[Psl-es] Fwd: [PSL-Brasil] Um projeto livre (e brasileiro) para o cinema (inclusive com câmera opensource)

Albino Biasutti Neto binoabn em gmail.com
Domingo Dezembro 2 22:20:27 BRST 2012


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From: Ronaldo Lages * ASL.Org <rclages em softwarelivre.org>
Date: 2012/11/26
Subject: [PSL-Brasil] Um projeto livre (e brasileiro) para o cinema
(inclusive com câmera opensource)
To: PSL Brasil <psl-brasil em listas.softwarelivre.org>, ASL Sócios
<socios-asl em listas.softwarelivre.org>


Um projeto livre para o cinema

Link original e fotos:
http://blogs.estadao.com.br/link/um-projeto-livre-para-o-cinema/

Por Murilo Roncolato

Curta-metragem incorpora o espírito do software livre à própria
produção, usando até uma câmera ‘open source’

Flávio Soares teve o corpo da câmera emprestado por um ano para
realizar o projeto. Foto: EPITÁCIO PESSOA/ESTADÃO

SÃO PAULO – O paulistano Flávio Soares, de 32 anos, queria gravar um
curta-metragem usando software livre. Estudando formas mais baratas e
menos problemáticas de fazer um filme para o cinema, ele se deparou
com a Elphel, uma câmera desenvolvida pelo físico russo Andrey
Filippov, conhecida por ter toda a sua documentação aberta. Os
softwares internos estão disponíveis na internet sob licença GNU GPL
(General Public License), o tipo mais comum para designar criações que
podem ser copiadas e alteradas sem pagamento de royalties.

Quando a Elphel entrou em cena, o curta-metragem Floresta Vermelha
passou a ser coadjuvante na história pioneira de criar um filme
narrativo usando não apenas uma câmera aberta, mas também softwares de
edição livres e um site de crowdfunding para obter recursos para a
empreitada. “As pessoas começaram a se oferecer para ajudar no projeto
só porque achavam legal”, conta Flávio, que também é o diretor do
curta-metragem.

Para viabilizar o projeto, o brasileiro pediu uma das câmeras
emprestadas à fabricante. A Elphel estranhou, já que não havia
desenhado seus aparelhos para o cinema, mas sim para projetos
científicos (o Google usa câmeras Elphel nos carros do Street View e
para escanear livros para o serviço Books).

Flávio colocou as mãos na câmera em abril com a condição de que
documentasse suas experiências e devolvesse tudo em janeiro de 2013. A
câmera não tinha tecla Rec, nem lente. Era uma caixa preta com entrada
para um cabo que deve ser ligado a um computador, que controla tudo.
“É quase como gravar um filme analógico no digital, mas pior, porque a
gente não vê o que está fazendo.”

O diretor do curta adaptou uma lente para a câmera que, somada ao fato
de estar sempre ligada a um computador, acabou moldando também o
roteiro. “Tive de criar um roteiro basicamente de cenas internas para
não ter de ficar andando com esse monte de fio por aí.”

O curta conta a história de um jovem chamado Nikolai, que volta para a
casa dos pais em uma pequena vila onde a floresta adquire um brilho
vermelho quando escurece. Lá, reencontra a mãe e a irmã, que aguardam
o pai retornar do trabalho.

Escolhas. Flávio se tornou um entusiasta de software livre após montar
uma rádio web na universidade, onde cursou jornalismo. Fez, então,
documentários sobre maracatu e vídeos experimentais em desfiles de
moda. Hoje, está prestes a receber um certificado em gestão de
sustentabilidade pela Fundação Getúlio Vargas. Para ele, todo seu
currículo faz sentido. “É como aquela história do Steve Jobs sobre os
pontos que vão se ligando durante a vida.”

Um dos pontos que levou Soares a optar pela câmera Elphel foi que,
além do baixo custo quando comparada com outras câmeras profissionais,
ela gravava em formato RAW, que preserva todas as informações e
camadas das cenas captadas, o que dá grande liberdade para os
processos de edição e pós-produção. Ele passou um ano e meio
estudando, pela internet, como faria para tudo funcionar.

“Muito do que eu sei veio do aprendizado que tive que buscar por
necessidade. A gente perde tempo, mas vale a pena.” O estudo rendeu um
artigo técnico, o único disponível na rede, sobre como usar a câmera
aberta para cinema digital.

Financiamento. Para sair do papel, foi decidido que o projeto seria
bancado por mecenato colaborativo, o chamado crowdfunding. O Floresta
Vermelha entrou para o site Catarse com o pedido de R$ 6.500 para
ajudar a custear os gastos com o curta. O valor foi atingido na
quinta-feira, com doações de 92 pessoas que, entre outras coisas,
receberão convites para a festa de lançamento do curta no dia 30, em
um espaço no bairro da Lapa, em São Paulo. Durante a exibição do
filme, haverá também uma apresentação da banda responsável pela trilha
sonora.

“Pensamos em tentar o dinheiro através de edital, mas tinha certeza
que (os avaliadores) não entenderiam o projeto. Por isso buscamos um
sistema alternativo”, diz Soares.

O projeto se ligou a uma organização criada na Europa chamada Apertus,
que tem por objetivo contribuir para o desenvolvimento do cinema livre
no mundo. Flávio se aproximou do grupo e, graças ao Floresta Vermelha,
chamou a atenção e foi eleito para o conselho executivo.

A Apertus se originou a partir da utilização das câmeras livres
norte-americanas, mas se apressou em dar início ao desenvolvimento de
uma própria, chamada Axiom, com resolução melhor, de 4k (4096 × 2160)
– o dobro do modelo mais recente da Elphel –, e própria para o cinema.

O anúncio provocou ansiedade nos membros desse mercado, que já
vislumbram que haverá investimento mais pesado no desenvolvimento
aberto e colaborativo de plataformas (software e hardware) no futuro.

“Essa revolução pode começar com a Axiom”, escreveu o cineasta
austríaco Tobis Deml, em no artigo “Hollywood precisa de uma câmera de
código aberto?”. “Se a Axiom obtiver sucesso em seu desenvolvimento,
causará um impacto tão grande na indústria do cinema, de maneira que
outros fabricantes seguirão seu exemplo para não correrem o risco de
ficar para trás”, diz Deml.

Uma câmera livre não significa que necessariamente qualquer um vai
poder criar uma máquina na garagem de casa. Segundo Flávio, o processo
é bem diferente, por exemplo, de uma placa Arduino, que permite
gerenciar qualquer tipo de dispositivo, de uma impressora 3D a um
sistema de irrigação.

“Câmeras são mais complexas e ainda há partes delas, como alguns
sensores, que são de tecnologia fechada. Mas o software que lê o
sensor já é livre”, explica Deml. Segundo Soares, a importância da
documentação técnica da câmera ser aberta e disponível na internet é
que, assim, outras pessoas podem adquirir aquele conhecimento
específico e criar coisas ainda mais avançadas. Para ele, é assim que
a indústria deve se desenvolver.

“O legal do código aberto é que permite que outras pessoas façam e
melhorem as coisas, e só dá para fazer porque as ferramentas estão aí.
É só usar.”

—-

Paz, Vida Longa e Prospere!

Ronaldo Cardozo Lages
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2009 Organizador do SoLiSC [http://www.solisc.org.br/]
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Albino


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