[PSL-Brasil] ECHELON - A Rede de Espionagem Global

Klaibson Ribeiro klaibson em gmail.com
Terça Julho 23 14:47:50 BRT 2013


*Echelon – A rede de espionagem global*



*Resumo:*O poder do *Echelon* reside em sua capacidade de decifrar,
filtrar, examinar e codificar mensagens interceptadas em categorias
seletivas para uma análise mais pormenorizada.


Emulando o *Grande Irmão*, criado por George Orwell no livro *1984*, os EUA
possuem uma rede de espionagem de comunicações mundial operada juntamente
com a Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O sistema, denominado *
Echelon*, foi criado em 1948, durante a Guerra Fria, e vem sendo
continuamente aperfeiçoado.

O que se sabe sobre o *Echelon* é o resultado do esforço de jornalistas e
investigadores em todo o mundo que trabalharam durante décadas buscando
dados sobre os programas mais secretos do governo dos EUA. Um dos
resultados dessa investigação é o livro do jornalista neo-zeolandês Nicky
Hager, *Secret Power: New Zealand’s Role in the International Spy Network*,
cujo conteúdo é um relato pormenorizado sobre o tema.

Em 5 de setembro de 2001 o Parlamento Europeu aprovou uma Resolução
denunciando essa rede global de espionagem e recomendando a seus cidadãos
que codificassem suas comunicações. Essa denúncia, evidentemente, caiu no
vazio, pois apenas seis dias depois foi realizado o ataque da Al-Qaeda
contra as torres gêmeas, em Nova York, e todos os países da União Européia
se uniram aos EUA na guerra contra o terrorismo promovida pelo presidente
Bush. E, para lutar contra o terror, o *Echelon* é uma arma imprescindível.

Ao final da II Guerra Mundial – mais precisamente em 1948 -, os EUA e a
Inglaterra firmaram um Tratado que ficou conhecido como o *Pacto
UKUSA* (*United
Kingdom-United States of América*). Posteriormente uniram-se a esse pacto o
Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia.

A constituição do *UKUSA* apenas deu continuidade ao total acordo de
cooperação entre EUA e Inglaterra em matéria de espionagem que durante a II
Guerra os levou a compartilhar os êxitos alcançados com a decodificação dos
códigos nazistas e japoneses.

Na verdade, o projeto *Echelon* foi plenamente desenvolvido na década de
70, quando foram lançados os primeiros satélites comerciais destinados a
comunicações civis.

O *Echelon*, através de estações de interceptação posicionadas por todo o
mundo, capta todo o tráfego de comunicações via satélite, microondas,
celulares e por fibras óticas. Essa informação captada é processada através
dos computadores da *Agência de Segurança Nacional* (NSA) dos EUA, que
inclui sofisticados programas de reconhecimento de voz e reconhecimento de
caráter ótico, através dos quais é efetuada a pesquisa de palavras ou
frases em código, pelo sistema conhecido como *Dicionário* *Echelon*, que
levam os computadores a assinalarem as mensagens a serem gravadas e
transcritas para uma futura análise.

A NSA, com sede no *Fort George Meade*, localizado nas proximidades de
Washington, é a maior empregadora global de matemáticos que compõem as
melhores equipes de criadores e decifradores de códigos jamais reunidas. O
trabalho dessas equipes é decifrar os códigos de comunicações internas e
estrangeiras, enviando as mensagens decodificadas a uma também enorme
equipe de hábeis lingüistas para serem analisadas em cerca de cem idiomas.

Sabe-se, todavia, que o *Echelon, *após a Guerra Fria, passou a ser
utilizado para objetivos outros além de sua missão original, como as
espionagens política e industrial em alcance mundial.

Esses *objetivos outros* foram definidos após o desmantelamento do
socialismo na ex-União Soviética e na Europa do Leste, com a procura, pelos
órgãos de Inteligência dos EUA e seus parceiros no *Echelon*, de uma nova
justificativa que protegesse suas atividades, mantivesse sua importância e
os seus avultados orçamentos. A solução encontrada foi incluir como *objetivos
outros* as preocupações econômicas, comerciais e empresariais. Nesse
sentido, foi criado dentro do Departamento de Comércio dos EUA o Gabinete
de Ligação de Informações, que canaliza para as grandes empresas
norte-americanas os materiais interceptados. Na maioria dos casos, os
beneficiários desse esforço de espionagem comercial são as próprias
empresas que ajudaram a NSA a desenvolver os sistemas que compõem a rede *
Echelon* e que, muitas vezes, são a fonte de vultosas contribuições em
dinheiro aos dois principais partidos políticos dos EUA. Poder-se-ia dizer
ser essa uma relação incestuosa. Entre essas empresas são apontadas a *
Lockheed*, a *Boeing*, a *Loreal*, a *TWR* e a *Raytheon*.

Ou seja, a verdade é que o projeto *Echelon*, utilizado para conter e
eventualmente derrotar o Império Soviético durante a Guerra Fria é agora
virtualmente dirigido contra todos os cidadãos do mundo, violando
indiscriminadamente a soberania de Estados e a privacidade dos cidadãos.

