Re: Fora facebook! Viva o Cirandas -> livre, aberto, e autogestionário (hehehehe)

Vinicius C. Brand viniciuscb at gmail.com
Fri Jun 28 17:16:00 BRT 2013


Gostei desse texto. Tudo a ver.

Minha humilde opinião é que o facebook tem o sucesso que tem por uma
combinação de motivos, que eu vejo: facilidade de uso e o peso de ter "todo
mundo" conectado lá dentro.

Ah e tem um motivo muito particular, que é uma resposta ao anseio natural
dos seres humanos de fazerem fofoca e ficar xeretando a vida dos outros: é
muito fácil fazer isso no facebook. Como disse o Julian Assange em seu
livro Cypherpunks: um cara entra no facebook e aceita dar informações
importantes suas para esta empresa, basicamente porque aumenta as suas
chances de dormir com a vizinha.



2013/6/28 Daniel Tygel <dtygel at gmail.com>

>  Para quem não entende as razões de eu ainda não ter perfil no
> facebook.... mas no cirandas, tenho --> http://cirandas.net/dtygel :-)
>
>  Território antipático
>
> *Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/territorio-antipatico-8836591*
>  O Facebook é um condomínio fechado que funciona com princípios
> contrários àqueles que criaram a riqueza da vida pública na internet
>
> Sou muito antigo. Quando usei a internet pela primeira vez, Tim
> Berners-Lee ainda não havia inventado o www. Portanto, Mark Zuckerberg nem
> sonhava com o Facebook. Durante este tempo de vida on-line, mantive afiada
> a curiosidade com relação às novas ferramentas que continuam a mudar nossas
> formas de comunicação com o mundo. Posso declarar: crianças, acompanhei em
> tempo real — parecia final de Copa do Mundo — a campanha que fez o Brasil
> virar campeão de perfis no Orkut. Depois, fiquei alegre ao perceber cada
> vez mais gente de favelas na rede social do Google, algo que revelava uma
> “inclusão digital” conquistada na marra. Então, não gostei nada quando os
> ricos abandonaram o Orkut para se afastar dos pobres, tentando manter a
> qualquer custo, na realidade virtual, a desigualdade real/brutal da
> sociedade brasileira.
>
> Continuo achando o Facebook um território antipático. Não apenas pela
> maneira preconceituosa com que foi adotado no Brasil. Mais importante é
> outro argumento político já repetido inúmeras vezes nesta coluna: o
> Facebook (recuso-me a chamá-lo de “face”, como se fosse amigo íntimo) é um
> condomínio fechado que funciona com princípios contrários àqueles que
> criaram a riqueza da vida pública da cidade chamada internet. Muita gente
> nem se aventura mais para fora dos muros dessa rede social privada: pensa
> que aquilo ali é toda a grande Rede, esquecendo que vive em ambiente
> controlado por uma única empresa, trabalhando de graça para seu sucesso
> comercial. Por isso, fico assustado quando constato que as manifestações
> que tomaram conta das ruas brasileiras lutando por uma vida pública (tudo
> começou com a batalha pela melhoria do transporte público) mais democrática
> sejam “agendadas” dentro de condomínio controlado por uma das corporações
> de mídia mais poderosas do planeta (e que bloqueia nossos perfis se
> publicamos fotos de mulher com os peitos de fora).
>
> As manifestações sempre começavam em eventos do Facebook. Acesso às
> informações sobre esses eventos só com perfil no Facebook, aceitando os
> termos de uso da empresa dona da rede social. Alguém já leu com cuidado
> esses Termos de Uso? Alguém chama aquilo de legislação democrática?
> Novamente: sou antigo, de um tempo em que muita gente via na internet uma
> trincheira na luta pela liberdade e acreditava em algo que pessoas mais
> novas não devem ter ouvido falar: software livre, código aberto. Onde isso
> tudo foi parar? E por que a defesa do Marco Civil da Internet, escrito em
> processo aberto, não se tornou também uma grande bandeira nas nossas
> manifestações de rua?
>
> Estranha coincidência: enquanto os protestos brasileiros aconteciam, o FBI
> acusou Edward Snowden de espionagem, por ter vazado dados que provam que as
> grandes corporações da internet colaboram com o governo americano abrindo
> seus bancos de nossos dados que imaginamos privados. Era sobre isso que eu
> estava escrevendo nesta coluna antes das manifestações. Não vou assustar
> ninguém com essa politicagem global. Bastam questões mais práticas. Por
> exemplo: este é o último fim de semana do Google Reader. Esse serviço vai
> terminar porque o Google assim decidiu, sem consulta aos usuários. É uma
> empresa, pode fazer o que quiser com seus produtos. Imaginem se o Facebook
> decidir que quer “descontinuar” sua rede social. Onde vai parar a memória
> deste momento central da História brasileira?
>
> Mesmo que o Facebook não acabe nunca: daqui a uma década, tente encontrar
> um evento da semana passada. Estará perdido em alguma *timeline* talvez
> desativada. Como a rede social não tem uma boa ferramenta de busca e
> criação de links, como os robôs de buscas externas não podem ultrapassar os
> limites de seus muros, é quase impossível encontrar alguma coisa por ali a
> não ser o passado mais imediato. Mas como dizem muitos, somos país sem
> memória. Que falta isso fará? Seremos muito felizes desmemoriados ou talvez
> vamos precisar da ajuda do FBI, que deve manter todos nossos “eventos”
> arquivados em alguma pasta secreta, para lembrar dos nossos anos
> ciber-rebeldes.
>
> Miriam Leitão, no domingo passado, fez perguntas que devem estar tirando o
> sono de muitas outras pessoas: “E as pesquisas de opinião? O que é mesmo
> que perguntaram para captar tanta popularidade do governo? Como isso se
> encaixa com o que vimos agora?” Lendo as pesquisas publicadas pelo
> Ibope/“Época” esta semana (entre os 75% que apoiam os protestos 69% se
> dizem satisfeitos com suas vidas atuais) mais um mito caiu por terra: quem
> disse que para protestar precisamos estar insatisfeitos? Hoje todo mundo
> quer planos, inclusive políticos, cada vez mais ilimitados. Como sempre
> digo: abundância exige mais abundância.
>
> Leia mais sobre esse assunto em
> http://oglobo.globo.com/cultura/territorio-antipatico-8836591#ixzz2XXN2qYyx
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Com os melhores cumprimentos,
Vinicius

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