[PSL-Brasil] Fabianne x Anahuac: OSI x SL

Terça Outubro 28 08:49:51 BRST 2014

não tenho problema nenhum em integrar outros grupos,
já faço isso faz tempo.

também não tenho problemas em você não me achar ativista,
não preciso de rótulos para fazer o que acho certo.

menos problema ainda vejo em isso aqui virar um grupo que segue
fielmente ao Stallman, apenas acho que esta prerrogativa tem que estar
bem clara nas regras da lista. E digo isso porque Software Livre e Stallman
não são sinônimos, embora muita gente ache que são. Isso estar
claro nas regras da lista vai evitar confusão.

portanto meu problema está em se definir o que este grupo aceita
ou não aceita. Se a política de interação aqui dentro vai ser a que é
utilizada pela FSF ou vai ser a da perseguição a qualquer um que
tenha conta na google, use ubuntu em oficinas, etc.

porque uma coisa é certa: do jeito que tá, não sou mais afins de ficar.

.

2014-10-27 23:01 GMT-02:00 <anahuac em anahuac.eu>:

>
> > Pronto Fabianne e Anahuac, podem continuar discutindo/dialogando/brigando
> > nesse tópico exclusivo pra vocês :-D
> > Ele foi feito com todo o carinho e amizade que tenho por vocês...  S2
> > Assim vocês não misturam os assuntos daquela outra discussão sobre o que
> > podemos fazer a partir de agora.
>
> Obrigado Paulo pela iniciativa de criar um tópico só para a Fabs e eu...
> tipo assim, um cantinho só nosso :-)
>
> Decidi mudar o assunto, porque o que era, neste caso é menos importante,
> daquilo que será. Meio poético, mas real.
>
> >
> > Ué, Anahuac, você é uma destas pessoas.
> > Vou copiar um diálogo teu com o Akira
> > aqui para você poder se lembrar:
> >
> > Akira:
> > - Acho que você rotular tudo que seja pragmático como OSI não é produtivo
> > para a disseminação do Software Livre.
> >
> > Você:
> > - Não estou preocupado em disseminar o Software Livre .
> > Akira, leia com atençã o , vou repetir: nã o estou preocupado em
> disseminar o
> > Software Livre !
> > O que me preocupa é a essência do Movimento Software Livre ser
> contaminado
> > pelas ideias, metodologias, complacências e falta de preocupações éticas
> e
> > filosóficas da OSI, ao ponto de não se sustentar mais.
> >
>
> Obrigado por descontextualizar o significado, mas ainda assim útil para
> tentar, mais uma vez te fazer entender.
> Talvez por você não ser da área, como você mesmo afirma abaixo.
>
>
> >
> > Pra mim ficou bem claro o recado.
>
> Acho que não ficou não... por isso vou explicar de novo, apontando para
> textos mais explícitos.
>
> >
> > Mas se você quis dizer algo diferente disso, deveria ter talvez
> > substituído a palavra software livre por código aberto, aí talvez
> > fizesse mais sentido, sei lá.
>
> No contexto de onde você tirou esse trecho e em todos os meus demais
> artigos - que pelo visto você tem se recusado a ler - o enfoque não é a
> disseminação.
> Veja bem, a interpretação seria "não estou preocupado em disseminar o
> Software Livre" + "a qualquer custo". O "a qualquer custo" está implícito
> nessa frase específica e absolutamente explícita em todos os argumentos de
> todos meus artigos e trocas de mensagens nesta lista nos últimos meses: o
> enfoque na disseminação minou o Software Livre, tornando-o complacente com
> o Software Proprietário e com as imoralidades das redes sociais devassas e
> suas ferramentas vis.
>
> Mas assim, não preciso te explicar isso aqui. Mais uma vez te convido a
> ler alguns dos meus artigos onde detalho, as vezes de forma ríspida [1], em
> outras de forma carinhosa[2], todos os argumentos sobre como essa mistura
> homogênea fragilizou o Software Livre e fortaleceu a OSI. Recorrendo a mais
> um daqueles exemplos didáticos: é como Café com muito açúcar. Tem cara de
> café, cheiro de café, mas quando se prova, ficá nítido que quem se
> beneficiou foi o doce e não o café.
>
