[gt-educacao] Paulo Freire

Anacris made.ana em gmail.com
Quarta Maio 3 14:25:34 BRT 2017


  Recebi da minha mae, achei por bem compartilhar.

  Hoje 02 de maio de 2017, completa 20 anos da morte de Paulo Freire,  que
nos deixou um legado de uma pedagogia crítica e libertadora dos oprimidos,
que compreende a educação no sentido amplo, como processo de formação, cujo
objetivo fundamental é de humanizar e emancipar.

Suas formulações, sua prática educativa demonstrou que a educação não pode
se limitar a transmitir conteúdos, mas, sobretudo, a produzir conhecimentos
como elemento constituinte da prática da liberdade. Ele afirma que “não
basta saber ler que 'Eva viu a uva'. É preciso compreender qual a posição
que Eva ocupa no seu contexto social, quem trabalha para produzir a uva e
quem lucra com esse trabalho”. Ou seja, a educação ao pretender emancipar,
deve tomar como ponto de partida a realidade, a situação de exploração dos
oprimidos e análise crítica desta, para a busca da superação dessa situação
de opressão, através da luta, organização e a construção de uma sociedade
justa e  igualitária.

Freire acreditava profundamente no ser humano e nos ensinou que somos seres
inconclusos, compreendendo a educação e a aprendizagem como processos que
perduram a vida toda. Dessa forma, acreditiva que a mudança é possivel e
compreendia a educação como uma instrumento para essa mudança, recusando o
pensamento fatalista (neoliberal) que nega o sonho de outro mundo possível.
Nas palavras de Freire, “a educação não muda o mundo, a educação muda as
pessoas, as pessoas mudam o mundo”.

            Ele nos inspira a nutrir o nosso difícil e sempre atual
processo de luta pela superação das opressões. No dia 17 de abril de 1997,
em sua última entrevista, se referiu a marcha do MST, como um das
expressões da importância da organização de marchas, dos que não tem
escola, dos reprovados, dos que querem amar e não podem. “Eu estou
absolutamente feliz por estar vivo ainda e ter acompanhado essa marcha
(Marcha dos Sem Terra) que como outras marchas históricas revelam o ímpeto
da vontade amorosa de mudar o mundo."

O mestre Freire, esta vivo nas diversas educadoras e educadores que ensinam
a ler criticamente o mundo e nas educandas e educandos que aprendem que a
liberdade está além do ABC. Seu legado esta presente na luta por uma
Educação Pública e Popular.


Histórico



Paulo Reglus Neves Freire nasceu no dia 19 de setembro de 1921, no Recife,
Pernambuco, uma das regiões mais pobres do país, onde logo cedo pôde
experimentar as dificuldades de sobrevivência das classes populares.
Trabalhou inicialmente no SESI (Serviço Social da Indústria) e no Serviço
de Extensão Cultural da Universidade do Recife. Em 1946 ele é indicado ao
cargo de diretor do Departamento de Educação e Cultura do Serviço Social no
Estado de Pernambuco e começa a lecionar para analfabetos pobres.


Freire foi professor de escola e também a criador de idéias e "métodos".
Sua filosofia educacional expressou-se primeiramente em 1958 na sua tese de
concurso para a universidade do Recife, e, mais tarde, como professor de
História e Filosofia da Educação daquela Universidade, bem como em suas
primeiras experiências de alfabetização como a de Angicos em 1963, quando
ensinou 300 adultos a ler e escrever em 45 dias. Esse método foi adotado em
Pernambuco, um estado produtor de cana-de-açúcar, e tinha como pressuposto
um trabalho de educação que identifica a alfabetização com um processo de
conscientização, capacitando o oprimido tanto para a aquisição dos
instrumentos de leitura e escrita quanto para a sua libertação. O trabalho
de Freire com os pobres e, internacionalmente aclamado, teve início no
final da década de 40 e continuou de forma ininterrupta até 1964.


