
>>>>> >>> Ubuntu não é tão bom assim. Discutir a ética e a filosofia do software
>>>>> >>> livre em um evento de software livre é super legal!

>>>>> >>> O segundo incômodo é colocar um instalador com um driver privativo, de
>>>>> >>> forma evidente, sem margem a interpretações. O que os olhos não veem, o
>>>>> >>> coração não sente. E isso se aplica aos blobs privativos que vem no kernel
>>>>> >>> Linux, que são instalados sem que se perceba. É isso o que gera aquela
>>>>> >>> "felicidade" de ter o hardware funcionando, mesmo que seja em detrimento de
>>>>> >>> todo o nosso discurso de ativismo em prol da liberdade tecnológica.

>>>>> >>> O terceiro é trazer de volta a discussão sobre os problemas que os
>>>>> >>> drivers privativos e dados funcionais não livres causam: dependência
>>>>> >>> tecnológica imposta pelo poder econômico dos donos/proprietários. Neste
>>>>> >>> momento é o inconveniente do DRM e amanhã será o boot restrito. Até quando
>>>>> >>> vamos permitir passivamente sermos limitados, constrangidos e relegados? O
>>>>> >>> dia em que não será possível instalar mais um sistema operacional livre
>>>>> >>> está chegando. Vamos reagir?

>>>>> >>> Apelo

>>>>> >>> Este á um apelo para que o FLISOL seja a força propulsora para que o
>>>>> >>> movimento filosófico do Software Livre volte a ser valorizado como deve,
>>>>> >>> para que seus princípios éticos e filosóficos sejam priorizados, para que o
>>>>> >>> modelo que da mais valor à placa de wifi funcionando do que a liberdade
>>>>> >>> tecnológica seja derrotado.

>>>>> >>> Não estamos buscando coerência plena neste momento. Trata-se do primeiro
>>>>> >>> passo do resto de nossas vidas. Todos juntos podemos fazer do Mundo um
>>>>> >>> lugar melhor. Usar, difundir, desenvolver e se manter firme ao lados dos
>>>>> >>> preceitos éticos e filosóficos do Software Livre é um dos caminhos para se
>>>>> >>> alcançar esse objetivo.

>>>>> >>> Saudações Livres!

>>>>> >>> Alessandro Moura
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