[gt-educacao] REA e software livre nas escolas
Paulo Francisco Slomp
slomp em ufrgs.br
Sexta Maio 30 18:16:00 BRT 2014
Campus Party 6
Educadores defendem uso de REA e software livre nas escolas
Rafael Bravo Bucco
http://arede.inf.br/noticias/5324-cpbr6-educadores-defendem-uso-de-rea-e-software-livre-nas-escolas
31/01/2013
No último debate sobre educação e tecnologia desta quinta-feira, na
Campus Party, Bianca Santana e Débora Sebriam, do movimento Rea Brasil,
e os educadores Salete Faria e Valécio Brito, falaram sobre políticas
públicas para recursos educacionais abertos (Rea) e uso de software
livre em classe.
Os educadores questionaram também a falta de incentivo para o uso do
software livre em aula. "Quanto mais políticas estimularem o uso de Rea
e software livre, mais natural será o uso para as pessoas na sala de
aula", opinou Faria. Sobre o tema, Santana propôs usar não os softwares
educacionais, mas os programas comuns. "Um software educacional funciona
como a escola, que muito acham chata. Por que os softwares livres
precisam de versões educacionais? Por que não permitir e estimular o
aluno a mexer no software comum? Acho que temos que ver a escola como um
ambiente de produção de software livre", ressaltou.
Santana lembrou que muitas escolas aceitam doações de laboratórios por
empresas privadas, desde que os computadores usem softwares
proprietários. "É uma estratégia de mercado das empresas para fidelizar
clientes. No futuro, os jovens vão usar o software proprietário porque é
o que conhecem. É papel do educador formar clientes? Eu acho que não!",
concluiu.
O professor Valécio Brito, um dos criadores da comunidade Tecciencia,
projeto da Universidade Federal da Bahia (UFBA), direcionou o debate
para o uso do software livre em classe. Relatou que na UFBA, a discussão
atual em torno do Tecciencia é se devem ou não liberar o uso para
alunos, uma vez que hoje o site é voltado a professores e que estes
ainda estão aprendendo a usá-lo. "Acredito que quem ensina os
professores a usar plataformas digitais hoje em dia são os alunos. Não
adianta homologar a ferramenta de cima para baixo", opinou. Também
listou uma série de softwares livres que podem ser adotados nas escolas,
como GCompris, Pandorga, Linux Educacional e Edubuntu.
REA
Sebriam lembrou o público de que há no Congresso um projeto de lei, de
autoria do deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que prevê a aquisição apenas
de Rea por órgãos públicos. "No nosso site, estamos promovendo um debate
para reformular o texto e ampliar seu teor para todas as áreas da
educação e atender a diversos órgãos, como institutos de pesquisa",
observou.
Ela comemorou a aprovação na Assembleia Legislativa de São Paulo de uma
lei estadual para adoção da Rea, mas lembrou que o texto ainda precisa
ser sancionado. "Deve ser aprovado ou vetado na próxima semana", disse.
Para evitar o veto, Sebriam propôs uma mobilização, que já se iniciou na
internet. Ela criou uma petição e iniciou no Twitter e Facebook a
campanha #sancionaAlckmin. Para mostrar sua participação, basta assinar
a petição online e tuitar seu apoio usando a hashtag.
Também criticou o plano de metas para a educação estabelecidas pelo
governo federal. Segundo Sebriam, em apenas duas das metas se menciona o
uso de Rea. "Essas metas falam para se adotar, preferencialmente, os
Rea. Portanto, os governos poderão adotar materiais didáticos
proprietários se quiserem", falou.
Segundo Sebriam, a adoção de política de uso de Rea do ensino básico ao
superior é um direito do cidadão, não uma inovação. "Se pagamos os
impostos que financiam o investimento em educação, a compra de livros
didáticos, deveríamos ter acesso ao materiais, e não apenas esperar que
estejam disponíveis na biblioteca", disse. Outro ponto crucial da adoção
dos Rea é a possibilidade de aperfeiçoar livremente o material, sem
incorrer em crimes de direito de autor. "Se acharmos que um livro pode
ser melhorado, por que não podemos criar um grupo de cidadãos e fazer as
melhorias?", questionou.
Salete Faria, então, lembrou que o mercado editorial de livros didáticos
é enorme, e que governo federal, os governos estaduais e municipais, são
seus maiores financiadores. "Hoje, 56% dos livros produzidos no Brasil
são didáticos, que somam 51% do faturamento das editoras", disse.
Bianca Santana cobrou instrumentos para permitir que essa aquisição
massiva beneficie de maneira mais ampla a sociedade. "Os editais
poderiam trazer sempre um artigo condicionando a compra à publicação
gratuita na internet", explicou. Para ela, a remixagem feita por
professores também deve ser pensada. "É preciso oferecer a possibilidade
de remixar o material, e oferecer condições para os professores fazerem
isso", disse.
Como exemplo, citou o projeto Folhas, do governo do Paraná, que oferecia
licença remunerada para que professores das escolas públicas criem seus
próprios materiais didáticos, e com ajuda de integrantes da comunidade
acadêmica. "Depois, todo o material criado foi colocado na internet, sob
licença livre", observou. Esse método permitiu a criação de material
condizente com a situação e necessidades das escolas locais.
[Veja as hiperligações na página fonte:
http://arede.inf.br/noticias/5324-cpbr6-educadores-defendem-uso-de-rea-e-software-livre-nas-escolas]
--
_______________________________
Paulo Francisco Slomp
http://www.ufrgs.br/psicoeduc
Acionado com Software Livre
http://www.ufrgs.br/soft-livre-edu
More information about the Gt-educacao
mailing list