[CuritibaLivre] Beto Richa quer empurrar software comercial na rede de ensino estadual

Zed Master zedlist em gmail.com
Quarta Maio 1 16:48:51 BRT 2013


Em 30 de abril de 2013 12:31, Paulo Henrique Santana <phls00 em gmail.com>escreveu:

> Olá Rodrigo, Joel e demais,
>
> Tivemos em torno de 100 pessoas participando. A maioria estudantes da
> área de informática.
> A minha percepção dos últimos eventos é que a maior parte das pessoas
> participam não porque é um evento de software livre mas por causa de 3
> fatores principais:
> - É gratuito
> - Tem certificado para levar na faculdade depois
> - Tem palestras técnicas de informática (não importa o tema)
> Claro, sem generalizar não são todos os participantes que vão por
> isso, mas é a maioria. Tanto é que quando os eventos que fazíamos não
> tinham certificado, o público era bem menor.
> Tem aqueles que vão realmente porque querem ver algo sobre software
> livre e muitos desses participam do install fest.
>

É a nossa limitação de sempre, apenas divulgamos para este tipo de público.
Desde a outra lista a gente sempre foi muito técnico.





>
> O install fest como já observamos nos últimos anos diminuiu bastante.
> Provavelmente pela facilidade de instalar as distros. Normalmente as
> pessoas que vão lá é porque não conseguiram fazer configurar um
> determinado hardware, e até isso tem acontecido muito menos do que
> antes.
>
> É um modelo que tende a sumir. Devido a sua conclusão, facilidade de
instalação e facilidade de acesso a Internet. Antes você não conseguia
baixar um CD e muitos hardwares davam problema com boot de Linux e muitos
sem drivers.
Talvez se mudar para instalação de games ou softwares para empresas. É um
público qual não se da a devida atenção.




> Venho participando da organização do FLISOL e de outros eventos de SL
> já faz alguns anos mas venho pensando em não contribuir mais com
> futuros eventos. Não pelo trabalho em si, porque organizar 5 ou 6
> palestras e divulgar por listas e alguns cartazes é algo que acho
> tranquilo de ser feito. Mas o problema é que ficamos apenas nisso. Não
> há muita colaboração para que a gente ambicione crescer um pouco mais
> seja no número de atividades ou na quantidade de participantes. Quando
> vejo as atividades que outras cidades organizam no FLISOL, a gente
> percebe que aqui somos extremamente limitados.
>

O público da nossa cidade é difícil de lidar. Fiz e participei de vários
eventos que não tinham haver com tecnologia e é a mesma coisa. As pessoas
só participam mediante a recompensa. Poucos aparecem para adquirir
conhecimento ou fazer algum trabalho além de auto-promoção.
Já fui em eventos da IBM aqui em Curitiba, com café da manhã e tudo mais,
não ocupava a metade do salão de pessoas presentes, e na época eram
palestas muito boas em conteúdo. Vinham pessoas de SP e MG para assistir as
palestras aqui em Curitiba para termos uma ideia.

Quer ter mais participantes? Então faça eventos/espetáculos, com muitos
posers e blogueiros, com empresas famosas patrocinando, assim terá um quase
FISL.
Infelizmente esta é a realidade da nossa cidade.

Desanimador não é?

Agora, o que faremos em relação com quem realmente gosta e utiliza  SL?




> E aí não adianta a gente querer pressionar qualquer mudança no governo
> se o básico a gente não consegue fazer muito bem.
>

Se tem candidatos que abraçam a causa de SL, e se promoveram por isto, eles
que organizem, eles que combatam, eles que guiem as pessoas. Pois na hora
de pedir votos eles sabem onde pedir. Se algum fez alguma coisa de bom, não
fez nada mais que a obrigação em relação ao salário que recebe.
Se a gente não consegue fazer muito bem, quer dizer que temos que continuar
tentando e analisando.  Eu tenho certeza que temos um grande empasse
cultural e político aqui, que foge da nossa competência técnica "fazer o SL
um grande secesso".
Político, na quase totalidade, só se interessa em se manter no poder. O
resto é consequência. Já trabalhei em comites eleitorais, conheço gente que
trabalha, e se você acha o contrário, convido você a participar de um. Mas
bem do lado de quem da as ordens e ver bem de perto quem planeja. Se achar
um que preste, me avise.




>
> Em setembro acontece o "Software Freedom Day" que é o tipo de evento
> que a comunidade poderia se envolver muito mais. Mas fazer mais um
> evento novamente limitado a palestras para 100 pessoas onde a maioria
> vai pelo certificado? Sei lá, acho que não vale mais a pena...
>
>
Poderíamos mudar o foco. Dar valor a quem realmente acha que SL vale a
pena, dar um empurrão para quem esta começando ou esta curioso.
Número de pessoas pra mim não diz nada. Se não temos público maduro o
suficiente para interagir com SL , o que eu como programador e você como
adm de sistemas ou qualquer outro cargo, tem haver com isto?

Maximo que podemos fazer é tentar atingir um público diferente. Pessoas
idosas, micro empresas, estudantes que não são da área de tecnologia.
Como?
- Mostrando Linux básico
- Fazendo oficina de software para as mais diversas áreas
- Recrutando pessoas de diferentes conhecimentos
- Convidando psicólogos, antropólogos para um bate papo e tentar entender o
que acontece com SL
- Campeonatos de jogos de Linux

Mas já temos isto, temos no FISL!

Então vamos fazer algo em menor escala para nossa cidade, algo que seja,
primeiramente eficiente e produtivo para nós, e como consequência ir
descobrindo pessoas interessadas que possamos ajudar.




> Joel, lamento bastante pela decepção que você teve com o FLISOL e a
> questão das "panelinhas". Você está certo, temos que diversificar
> tanto o público quanto aqueles que organizam. Espero que você
> participe de futuros eventos (se eles acontecerem) e possa mudar essa
> visão. Sou suspeito de falar porque estou envolvido diretamente na
> organização, mas acho que no FLISOL não existe mais essa percepção que
> vc citou.
>
> Abraços,
>
>
Joelson, o que você mais vai ter é decepção com SL em determinados meios.
Mas não desanime, isto vai ser culpa da nossa cultura atrasada de terceiro
mundo. Privilégio o seu de ter percebido o valor que o SL carrega.
Participe de vários eventos, e verá que mesmo os de "grande sucesso" tem
suas dificuldades, pois todos envolvem pessoas, e pessoas são complicadas.


Este foi apenas o meu ponto de vista, e um desabafo que resolvi
compartilhar.
Fico a disposição para receber criticas construtivas e esclarecimentos.

-- 
Alexandre F. Martins (Zed)
http://uzed.com.br
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