[Flisol-br] O Que Não Podemos Fazer E O Que Devemos Fazer

Adonay Felipe Nogueira adfeno em openmailbox.org
Quinta Março 10 14:06:45 BRT 2016


Sobre o uso de cópias não autorizadas de dados funcionais feito pela
sociedade, primeiro é necessário observar que "pirataria" é um termo que
não deve ser usado por nós ativistas do movimento filosófico do software
livre, visto que isso coloca os donos/proprietários/diretores dos dados
funcionais não livres em uma posição privilegiada de "inocentes"/"bons
cidadãos"[1], aliás, quando se faz uma cópia não autorizada, não se está
atacando navios. O engraçado é que existem juízes nos Estados Unidos que
consideram as palavras "pirataria" e "roubo" como termos apelativos, ou
seja, que são usados quando o falante perde a razão do que está falando
e passa a apelar na corte.

Tem um outro termo, "cópia ilegal", mas ele também *não* funciona ao
nosso favor na maioria dos casos.

Segundo, agora seguindo com a discussão, é necessário observar que a
cópia não autorizada decorre de um problema ético[2][3], pense nisso:

# Problema moral: Por diversos fatores que não nos importa discutir
agora, os donos/proprietários/diretores de um projeto de dado funcional
estão tentando decidir qual será a licença do projeto.
# Ação/ato moral (supondo a pior das hipóteses): O projeto possui uma
licença de software não livre (tais como: sem licença, Licença Pública
Geral para Administração Pública, The JSON License e University of Utah
Public License).
# Corrente de problemas éticos
** Problema ético: Uma pessoa qualquer ouviu falar de tal dado funcional
e decide adquiri-lo de qualquer forma. Depois, esta mesma pessoa recebe
um pedido de um conhecido, perguntando se ela poderia compartilhar ou
vender uma cópia do dado funcional para tal conhecido.
** Ação/ato ético: Ela decide compartilhar ou vender para tal conhecido,
ou decide compartilhar tal dado funcional à toda a Internet.

* Classificação dos envolvidos
** Principais culpados: Donos/proprietários/diretores dos projetos.
** Vítimas "passivas" (meros receptores): Quem adquiriu, seja de forma
autorizada ou não autorizada.
** Vítimas "ativas" (cúmplices): Quem redistribuiu de forma não
autorizada.

Aliás, o movimento filosófico do software livre prioriza as liberdades
essenciais da sociedade digital para com os dados funcionais, e não
apenas a segurança.

Apelar somente para valores do público em geral é fazer uso do
compromisso de Dale Carnegie, e esta técnica, quando usada sozinha, é
muito arriscada[4] visto que ela pode confundir tanto o comunicador
quanto o receptor da comunicação em acharem que algum dado funcional é
livre, quando na verdade ele não é, além de deixar nossa comunicação
ineficiente, visto que caso o receptor da comunicação encontre um dado
funcional não livre que atenda todos os valores buscados por tal
pessoal, e caso nosso comunicador tenha usado somente da técnica de Dale
Carnegie, este receptor, que antes foi convencido por nosso comunicador,
vai passar a usar tal dado funcional não livre. :D


REFERÊNCIAS


[1] https://www.gnu.org/philosophy/words-to-avoid.en.html#Piracy

[2]
https://www.gnu.org/philosophy/google-engineering-talk#freedom-2-moral-dilemma

[3]
https://www.gnu.org/philosophy/google-engineering-talk#freedom-2-moral-dilemma


[4] https://www.gnu.org/philosophy/compromise.html



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