[Pontosdecultura] Desprestigiada pelo MinC, Danielle Brito deixa produção da Teia nacional

[PC - Alapini Akim]

Desprestigiada pelo MinC, Danielle Brito deixa produção da Teia
nacionalPublicação:
26 de Março de 2014 às 11:50 | Comentários:
A menos de dois meses para o início da Teia da Diversidade 2014, encontro
nacional de Pontos de Cultura a ser realizado em Natal entre os dias 19 e
24 de maio, a produtora potiguar Danielle Brito postou em seu perfil
pessoal no Facebook frase curta e direta sobre sua saída: "Sai da produção
da Teia. Postarei em breve os motivos, agora tenho outras coisas a
resolver". Essa é a quinta edição do evento, cujo orçamento bate na casa
dos R$ 6,5 milhões.

A reportagem do VIVER entrou em contato com Danielle, que até então era
tida como principal articuladora da Teia em Natal: "Estava como produtora
de fato, mas não de direito. Não estou saindo por um único motivo,
aconteceram uma série de coisas", informou. A produtora adiantou que está
preparando um texto explicando os motivos, "mas nada que vá muito além do
que estamos conversando", considerou.
Acervo pessoal/Cedida[image: Danielle Brito: "Não estavam me deixando
trabalhar"]Danielle Brito: "Não estavam me deixando trabalhar"

saiba mais

   - Desatando a
Teia<http://tribunadonorte.com.br/noticia/desatando-a-teia/276684>

Danielle Brito, que respondeu pela produção geral da Teia Potiguar em
dezembro de 2013, reclamou das restrições impostas pelo Ministério da
Cultura e pelo desprestígio para com seu trabalho. "Fui impedida de
dialogar, por exemplo, com a UFRN, que vai concentrar a maioria das
atividades da Teia. O problema é que o MinC nunca me aceitou como produtora
da Teia, designaram uma equipe nacional e que eu responderia apenas como
produção local. Não estavam deixando fazer meu trabalho", desabafou.  A
TRIBUNA DO NORTE publicou
matéria<http://tribunadonorte.com.br/noticia/desatando-a-teia/276684>sobre
o assunto no dia 15 de março, quando Danielle estava em Brasília
participando de reuniões de articulação com a direção nacional da Teia e
representantes do MinC.

Apesar de ter todos os contatos, planilhas e orçamentos em mãos, disse se
sentir ignorada de forma recorrentes nas reuniões como se fosse um "poste":
"Fiz o trabalho 'pesado', respeitei a hierarquia, mas me trataram como se
eu fosse uma moleca, como se não tivesse histórico de produção cultural
aqui no RN. Antes de começar a sofrer interferência político-partidária,
acreditava que estava ali para fazer política cultural", ponderou. Ela
informou que todo o material (planilhas, orçamentos e contatos) foi enviado
por e-mail para o MinC. "Está tudo com eles", garantiu

Segundo Danielle, falta um plano de ação para a Teia. "Cumpri meu papel, e
a maior prejudicada na história foi eu. Se a Teia vai sair? Vai sim, mas
vai sair capenga. Não funciona, na minha opinião, vir alguém de fora, sem
conhecer a cidade, querer resolver e articular tudo. Posso até fechar uma
porta, mas quero abrir janelas".

Contratação

O envolvimento de Danielle Brito com a Teia nacional iniciou em setembro do
ano passado, quando se submeteu a uma seleção pública para a vaga de
consultora da Unesco - cargo que, entre outras atribuições, a credenciava
para ser produtora da Teia da Diversidade 2010. "Passei em primeiro lugar,
mas acabei declinando pois teria que morar em Brasília com um salário (R$ 6
mil) que não valia a pena. Agradeci e disse que não poderia ir".

De acordo com Danielle, contrataram a segunda colocada, "a mesma pessoa que
já havia produzido a Teia nacional em 2010 em Fortaleza, mas ela não ficou
um mês. Nisso veio a Teia Estadual e fizeram novo contato, desta vez com
uma proposta que não precisava sair de Natal". A produtora lembrou que o
novo contrato deixaria de ser pela Unesco, passando para alçada da Fundação
de Apoio à Educação e ao Desenvolvimento Tecnológico do RN, que representa
o IFRN na parceria local com o MinC. "Por parte da Funcern não tive
problema nenhum, sempre foram muito justos e corretos comigo", salientou.
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