[PSL-Brasil] Exemplos de softwares livres pagos

fabianne balvedi fabs em estudiolivre.org
Terça Abril 7 10:57:47 BRT 2015


2015-04-03 13:08 GMT-03:00 Juliana Oliveira <julyms.85 em gmail.com>:

> Oi gente, tudo bem?
>
> Talvez seja uma pergunta boba e tenha uma fonte onde possa achar essa
> resposta, mas não achei...
>
> Alguém pode me dar exemplos de alguns softwares livres pagos?
>


na prática, a realidade é que nenhum software, hoje, é gratuito,
seja ele livre ou proprietário. Como vivemos em uma economia
capitalista, a consequência é que todos eles são pagos, seja
pelo tempo do programador, seja por uma quantia em dinheiro,
seja pelo adware ou spyware que se instala junto, seja
pelo escambo proposto: ele SEMPRE tem um custo.

o código do Blender, por exemplo, foi comprado pela sua
comunidade ao redor do mundo e colocado sob responsabilidade
da Blender Foundation [1]. A continuidade de seu desenvolvimento
é paga através de ações de pré-venda de filmes e jogos e também
financiada por instituições educacionais e culturais. Mas as pessoas
tem uma cultura de achar que, porque baixam o Blender sem a exigência
de pagamento no site, ele é gratuito. Não é! Ele tem um custo altíssimo
de manutenção, e porque sei que existem pessoas que estão pagando
por isso, não vejo porque dizer que ele é gratuito. Prefiro dizer que é a
generosidade de uma comunidade permite que ele seja fornecido
sem custo para quem não tem condições de, ou simplesmente não
quer, ajudar na manutenção de seu desenvolvimento.

na página do manifesto GNU é possível encontrar várias sugestões
de modelos de negócios para a sustentabilidade no desenvolvimento
de softwares livres [2]. Mas a ressalva que se faz é que não são modelos
que irão fazer essas pessoas terem lucros extraordinários.

mas que programador de software proprietário tem lucros extraordinários?
Bill Gates, por exemplo, lucrou muito mais com o que outros programaram
do que com os códigos que ele mesmo produziu, então é a figura desse
intermediário que acaba quase sempre ficando com a maior parte do bolo,
como em qualquer outra profissão com estas características.

portanto, acho que evitar o termo gratuito não somente favorece à
filosofia do SL como também valoriza o capital social e monetário
envolvidos na produção do SL. Isso porque ainda não estamos
dentro de uma economia baseada em dádivas, mas sim baseada
em capitais. Mas se algum dia a humanidade conseguir evoluir para
a economia da dádiva [3], aí sim não haverá problema algum em
se referir ao SL como sendo gratuito, porque tudo será gratuito,
inclusive o nosso tempo.


[1] https://www.blender.org/foundation/history/
[2] https://www.gnu.org/gnu/manifesto.pt-br.html
[3] http://culturadissonante.blogspot.com.br/2013/04/dar-e-receber.html



saludos,

fabs

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