> E eu entendo sua dificuldade em entender isso. Você não é a única. Hoje
> diria que você faz parte da maioria absoluta dos que tomam café doce
> achando que estão tomando um BOM café.
>
> > E se usar Ubuntu para fazer uma
> > oficina não pode ser considerado disseminar software livre, eu
> > também tampouco tenho interesse em continuar no grupo.
>
> Você não deveria deixar de ter interesse de continuar no grupo. Quem sabe
> você possa encontrar um grupo de Ubuntueiros que não se importem em usar
> Software Proprietário ou de terem sido enganados desavergonhadamente pela
> Canonical.
>
> Sobre o porque não devemos usar Ubuntu para disseminar Software Livre você
> pode ler este outro artigo: Microsoftização da Canonical [3]-
> http://www.anahuac.eu/?p=47
>
> Cada um é livre para escolher o grupo que mais afinidade tenha com sua
> própria visão do mundo, mas o que não me parece certo é que você acredite
> que o Movimento Software Livre deve abrir mão de seus valores filosóficos,
> éticos e morais em favor de sua disseminação. Na verdade esse é o
> embasamento OSIsta: complacência em favor da disseminação.
>
> Sobre o porque o OSI venceu o Software Livre e porque estamos nesta
> encruzilhada você pode ler este outro artigo: Pragmatismo Open Source
> ameaça o Software Livre [4] - http://www.anahuac.eu/?p=398
>
> Por favor, não me interprete mal. Estou pedindo que leia os artigos, não
> que concorde com eles e menos ainda com os argumentos.
>
> > Num ambiente onde você tem pessoas da comunidade com
> > competência para instalar distros que exigem um pouco mais
> > de conhecimento, faz muito sentido tentar não usar Ubuntu.
>
> Dizer que o Ubuntu é mais fácil de usar ou de instalar que qualquer outra
> distro "main stream" é um equívoco.
> Você devia tenar instalar um Mint, Debian, openSUSE, Fedora ou Mandriva.
> Acredite quando lhe digo que os instaladores melhoraram muito mesmo!
> E sei que o Ubuntu teve um importante papel nesse processo. Como tenho
> descrito em meus artigos, eu fui um usuário contumaz de Ubuntu.
>
> O perigo da facilidade de uso é que ele leva à complacência. Assim da
> mesma forma que você usa esse argumento para colocar os preceitos
> ideológicos, morais e éticos em segundo plano, ele será usado para escalar
> o uso de Software não Livre. Você querendo usar Ubuntu e o Alberto querendo
> usar iPad. Esse é o problema.
>
> > Mas quando tua área não é a da informática, como é meu caso
> > coisas muito triviais para um técnico se tornam um pesadelo
> > para alguém no meio de um processo criativo, por exemplo.
>
> Entendo perfeitamente, mas ai é aquele lance de "cada macaco no seu
> galho". Eu não entendo nada de vídeos e gráficos e tals.
> Quando preciso de algo nessa área, peço ajuda de quem sabe. Sugiro que
> você faça o mesmo.
>
> > Eu me enveredei pela informática não para ser minha profissão,
> > mas para saber o que tem dentro da minha máquina, para hackear
> > meu instrumento de produção artística inspirada no mesmo modo
> > que John Cage hackeava seus pianos. E me enveredei pelo
> > software livre porque é o único que me deixa fazer isso,
> > o único que me dá essa liberdade. Só que tem coisa que
> > ao invés de me dar liberdade, me trava completamente.
> > Então eu preciso equilibrar estes dois mundos porque eu
> > tampouco sigo fielmente o Stallman, não vou deixar um
> > filme com áudio ruim porque não tem filtro livre adequado.
> > O aspecto estético pro Stalllman, que é mais técnico, é
> > secundário. Pra mim, que sou mais artista, ele é indispensável.
>
> Seu argumento é impecável para quem não é um ativista Software Livre.
> A partir do momento que você assume que não segue fielmente o Stallman e
> que faz concessões então você tem que assumir esse papel mediano.
> Eu posso e tenho que respeitar sua decisão pessoal de não ser uma ativista
> Software Livre, mas você tem que encontra seu meio. Neste grupo estamos -