Segundo se sabe, a espinha dorsal da rede *Echelon* são as estações de
escuta e recepção maciças direcionadas para os satélites *Intelsat* e *
Inmarsat*, responsáveis pela quase totalidade das comunicações via telefone
e fax, no interior dos países, entre países e continentes. Os vinte
satélites *Intelsat* transportam essencialmente tráfego civil e,
adicionalmente, comunicações diplomáticas e governamentais de interesse
particular para a *UKUSA*.

Diversas estações de rádio-escuta operadas pelo *UKUSA* estão espalhadas
por todo o mundo, localizadas em bases militares em território estrangeiro
e em remotas estações de escuta. As maiores estações de rádio-escuta da
rede encontram-se em Tangimoana/Nova Zelândia, Bamaga/Austrália,
Menwith/Inglaterra e no atol de Diego Garcia, no oceano Índico, operadas
pela NSA.

Segundo o levantamento efetuado por jornalistas e investigadores, dentro da
Europa todas as comunicações via fax, telefone e e-mails são rotineiramente
interceptadas pela estação de Menwith e enviadas, via satélite, para Fort
Mead, para análise.

Outra rede de busca paralela de alta freqüência intercepta sinais de
comunicações com o objetivo único de localizar a posição de navios,
submarinos e aviões em todo o mundo, desempenhando um papel fundamental na
monitorização dos movimentos de possíveis alvos móveis.

O poder do *Echelon* reside em sua capacidade de decifrar, filtrar,
examinar e codificar todas as mensagens interceptadas em categorias
seletivas para uma análise mais pormenorizada dos agentes dos serviços de
Inteligência das diversas agências *UKUSA*.

O *Echelon* utiliza poderosos programas de pesquisa através de palavras e
frases-chave, analisando minuciosamente os textos das mensagens com base em
complexos critérios algorítmicos. Programas de reconhecimento de vozes
convertem conversas em textos para uma análise mais aprofundada. Um sistema
extremamente avançado, o *VOICECAST*, pode visar o padrão de voz de um
indivíduo para que todos os telefonemas que essa pessoa efetue sejam
transcritos para futura análise. Ou seja, o mundo está virtualmente *
“grampeado”.*

Processando milhões de mensagens por hora, o sistema *Echelon* funciona
vinte e quatro horas por dia. É importante assinalar, todavia, que poucas
mensagens e telefonemas são transcritos e registrados. A grande maioria é
excluída após ser lida e ouvida pelo sistema. Apenas as mensagens que
contiverem as frases ou palavras-chave alvo são armazenadas para análise
posterior.

Cada estação da* UKUSA* mantém uma lista de frases e palavras-chave (essa
lista é denominada *Dicionário*). Um gestor do *Dicionário* de cada agência
é responsável por acrescentar, apagar ou alterar os critérios de frases ou
palavras-chave para seus *dicionários* em cada uma das estações.

O *Echelon* é um produto da Guerra Fria, todavia, a atual luta global
contra o terrorismo parece ter dado a essa estrutura, aos olhos de muitos,
a justificativa necessária para desenvolver uma capacidade ainda maior para
espionar os aliados, os inimigos e os cidadãos em todo o mundo, violando a
soberania dos países e a privacidade das pessoas.

Além dessa rede de espionagem global, existe também um programa de
rastreamento financeiro como parte dos esforços da luta global contra o
terrorismo. Seria o *Echelon Financeiro*.

Após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, o Departamento do
Tesouro dos EUA teria passado a rastrear possíveis financiamentos
terroristas através de um programa denominado *Sociedade Internacional para
as Telecomunicações Financeiras e Interbancarias* (*SWIFT*), que
proporciona acesso aos registros de todas as multimilionárias
transferências diárias internacionais de divisas entre oito mil bancos,
casas de câmbio, bolsas de valores e outras instituições. Segundo John
Snow, que foi Secretário do Tesouro até 30 de maio de 2006, o Programa
persegue cuidadosamente as transações financeiras de supostos terroristas
estrangeiros *“e é parte de um esforço para localizar as redes terroristas
e deter os terroristas em todo o mundo”.*
*No entanto, recentemente* – segundo o artigo *O Pior dos Maiores*, de
Olavo de Carvalho, publicado pelo *JB* de 29 de junho de 2006 – “o *The New
York Times*” – jornal que, ao que parece, se especializou no vazamento de
operações de Inteligência – *“deu todo o serviço sobre uma operação
ultra-secreta que vinha conseguindo penetrar as transações bancárias da
Al-Qaeda, colocando vidas e dólares dos terroristas a salvo do malvado
governo americano”*.

*Carlos I.S. Azambuja*<http://www.midiasemmascara.com.br/colunistas.php?aid=72>em
13 de julho de 2006


© 2006 MidiaSemMascara.org




-- 
*Klaibson Ribeiro*
Graduado em Administração de Empresas - UNISUL
Pós-graduando em Gerência de Projetos de Tecnologia da Informação - UNISUL
Membro da Associação Software de Santa Catarina - SOLISC -
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