[PSL-Brasil] A questão não é coerência, a questão é o foco

Paulo Henrique Santana phls00 em gmail.com
Quarta Julho 9 16:26:47 BRT 2014


Sério que vc vai ficar criando um novo assunto de email para cada
tópico dessa discussão sobre as redes livres??



Em 9 de julho de 2014 15:52, Thiago Zoroastro
<thiago.zoroastro em bol.com.br> escreveu:
> Anahuac,
>
>
> Você não precisa realmente ficar dizendo que outras pessoas "devem ser 20%
> coerentes". Vamos deixar de lado esse troço de "coerência" porque isso é
> muito "relativo", "subjetivo".
>
> Foco: o que precisamos para chegar um consenso que leve o Movimento a
> Movimentar, Mobilizar pessoas?
>
> 1. Avançar na adoção de tecnologias livres no Brasil.
>        Como fazer isto? Fazendo nosso lobby/influência também? O que é um
> lobby? Qual a diferença entre lobby e políticas públicas participativas?
> Quais são as práticas dos lobbistas? Quem são os lobbyies? Para quem eles
> trabalham? Vamos colocar decisões púiblicas para ciberespaços públicos e
> livre para exercer cidadania.
>
> 2. Avançar nos acordos do que significa um Movimento pelo Software Livre
>         Permanecer dependente do Facebook não é movimentar-se. O usuário não
> tem obrigação de sair. O Facebook deve facilitar a liberdade dos usuários
> URGENTEMENTE e destrancar a prisão para os usuários inocentes e leigos. O
> Brasil precisa de uma mídia social livre para ter um fluxo de informação
> mais descentralizado e bem preparado para o que vier nas eleições. O quanto
> conseguirmos DESCENTRALIZAR mais do Facebook, MELHOR.
>
> 3. Melhorar a consistência e a educação para a utilização dos Telecentros de
> Inclusão Digital
>         Tanto os Telecentros quanto os outros lugares que tiverem com
> Software Livre, que tenha Software Livre de Ouro, não software livre de
> lata. O que isso quer dizer? Liberdade de software, com o mínimo de software
> proprietário possível.
>
> ALguém quer caminhar para os CON-SEN-SOS?
>
>
> Thiago Zoroastro
>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>
>
> ________________________________
>
> De: anahuac em anahuac.eu
> Enviada: Quarta-feira, 9 de Julho de 2014 13:50
> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> Assunto: [PSL-Brasil] Nem toda rede é mídia social Re: Tipos de Redes
> Sociais
>
>
> Olá Fred,
>
> E aqui vou eu, mais uma vez, para tentar "desmisturar" essa sua
> argumentação.
> Que fique claro, ela é ótima se estivéssemos mirando na sociedade como um
> todos nesta discussão.
>
> Veja, nosso foco aqui nestas últimas threads são sobre ativistas do
> movimento software livre usando Facebook.
> Não se trata de uma campanha pública, porque infelizmente não conseguimos
> nos unir em torno de um objetivo em comum.
> Não conseguimos nem concordar que o uso das redes sociais devassas é ruim e
> deve ser evitado por todos.
>
>>
>> > 1) Bater no expoente é mais simples. Se para cada crítica tivermos
>> > que bater "em todos" terminamos não conseguindo nos fazer entender.
>> > Apesar disso eu mesmo tendo a falar de todos sempre que posso. Mas
>> > hoje os expoentes são o Facebook e o Google.
>>
>> Na verdade estou questionando justamente o ataque "nominal". Uma coisa
>> é denunciar o que o Facebook faz de bobagem. Outra coisa é, ao se
>> referir a mídias privativas, usar somente o Facebook como exemplo e
>> tolerar os outros usos. Ou seja, ao invés de bater NO Facebook,
>> deveríamos estar discutindo os problemas das mídias privativas como
>> um todo, independente de qual seja (e até citando o Facebook vez ou
>> outra, mas também citar as outras mídias). Do jeito que as coisas vêm
>> sendo colocadas, o que está sendo feita é uma marginalização de quem
>> usa o Facebook (e especificamente ele). E é esse o ponto que eu acho
>> ruim. Orientar é diferente de "bater" (e, como eu defendi antes, surte
>> mais efeito).
>
> Primeiro o que o Facebook faz não é "bobagem". É criminoso. Mas cada um
> associa o mal de acordo com o alcance que acha que a ação tem.
> Taxar o face de "bobo" é quase infantilizar seus malefícios. Uma pena que
> você veja a situação de forma tão inocente.
>
> Quanto a criticar parte do problema, ou de ser nominal, mais uma vez: o
> expoente é o Facebook. Se pudermos encontra uma forma de criar unidade no
> combate a essa mídia social, seremos efetivos em todas as demais.
> Confesso que tenho que me conter para não chorar: marginalização de quem usa
> Facebook? cara eles tem mais de um bilhão de usuários. Quem são os
> marginalizados aqui?
