[Pontosdecultura] FW: [Newsletternomade] New York Times de hoje: Em nome do futuro, Rio está destruindo o passado

José de Oliveira Luiz joseoliveiraluiz em hotmail.com
Quinta Agosto 16 05:25:53 BRT 2012




Date: Mon, 13 Aug 2012 17:01:32 -0700
From: carmaximin em yahoo.com.br
To: newsletternomade em lists.uninomade.net
Subject: [Newsletternomade] New York Times de hoje: Em nome do futuro, Rio está destruindo o passado

Política hedionda de remoções da Prefeitura do Rio e da SMH tem sucesso de imprensa internacional: chegou ao New York Times 

  
    
      Parabens ao Prefeito e à SMH


      

    
    
      

      

    
    
      

      

    
    
      

      

    
  

Em
nome do futuro, Rio está destruindo o passado

              [Por favor
compartilha nosso artigo que saiu no New York Times de hoje,
em português e inglês e o vídeo que o acompanha, Providência: 115 Anos de Luta, e participa do Twittaço que começa hoje a tarde #remoçãonão
#rio2016]
              
              
              Por THERESA
WILLIAMSON e MAURÍCIO HORA
              
              Publicado:
August 12, 2012
              

              
              Rio
de Janeiro
              

              
              
              OS
Jogos Olímpicos de Londres terminaram no domingo, mas no Rio de Janeiro
a batalha pelos próximos Jogos acaba de começar; as manifestações
contra despejos ilegais de alguns dos moradores mais pobres da cidade
estão se espalhando. De fato, as Olimpíadas do Rio parecem dispostas a
aumentar a desigualdade em uma cidade já conhecida por essa
característica. 
              

              
              Em
julho, a UNESCO atribuiu a uma parte substancial da cidade do Rio de
Janeiro o status de Patrimônio Mundial da Humanidade. É uma área que inclui algumas de suas favelas e morros em que
vivem mais de 1,4 milhão dos seus seis milhões de habitantes. Nenhuma
favela pode reivindicar maior importância histórica do que a primeira a surgir no Rio,
a do Morro da Providência. No entanto, os projetos de construção
olímpica estão ameaçando precisamente o futuro dessa área. 
              

              
              A
favela Providência começou a se formar em 1897, quando veteranos da
sangrenta Guerra de Canudos, no nordeste do Brasil, receberam a
promessa de concessão de terras no Rio de Janeiro, que na época era
capital federal. Ao chegarem, descobriram que não havia terras
disponíveis. Depois de acamparem em frente ao Ministério da Guerra, os
soldados foram removidos para um morro das proximidades, que pertencia
a um coronel, mas não receberam os títulos de propriedade da terra.
Originalmente batizada de “Morro da Favela”, nome da planta espinhosa
típica das colinas de Canudos, onde haviam passado inúmeras noites, a
Providência cresceu ao longo do começo do século 20, à medida que
escravos libertos se juntavam aos antigos combatentes. Grupos de novos
migrantes europeus também se estabeleceram por lá; esse era o único
modo acessível de viver perto dos empregos no centro da cidade e no
porto. 
              

              
              Com
vista para o local por onde centenas de milhares de escravos africanos entraram no Brasil pela
primeira vez, a Providência é parte de um dos sítios culturais mais
importantes da história afro-brasileira, berço da criação primeiros
sambas comerciais, onde floresceram tradições afro-brasileiras como a
capoeira e o candomblé e onde se fundou o Quilombo Pedra do Sal. Hoje,
60% dos moradores da área continuam sendo afro-brasileiros. 
              

              
              Mais
de um século após o surgimento, a favela da Providência ainda carrega a marca cultural e
física dos seus primeiros habitantes. Mas agora está ameaçada de
destruição em nome das melhorias olímpicas: a ideia é demolir quase um
terço da comunidade, uma decisão que inevitavelmente desestabilizará o
que restar da favela. 
              

              
              Até
meados de 2013, a Providência terá recebido 131 milhões de reais (US $65 milhões) em
investimentos do plano de revitalização da zona portuária carioca,
capitaneado pelo setor privado, iniciativa que engloba um teleférico,
um bonde funicular e ruas mais amplas. As intervenções municipais
anteriores, realizadas com o intuito de melhorar a comunidade, sempre reconheceram sua importância histórica, mas os
projetos atuais não têm essa preocupação. 
              

              
              Embora
a prefeitura alegue que esses investimentos beneficiarão aos moradores
da região, um terço da comunidade já foi marcada para remoção e as
únicas “reuniões públicas” organizadas visavam apenas informar aos
moradores qual seria seu destino. Durante o dia, as iniciais da
Secretaria Municipal de Habitação e um número são pintados nas paredes
das casas com tinta-spray. Moradores voltam para casa e descobrem que
suas casas serão demolidas, mas não recebem nenhuma orientação sobre o
que vai acontecer com eles e nem quando será. 
              

