[Cisl-comunidade] Situação do Expresso no Governo Federal
Luis Listas
lfl em soeiro.com.br
Sexta Outubro 2 21:47:42 BRT 2015
Caro Cristiano
Em sex 02 out 2015, às 19:12:03, Cristiano Machado Cesário escreveu:
> Não licitamos errado Felipe. Me desculpe mas você é que não entendeu meu
> comentário. Nossa necessidade não era licitar um serviço de correio apenas,
> mas todo o serviço de datacenter (incluindo correio, mensageria, banco de
> dados e hospedagem web).
> Nosso datacenter não fica aqui dentro e não fica
> no Serpro, mas sim na empresa terceirizada.
Não há nada de grave em relação a quer utilizar esses tipos de recursos
terceirizados. No entanto, muitas vezes isso pode sair muito mais caro que
dentro do próprio órgão. Mas cada caso é um caso.
> (...)
>
> Como eu disse, colocamos os
> requisitos técnicos (e ser um software livre está longe de ser um requisito
> técnico) e a empresa vencedora nos atendeu com o menor custo.
Você pode ter razão quanto a não considerar software livre um requisito
técnico. No entanto, o requisito ser software livre é estratégico e está muito
acima em importância do que o mero requisito técnico.
Como os colegas da CONAB sempre nos mostram, muitas coisas podem ser feitas, e
muito bem, usando software livre. Mas no caso específico de vocês, o ideal
seria contratar um serviço de correio, mensageria, banco de dados e hospedagem
web que usassem apenas software livre com a opção (ou obrigação) do fornecedor
efetuar integração, caso necessário, dos diversos módulos.
Apenas o valor a ser pago pelas licenças dos softwares proprietários pagariam
o desenvolvimento de novos módulos, instalação e configuração de todos os
serviços. Mas observe que essa parte financeira nem seria o principal. O
principal é que a solução seria do seu órgão, seria independente do seu
fornecedor atual e poderia ser adotada por qualquer fornecedor, a qualquer
momento e poderia, ainda, migrar sem custos adicionais para os seus próprios
servidores, se assim vocês decidissem.
Apenas como referência, correio eletrônico (postfix+dovecote), mensageria
(prosody no servidor, Gaijim nos desktops e Conversations para Android), banco
de dados (PostgreSQL, entre os melhores do mundo) e hospedagem Web, com
capacidade para atender mil usuários não custa mais do que 200 dólares por mês
para pessoas físicas. Sai até por 5 dólares por mês para 20 usuários. Claro
que não inclui o valor da mão de obra de instalação e configuração de tudo,
mas um profissional consegue fazer tudo isso em menos de semana. Depois, seria
apenas o salário de quem está de plantão técnico e do aluguel da máquina.
O lado que vocês escolheram, infelizmente o de não dar importância para o tipo
de licença de software, resultou em licenças proprietárias. Agora vocês vão
ter os custos altos e, quando acabar o contrato, novamente vão ser reféns dos
produtos proprietários dos quais dados e aplicações já vão depender. É até
possível que não seja nem viável usar outro fornecedor o que vai aumentar o
preço e diminuir a qualidade dos serviços prestados devido à provável
impossibilidade de realizar uma nova licitação. Não há possibilidade de migrar
os serviços para novas máquinas, ou máquinas virtuais, devidos às licenças
proprietárias, a não ser com custos adicionais. Ficaram engessados.
Enquanto isso, os vendedores e lobistas da empresa proprietária riem à toa...
O que é preciso é o pessoal das áreas técnicas mudarem a forma de pensar e
começarem a pensar estrategicamente. Também seria interessante conversar com
os gestores para explicar os motivos pelos quais não depender de um fornecedor
específico é importante e atraente. Por fim, explicar que ao usar software
livre, são os gestores administrativos e técnicos é que decidem quando, como e
sobre quais condições alguma migração ou atualização tecnológica deverá ser
feita. No caso proprietário, quem decide isso é o lucro imediato da empresa
de software proprietário.
[]s,
Luís Fernando
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