> É como dizer que quando "batemos" no uso de sistemas operacionais
> proprietários e citamos nominalmente a Microsoft estamos marginalizando os
> usuários de Windows. Falacioso.
>
> E não se esqueça esta é uma lista de ativistas de software livre. Nós
> deveríamos ter muito claro o quanto usar qualquer mídia social devassa é
> ruim, ponto.
> Aqui dentro, não precisamos orientar, especialmente proque os que deviam
> orientar estão tão desorientados que até defendem o uso das ditas mídias
> sociais devassas.
>
>>
>> Agora se o sujeito ainda assim quiser continuar lá... paciência. Não
>> nos compete julgar essas pessoas (por mais que nos incomode a posição
>> delas).
>
> Não aceito seu conformismo. E vou lutar contra ele tanto quanto pelo seu
> direito se sê-lo.
> Se o sujeito quiser continuar é um direito dele, tanto quanto eu tenho o meu
> de continuar criticando a ferramenta, a política, o time de futebol e
> especialmente a decisão consciente de um militante de se entregar.
>
> Ativismo só funciona se não batermos de ombro e "deixarmos pra lá" quando
> alguém afronta aqui no que acreditamos.
> Não vou deixar de fazer campanha para combater o Software Proprietário e as
> Mídias Sociais Devassas!
>
>
>>
>> > 2) Não existe esse tal de 100% de coerência. Sejamos francos, todos
>> > fazemos ou fizemos algo de que não nos orgulhamos tanto assim. Faz
>> > parte. Especialmente em uma sociedade capitalista vendida,
>> > egocentrista, consumista e corruptora como a nossa. O problema maior
>> > está sempre nos excessos.
>>
>> Mas em momento algum eu cobrei 100% de coerência. Se eu cobrasse isso,
>> também falaria que as pessoas deveriam deixar de usar celulares com
>> Androide e MacOS, deveriam deixar de usar o Netflix, deveriam abrir mão
>> de SmartTVs, videogames e de aparelhos de blu-ray (e mais outros que não
>> lembro agora). Todos esses aparelhos se comunicam com a Internet usando
>> softwares privativos e podem estar compartilhando nossos hábitos
>> diários (alguns declaradamente estão).
>
> E não deveríamos falar para as pessoas que tudo isso não deveria ser usado?
> Dessa lista me permito o uso do Androide modificado OMNI. Nada mais da sua
> lista.
>
> Tento ser coerente com aquilo que prego. Mas não há 100%.
>
>>
>> A coerência que eu acho interessante termos é a mínima, ou seja, de se
>> fazer exatamente aquilo que se prega. Se eu falo que o Facebook é ruim
>> porque é privativo, monitora e censura publicações e aprisiona os
>> conteúdos, então por que eu uso o Twitter (de novo, só pra citar UMA
>> das outras mídias), que faz a mesma coisa?
>
> Então sua exigência não tem nada de mínima. Ela é absoluta.
> Não se pode usar nenhuma mídia social devassa ou seu discurso todo não vale.
> Tenho dito mais de uma vez que o uso "certo" das Mídias Devassas, como meio
> de propaganda unilateral, ou militância contra ela mesma pode ser algo a ser
> considerado.
>
> Diferente de você não estou buscando a coerência em 100%.
>
>
>> Ou fazendo a pergunta ao
>> contrário, se eu acho importante não abrir mão do Twitter (de novo,
>> citando somente uma das mídias), então como eu posso criticar as
>> pessoas que usam o Facebook, alegando que é importante pra elas?
>
> Fato. Mas me permito ter meu percentual de incoerência. Não vejo no Twitter
> os mesmos malefícios que no Facebook.
> Mas é claro que ando buscando alternativas.
>
>> A coerência que eu citei é a do "faça o que eu digo, mas não faça o que
>> eu faço".
>
> Exatamente: eu não suo MacOS, nem NetFlix, nem SmartTV, nem Flash, nem
> Chrome, nem Skype, nem Windows, nem instagram, nem... a lista é bem grande.
> Mas o que você quer é que além de tudo isso, eu não use também o twitter. O
> problema é com minha conta no Twitter?
>
> Lembra do "coerenciômetro"? Você parece estar no cara que é 20% coerente, se
> queixando de quem é 80%.
> Perceba que seu pedido de coerência não é mínimo. Ele é absoluto. Hoje
> porque eu tenho uma conta no Twitter, amanhã porque meu relógio é Casio.
> Enquanto isso os não coerentes podem usar todos os recursos para me manter
> isolado na posição de radical?
>
> Como fico no caso de meu declarado anti capitalismo?
> Não poderei mais entrar numa loja e comprar nada. Devo plantar meu próprio
> algodão, fiar, colorir e costurar para ser coerente?
> Ser um consumista (impossível não sê-lo) consciente e tentar minimizar os
> impactos dele, não vale nada.
>
>> Inclusive, por exemplo, a Diaspora tem uma página oficial no
>> Facebook, atualizada constantemente. Se ela pode, por que as outras
>> pessoas não podem?
