[PSL-DF] "Criacao" do PSL-DF ocorreu hoje (!?!?!)

Marcelo Akira marcelo.akira em gmail.com
Quarta Dezembro 17 12:08:47 BRST 2014


Olá Ronald, Deivi, Eustáquio, Diego e demais membros do PSL-DF,

Sou fundador do PSL-GO, já passei por problema semelhante em Goiás,
onde moro. Eu morei 6 anos no DF  e neste período, Eu, Diego Viegas e
Lucius Curado coordenamos o primeiro FLISOL-DF realizado na UnB. O
problema é complexo e cíclico, para quem não conhece a história de
conflitos entre ASLs/PSLs, está condenado a repeti-la.

Em 17 de dezembro de 2014 10:09, Ronald Emerson Scherolt da Costa
<scherolt em gmail.com> escreveu:
> Como mobilizador do PSL-DF desde o princípio e como um Professor ativista de
> SL que sempre divulgou esta lista em todas as IES privadas por onde passei
> no DF também considero que a reunião e todo esse processo é um GRANDE
> EQUÍVOCO. Já começou muito mal e sem nenhuma transparência. Eu estive
> presente na reunião da ASL quando essa proposta de incluir o sindicato nesse
> processo de SL do DF mas não achei que chegaria a esse nível.
> Eu mais do que ninguém defendo a representatividade do SL no DF mas a meu
> ver não desta forma!

Tenho defendido que os PSL-* são comunidades de Software Livre que
possuem autonomia e pelo menos nos que conheço (GO, BA, DF) não
possuem estatuto e portanto não há representação formal. O PSL-GO
possui um manifesto [0] escrito e lido pelos seus participantes no
primeiro FGSL em 2004. Nunca houve compromisso formal ou informal de
submissão do PSLGO a uma ASL*.

> Reitero aqui minha proposta de termos uma Associação Candangos de Software
> Livre (http://acsl.blog.br/) . Eu e o Eustáquio e outros estamos batalhando
> por ela até hoje mas não conseguimos tirar-lá do papel.

Quando uma comunidade começa a realizar trabalhos, como eventos e
projetos, é normal que surja a necessidade de alguns formalismos, tais
como: CNPJ e Nota Fiscal para receber doações; Estatuto Social para
poder participar de editais; etc. A solução, para alguns, é migrar
membros da comunidade aberta para uma associação fechada. No entanto,
essa migração traz várias possíveis armadilhas que é necessário
evitar, tenho comigo alguns princípios básicos para não se confundir
ASL com PSL e manter uma boa relação entre associação e comunidade:

- Uma associação não pode apropriar-se da comunidade, nem de seus projetos.
- Uma associação deve existir para servir as comunidades e projetos de
software livre, respeitando-se sua autonomia, não interferindo-se em
seus processos decisórios;
- A associação não representa a comunidade, mas a apoia formalmente na
sociedade com CNPJ, conta-corrente, apoio contábil, administrativo e
formal;
- A comunidade tem autonomia para escolher qual associação que deve
apoiá-la administrativamente;
- A associação é uma entidade formal e portanto deve cumprir
formalidades a risca: prestar contas; cobrar mensalidades; publicar
editais; eleger diretoria e conselho fiscal; pagar impostos; etc;
- A comunidade é uma entidade virtual e deve ser como ela é: ágil;
informal; simples; liderança natural e voluntária, etc.

Em uma analogia, vejo que uma boa relação entre comunidade e
associação é respectivamente entre e software e hardware, reflitam.
Alguns modelos de sucesso, que seguem esses princípios: Comunidade
Debian e SPI; Comunidade Python Brasil e Associação Python Brasil,
etc;

Para não repetirmos os erros do passado segue um pouco de história. O
PSL-GO surgiu em 2004, realizou os FGSLs seguintes e em 2006 [2]
surgiu a ASLGO, que assumiu a "propriedade" do FGSL por vários anos.
Hoje, o FGSL se tornou uma comunidade e a ASLGO é uma entidade formal
em crise, que não consegue convocar assembleia, desde 2011 [3]. FGSL é
hoje mais do que um evento, é uma comunidade forte, auto-sustentável
financeiramente, com identidade e objetivos bem definidos. Em janeiro
está previsto uma reunião para definir como a comunidade FGSL pode
ajudar financeiramente a ASLGO.

> Neste momento estou articulando outro projeto chamado #grita
> (http://grita.net.br/)
> Ficariam muito feliz que em a partir dessa mobilização de retomada
> avançarmos nos dois projetos acima. Eu pretendo marcar uma reunião e vou
> divulgar por aqui para compartilhar minhas ideias para buscar colaboradores
> interessados em projetos e articulações de SL para o DF.

Há muitos projetos e comunidades de Software Livre e muito
voluntariado interessado em colaborar. Eu acho que cada comunidade não
precisaria se tornar uma associação, pois isso em geral, desfigura a
comunidade e altera seu modo de operar, podendo levá-la a diminuir em
vez de crescer. Manter uma associação gera um grande 'overhead'
administrativo que voluntários de uma comunidade não suportaria. Por
isso, acho que não precisamos de proliferar associações, mas sim
fundirmos todas em uma só (RS, GO, SC, DF, Gama, etc), de forma que
compartilhássemos o esforço e o overhead administrativo em uma
Associação de âmbito nacional, que atendesse as necessidades
administrativas de várias comunidades.

> Temos uma história nesta lista e precisamos preservá-la!!! Vamos valorizar
> quem realmente faz alguma coisa pelo SL no DF!!! Nós !!!!

Quem faz realmente os projetos acontecerem é a comunidade e muitas
vezes isso não é percebido. Fiz um levantamento de horas voluntárias
doadas para o FGSL e foi cerca de R$ 100 mil e que é mais que os
patrocínios e inscrições - cerca de R$ 40 mil e isso é pouco
contabilizado e valorizado. Há estimativas que o Debian vale US$ 19 bi
[4] e é mantido essencialmente por uma comunidade. Precisamos de
mensurar e reconhecer o valor das comunidades.

Espero que o que tenho escrito evite que novas gerações das
comunidades de Software Livre repitam os erros do passado.

[0] http://wiki.softwarelivre.org/PSLGO/ManifestoPSLGO
[1] http://wiki.softwarelivre.org/PSLGO/Noticia20060110094229
[2] http://www.aslgo.org.br/images/ata%20n%20001%20-%20asl-go.pdf
[3] http://www.aslgo.org.br/index.php
[4] http://blog.james.rcpt.to/2012/02/13/debian-wheezy-us19-billion-your-price-free/
-- 
Marcelo Akira Inuzuka
(62) 9261-4004


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