              
              Um
passeio rápido pela comunidade revela a assustadora situação de
insegurança em que os habitantes estão vivendo: no topo da colina,
aproximadamente 70% das casas estão marcadas para despejo: uma área que
a princípio deverá ser favorecida pelos investimentos que estão sendo
realizados em transporte. Mas o teleférico de luxo vai transportar entre mil e
três mil pessoas por hora durante os Jogos Olímpicos. Portanto, não
serão os moradores os beneficiados, e sim os investidores. 
              

              
              Os
habitantes da Providência estão temerosos. Apenas 36% deles possuem
documentos comprovando seus direitos de propriedade, em comparação com
70 a 95% na mesma situação em outras favelas. Mais do que em outras
comunidades pobres, esses moradores estão muito desinformados sobre os
seus direitos e apavorados diante da possibilidade de perderem suas
casas. Some-se a isso a abordagem da prefeitura de “dividir para
conquistar”, — os residentes são confrontados individualmente para
assinar o reassentamento e não se permitem negociações comunitárias — e
a resistência é silenciada de modo efetivo. 
              

              
              A
pressão exercida pelos grupos de direitos humanos e pela mídia
internacional tem ajudado. Mas os despejos brutais continuam e surgem formas de
remoção novas, mais sutis. Como parte do plano da prefeitura para a
revitalização do porto, as autoridades declaram que os
“reassentamentos” são do interesse dos próprios moradores, porque vivem
em “áreas de risco” onde pode haver deslizamentos de terra, e porque
supostamente é necessário que haja uma “desdensificação” para melhorar
a qualidade de vida. 
              

              
              Porém,
existem poucas evidências de risco de deslizamentos ou de superlotação
perigosa; 98% das casas da Providência são feitas de concreto e tijolos
robustos, e 90% delas têm mais de três cômodos. Além disso, um relatório importante produzido por engenheiros
locais demonstrou que os fatores de risco anunciados pela prefeitura
haviam sido inadequadamente estudados e são imprecisos. 
              

              
              Se
o Rio conseguir desfigurar e desmantelar sua favela mais histórica,
abrirá o caminho para novas destruições em centenas de outras favelas
da cidade. O impacto econômico, social e psicológico dos despejos é
calamitoso: famílias removidas para unidades isoladas perdem o acesso
aos significativos benefícios econômicos e sociais da cooperação
comunitária, e também perdem a proximidade do trabalho e das redes de
contato, sem mencionar os investimentos feitos por várias gerações
familiares em suas casas. 
              

              
              O
Rio de Janeiro está se tornando um playground para ricos. E a
desigualdade gera instabilidade. Seria muito mais eficaz economicamente
investir em melhorias urbanas, definidas com a ajuda das comunidades
dentro um processo democrático participativo. Em última instância, essa
estratégia poderia fortalecer a economia e desenvolver a infraestrutura
da cidade; e ao mesmo tempo, reduzir desigualdades e fortalecer a
população afro-brasileira, que ainda hoje é marginalizada. 
              

              
              Theresa
Williamson, fundou a Comunidades Catalisadoras, um grupo que trabalha
em defesa das favelas e publica RioOnWatch. Maurício Hora, fotógrafo, dirige o
programa Favelarte na favela Providência. Esta reportagem
foi traduzida do inglês por Mónica Baña-Alvarez.
              
              
              
              
              
              
              
              
              
            
          
        
        
      
    
  
  
  

  
  
  
    
      
          If you no longer
wish to receive these emails, please reply to this message with
"Unsubscribe" in the subject line or simply click on the following
link: Unsubscribe
         
      
    
  
  
  
    
      
          Catalytic Communities

PO Box 42010

Washington, District of Columbia 20015

US

         
         
         
         
      
    
  
  
  
  

  

  
  
  
  





    
_______________________________________________
Newsletternomade mailing list
Newsletternomade em lists.uninomade.net
http://lists.uninomade.net/listinfo.cgi/newsletternomade-uninomade.net
Descadastrar: envie email a Newsletternomade-unsubscribe em lists.uninomade.net 		 	   		  
-------------- Próxima Parte ----------
Um anexo em HTML foi limpo...
URL: <http://listas.softwarelivre.org/pipermail/pontosdecultura/attachments/20120816/31d0e046/attachment-0001.html>
-------------- Próxima Parte ----------
Um texto embutido e sem conjunto de caracteres especificado foi limpo...
Nome: ATT00001
Url: <http://listas.softwarelivre.org/pipermail/pontosdecultura/attachments/20120816/31d0e046/attachment-0001.ksh>


More information about the Pontosdecultura mailing list