>
> Porque o Diaspora está fazendo campanha cotidianamente para que as pessoas
> saiam de lá.
> O Disapora não convive com as pessoas, não entrega seus dados para a rede,
> não envia fotos dos seus entes queridos, nem saldo bancário, nem desejos de
> compras.
> Antes de poder se comparar com o Diaspora, a pessoa tem que olhar para o
> próprio umbigo e perceber que seu próprio grau de coerência é tão pequeno
> que não lhe cabe a crítica.
>
> Mas é claro que seria muito mais simples não ter conta lá.
> Inclusive acontece raciocínio simplista com o FISL, Debian e muitas outras
> iniciativas pro Software Livre que estão por lá. Confunde as pessoas.
>
>
>>
>> > Resumindo: contribuição/desenvolvimento não é nem um pouco mais ou
>> > menos importante do que o ativismo social GNU. São dois alicerces
>> > fundamentais, e um sem o outro não transforma o "status quo".
>>
>> Bom, o objetivo do último parágrafo era pra ser irônico e ter um tom
>> divertido, mas já que ele foi tão levado a sério, vamos lá. :-)
>
> Como comediante você é um ótimo professor :-)
>
>> Em momento algum eu questionei ativismo social e nem falei que
>> contribuir/desenvolver fosse mais ou menos importante. Minha fala exata
>> foi:
>>
>> "Isso [colaborar/desenvolver], aliás, costuma ser bem mais produtivo do
>> que ficar discutindo prós e contras de mídias sociais."
>
> Pois disse sim :-)
>
> "colaborar costuma ser bem mais produtivo" = Contribuir
> "do que ficar discutindo prós e contras de mídias sociais" = Ativismo
>
> Acho que a interpretação é clara! Você está colocando a contribuição acima
> do ativismo.
>
>> Ou seja, estou comparando com a discussão sobre mídias sociais e não
>> ativismo como um todo.
>
> E quando não deixa isso muitíssimo claro induz ao erro de interpretação que
> a OSI adora.
>
>> Isso porque, e aí está a ironia que eu coloquei,
>> pra mim, ficar discutindo se quem usa Facebook é alienado ou não, se o
>> Facebook é ruim ou não, etc... não leva a lugar nenhum e não acrescenta
>> nada ao movimento de software livre. Contribuir com algum software
>> surtiria mais efeito que isso (daí a palavra "produtivo").
>
> Então não é ironia. É sua opinião pessoal.
> Esse tipo de ativismo não leva a nada, é melhor fazer outra coisa.
>
> Então aqui vai a minha opinião: melhor fazer as duas coisas :-)
> E "menos pior" contribuir com algum projeto sem usar o Facebook.
>
>
>>
>> E, mais uma vez, eu defendo que se quisermos realmente apresentar pras
>> pessoas o que é o software livre temos que mostrar o que temos de bom,
>> tanto tecnicamente quanto socialmente. Temos que ter mais atenção com
>> essas pessoas. Pensarmos mecanismos de transição e amparo nessa
>> transição. E, principalmente, termos paciência, porque a mudança não
>> é da noite pro dia. Senão, a gente vai continuar sendo ignorado pelas
>> pessoas, que sempre vão olhar pra gente como "aquele pessoal chato do
>> software livre que não gosta de nada". E isso, pra mim, não contribui
>> em NADA com a disseminação do software livre. Ao contrário, criar esse
>> tipo de estigma só nos prejudica.
>
> Concordo plenamente.
> Mas aqui, nesta lista não estamos falando para "as pessoas" comuns. Estamos
> travando um embate duríssimo com a ala mais velhaca, retrograda, acomodada e
> vendida do Movimento Software Livre.
> Aqui não estamos tentando fazer usuários "inocentes e desavisados" deixarem
> de usar o Facebook. Estamos lidando com experientes usuários e ativistas do
> Software Livre que se recusam, com todas suas forças, a falar abertamente o
> quanto é nocivo seu uso.
>
> Aqui estamos derrubando muralhas e não cuidando do retoque.
>
> Quando, juntos, como movimento formos traçar as estratégias para atingir a
> maior quantidade possível de pessoas, ai sim, seus argumentos serão
> perfeitos.
>
>>
>> Mas essa é uma posição minha. Eu sou professor e vejo constantemente em
>> minha prática o quão é difícil mudar o jeito de pensar das pessoas. Mas
>> isso é da natureza humana e o meu papel e trabalhar nessa mudança e não
>> ficar cobrando resultados. Porque a única coisa que conseguimos fazer é
>> apontar o caminho da melhor forma possível. Se a pessoa vai segui-lo ou
>> não, nós não temos nenhum controle (a não ser que exista abuso de
>> força).
>
> Claro que há controle sem o uso da força, chama-se marketing, propaganda e
> venda.
> E temos que fazer isso também. Mas primeiro temos que saber o que vender.
> Por agora são temos nada para vender. Na verdade estamos mais para vendidos.
>
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>>
>> Um abraço e até mais.
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