A metodologia por ele desenvolvida foi muito utilizada no Brasil em
campanhas de alfabetização e, por isso, ele foi acusado de subverter a
ordem instituída, sendo preso após o Golpe Militar de 1964. Depois de 72
dias de reclusão, foi convencido a deixar o país. Exilou-se primeiro no
Chile, onde, encontrando um clima social e político favorável ao
desenvolvimento de suas teses, desenvolveu, durante 5 anos, trabalhos em
programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma
Agrária (ICIRA). Em 1967 Paulo Freire publica seu primeiro livro “Educação
como prática da liberdade”. Sua principal obra Pedagogia do oprimido foi
escrita em 1968 o qual foi traduzido para línguas como o espanhol, o inglês
e até o hebraico. Por ocasião da rixa política entre a ditadura militar e o
socialista-cristão o livro não foi publicado no Brasil até 1974, quando o
general Geisel tomou o controle do país e iniciou um processo de
liberalização cultural.


Em 1969, trabalhou como professor na Universidade de Harvard em seu Centro
para Estudos de Desenvolvimento e Mudança Social, em estreita colaboração
com numerosos grupos engajados em novas experiências educacionais tanto em
zonas rurais quanto urbanas. Em 1970, depois de um ano em Cambridge, Freire
mudou-se para Genebra, na Suíça, para trabalhar como consultor educacional
para o Conselho Mundial de Igrejas por um período de 10 anos. Durante este
tempo, atuou como um consultor em reforma educacional em colônias
portuguesas na África, particularmente na Guiné Bissau e em Moçambique. Com
essas consultorias desenvolveu programas de alfabetização: para a Tanzânia
e Guiné Bissau, que se concentravam na reafricanização de seus países; para
algumas ex-colônias portuguesas pós-revolucionárias como Angola, Moçambique
e as ilhas de São Tomé e Príncipe que lutavam pela reconstrução do país e
de uma identidade nacional republicana.


No ano de 1971, Freire fez sua primeira visita a Zâmbia e Tanzânia. Em
seguida, passou a ter uma participação mais significativa na educação de
Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe. E também influenciou as
experiências de Angola e Moçambique.


Em 1980, depois de 16 anos de exílio, retornou ao Brasil para "reaprender"
seu país. Lecionou na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e na
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP). Freire atua como
supervisor para o programa do partido para alfabetização de adultos de 1980
até 1986.


Em 1989, tornou-se Secretário de Educação no Município de São Paulo sob a
prefeitura de Luíza Erundina. Durante seu mandato, fez um grande esforço na
implementação de movimentos de alfabetização, de revisão curricular e
empenhou-se na recuperação salarial dos professores.

No ano de 1991 é fundado o Instituto Paulo Freire, em São Paulo, para
estender e elaborar suas teorias sobre educação popular.

Em Paulo Freire, conviveu sempre presente senso de humor e a não menos
constante indignação contra todo tipo de injustiça. Casou-se, em 1944, com
a professora primária Elza Maia Costa Oliveira, com quem teve cinco filhos.
Após a morte de sua primeira esposa, casou-se com Ana Maria Araújo Freire,
uma ex-aluna.



Paulo Freire é autor de muitas obras. Entre elas: Educação: prática da
liberdade (1967), Pedagogia do oprimido (1968), Cartas à Guiné-Bissau
(1975), Pedagogia da esperança (1992) À sombra desta mangueira (1995).


Foi reconhecido mundialmente pela sua práxis educativa através de numerosas
homenagens. Além de ter seu nome adotado por muitas instituições, é cidadão
honorário de várias cidades no Brasil e no exterior. A Paulo Freire foi
outorgado o título de doutor Honoris Causa por vinte e sete universidades.


Por seus trabalhos na área educacional, recebeu, entre outros, os seguintes
prêmios: "Prêmio Rei Balduíno para o Desenvolvimento" (Bélgica, 1980);
"Prêmio UNESCO da Educação para a Paz" (1986) e "Prêmio Andres Bello" da
Organização dos Estados Americanos, como Educador do Continente (1992). No
dia 10 de abril de 1997, lançou seu último livro, intitulado "Pedagogia da
Autonomia: Saberes necessários à prática educativa". Paulo Freire faleceu
no dia 2 de maio de 1997 em São Paulo.


Segue o link do documentário “Pensando com o Paulo Freire”
https://www.youtube.com/watch? v=-4rx67XVe5w&t=29s.



E em anexo compartilhamos a Cartilha Paulo Freire um Educador do Povo;

Por favor divulguem amplamente para os educadores(as), escolas e espaços de
formação.



Paulo Freire Vive!





-- 



Alessandro Santos Mariano

Coordenação Politica e Pedagógica

Escola Nacional Florestan Fernandes
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