> ou deveríamos - discutir Software Livre e não o quanto é aceitável não
> usá-lo para disseminá-lo.
> Permita-me ser claro: você não pode pedir a um ativista que abra mão de
> sua convicção poque você abriu mão da sua.
>
> É como entra numa lista de veganos e reclamar com eles porque eles não
> querem entender que comer carne, de vez em quando, não faz mal algum ou não
> fere sua ideologia. Fere sim!
> Não quer ser vegana, tudo bem, mas faz o favor de respeitar quem quer ser.
>
>
> > Então aqui acho que entra bem certinho o papo hacker que o
> > Akira vinha trazendo: o movimento software livre brasileiro pode
> > ter outros tipos de hacker que não sejam necessariamente
> > profissionais da computação?
>
> Sim, claro que sim! Colaboradores são muito bem vindos em qualquer
> movimento social, mesmo os menos engajados e/ou convictos, mesmo os
> eventuais, mesmo os que só vão para as festas.
> Mas aqui está acontecendo algo muito mais grave. Tenho dito que o processo
> de confundir Software Livre com OSI - o famigerado FLOSS - é um movimento
> deliberado de sabotagem para enfraquecer os preceitos ideológicos, morais e
> éticvos do Software Livre, isolando a FSF e o Stallman.
>
>
> > A FSF não vê problema algum nisso, e como já comentei aqui, tampouco tem
> esta nóia de ficar
> > fazendo bullying com quem tem conta na google. Eles alertam para que se
> tome cuidado, mas nas listas públicas não vêem
> > por que ficar patrulhando algo desse tipo.
>
> Eu acho que você podia se inscrever na lista da FSF :-) Eu não estou por
> lá, então não encher sua paciência :-)
> Eu não pertenço a FSF, não represento a FSF, não trabalho na FSF. Eu faço
> parte do Movimento Software Livre.
>
> E se tem alguém fazendo bullying é você mesma. Que insiste que eu devo
> ficar calado às suas ofensas, incoerências e "equilíbrios".
> Sempre que você você falar em Software Proprietário ou serei impelido a
> argumentar contra. É reação.
>
> > Aliás, já que estamos falando na google, que tipo de email hoje em dia
> > alguém sem nenhuma condição de pagar por um email
>
> Essa é outra falácia. Como assim sem condição de pagar por um e-mail?
> Tem provedores que fazem pacotes com número ilimitado de caixas postais
> por R$ 10,00 por mês.
> Quem sabe você poderia capitalizar uma iniciativa assim: junte uma galera,
> banquem um domínio em um hosting em algum lugar e distribuam contas de
> e-mail para quem não pode pagar.
>
> A verdade é que manter e gerenciar servidores de e-mail da muito trabalho
> e ninguém quer fazer isso de graça. E acredite, nem o Google.
>
>
> > e com pouquíssimo conhecimento em informática poderia utilizar? As
> opções livres que
> > conheço tem uma interface complicada, precisam de convite, etc.
> > Não tem jeito de conseguir fazer o pessoal se engajar nelas.
>
> Se esse argumento fosse válido nesta lista, a do Projeto Software Livre
> Brasil, não estaríamos usando GNU, mas Windows.
> Se não acharmos formas das pessoas se engajarem, pelo jeito certo, entendo
> o que é Software Livre, elas terminarão assim, confusas como você.
> Colocando facilidade de uso acima de qualquer conceito moral ou ético.
> As pessoas deveriam se engajar no Software Livre porque é o certo a ser
> feito. Amigabilidade, facilidade, apelo visual... isso chega naturalmente.
> Quem viu uma distro GNU em 2004 e vê outra agora em 2014, como você, sabe
> disso.
>
> > Saludos,
>
> Saudações Livres!
>
> >
> >
> > Fabs
> >
>
>
> 1 - OSIntoso - meias mentiras - http://www.anahuac.eu/?p=475
> 2 - Para Bárbara, Software Livre com amor - http://www.anahuac.eu/?p=475
> 3 - Microsoftização da Canonical - http://www.anahuac.eu/?p=47
> 4 - Pragmatismo Open Source ameaça o Software Livre -
> http://www.anahuac.eu/?p=398
>
>
> --
> Anahuac de Paula Gil
>
> Anahuac - http://www.anahuac.eu
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