[CuritibaLivre] É isso que tinha de acontecer por aqui

Paulo de Souza Lima paulo.s.lima em varekai.org
Domingo Maio 19 18:16:47 BRT 2013


Em 19 de maio de 2013 14:47, Zed Master <zedlist em gmail.com> escreveu:

> Não funciona.
>

Blá, blá, blá...


>  Se pegarmos as estatísticas e histórias paralelas (pessoais de cada
> pessoa aqui da lista por exemplo), vai perceber que os casos de que "as
> coisas não funcionam" terão mais ocorrências, é matemática.
> Nossas leis e as pessoas que as aplicam são ultrapassados e cheios de
> falhas. É muito romantismo acreditar por acreditar, ou ter fé em uma coisa
> que não podemos controlar, em jogar um jogo que se inicia com desvantagens.
>

Não tem nada de romantismo aqui. Tem de cabeça fria e REALISMO. Se você vai
aceitar acreditar em ideias que não são suas, a escolha é sua, mas O FATO,
é que você não chegou à conclusão de que "não funciona" sozinho. Alguém ou
alguma coisa plantou isso na sua cabeça, seja a mídia, seja a escola, seja
seus colegas de trabalho, seja o governo. É escolha sua acreditar nisso ou
não sem fazer sua própria pesquisa e confrontação dos dados.
Agora cadê os DADOS, ou como diria o sábio: SHOW ME THE CODE!

Só um exemplo: A "desculpa" que o governo americano dá pra confiscar as
armas nos EUA é a violência. A mesma desculpa que deram aqui. Só que não
mostram que da década de 1990 pra cá o número de mortes por armas de fogo
diminuiu nos EUA, justamente porque existem pessoas armadas. Os estados com
legislação rígida e controle de armas são os que apresentam maiores índices
de violência. Aqui, nós não só aceitamos o confisco de armas passivamente,
como "embarcamos" na ideia de outras pessoas (estrangeiros na maioria) de
que quem possuía armas estava pretendendo alguma coisa nefasta. Resultado
aqui: Nós morremos diariamente porque os bandidos estão armados, a polícia
armada nos mata e nós não temos armas pra nos defender. Lá a história vai
ser outra porque, estão fazendo alguma coisa. Uma coisa que um cara fez lá
foi um programa de vídeo chamado "Shoot to Thrill", onde ele entrevista
proprietários de armas que contam suas histórias, mostram suas famílias,
mostram como buscaram treinamento e conhecimento no manuseio de armas,
quais suas motivações, etc. A grande mídia quis financiar o projeto e ele
recusou porque queria independência. http://mbstudioproductions.tv/


> Pegue qualquer caso banal e analise. Sempre tem um lobista uma empresa de
> um conhecido do governo ou de um político no meio. As coisas são feitas
> para não funcionar e faturar o máximo possível. As coisas vão de lápis e
> borracha a ambulâncias. Olha a Copa do mundo, quer maior exemplo do mal uso
> de recurso?
>
>
E quem é o culpado disso? Eles? Não, somos nós que votamos neles e que não
fazemos nada para puni-los quando saem da linha. E não estou falando só de
"entrar na justiça". Aceitamos que eles são "otoridade" e deixamos o babaca
do Beto Richa comprar Windows pra por nas escolas no Paraná.
Todo e qualquer exemplo que você citar eu posso rebater com o argumento da
conivência e da inação. Se ninguém faz nada, nada acontece mesmo. Ou pior:
acontece quilo que os que fazem alguma coisa querem. O problema é que os
que fazem alguma coisa são sempre os "poderosos", como a Microsoft, a
Monsanto, a Roche, a British Petroleum, a Bunge, etc., etc., etc. E nós
ficamos aqui, sem fazer nada e reclamando da vida.


>
> Agora fazer algo a respeito é outro assunto.
>
> Não sou a pessoa de maior conhecimento nestas áreas. Mas mesmo assim
> percebo que utilizarmos os mesmos meios podres e suscetíveis a falhas, para
> conseguir "justiça ou cumprimento da lei" é como deixar o ladão cuidando da
> sua carteira.
>
Você vai entrar na justiça contra uma empresa, sabendo que existem milhares
> de políticos juízes e advogados, nos quais bastam balançar uma maço de
> notas na cara deles, para que as coisas fiquem desfavoráveis. Novamente
> aplicamos a estatística e não a fé, achismo ou romantismo.
>

Novamente, seu argumento vai pelo viés do "não adianta", ao invés de
compreender que não existe braco e preto, mas 65 milhões de tons de cinza
(dependendo da sua placa de vídeo). A coisa não funciona assim. Não é só
"balançar um maço de notas". Há muitas coisas em jogo na vida de um
político, de um juíz, etc. E uma coisa que precisamos aprender é que NÓS
TEMOS PODER. Não eles. E se eles não fazem o que nós queremos, precisamos
dar um jeito de tirá-los de lá. Se não da noite pro dia, pelo menos
conscientizando as pessoas do tipo de pessoa que um ou outro é. Não
espalhar falsidades contra esse ou aquele, mas dizer claramente: fulano
votou assim. cicrano votou assado. Beltrano foi a favor de uma medida
benéfica para o povo como um todo, fulano votou contra.


>
> Acredito muito que podemos fazer outras ações nas quais uma empresa não
> conseguiria corromper tão facilmente. São aquelas coisas básicas que temos
> até a vontade mas estamos muito ocupados para faze-las.
> Estamos tão preocupados em segurar nossos empregos e estilos de vida, que
> não estamos nem perto de fazer sacrifícios para mudar o nosso ambiente.
> São coisas "simples" mas que exigem dedicação:
> - Dar aulas gratuitas de Linux
> - Oficinas livres de Linux
> - Divulgar mais no ambiente familiar e de trabalho
> - Participar de algum projeto de SL
> - ...... etc
>

Isso só não adianta. Porque o problema não é só com o Linux. Trata-se de
uma mudança de mentalidade que afeta até mesmo as próprias crenças das
pessoas. Não adianta mostrar os benefícios do Linux e continuar tomando
Coca-Cola e achando que o Steve Jobs era o bambambam da informática e do
marketing. Não adianta tentar convencer uma pessoa a "ser livre" só no
software. De que adianta se é escrava em todo o resto?


>
> São exemplos simples nos quais são mais difíceis de canalhas virem a
> sabotar.
>

Por mais incrível que possa parecer, é justamente aí que eles estão
ganhando. Você ensina Linux de um lado e eles dão Windows "grátis" e
inúmeros jogos, aplicativos e uma inteface "cool" (enquanto o interior é
totalmente podre, mas isso não importa) do outro.


>
> Como havia falado, a grande maioria tem vontade reprimida. E fica apenas
> delegando responsabilidade na mão de um político ou em um processo na
> justiça ou no máximo assinando uma petição.
>

Isso é verdade. Mas dá pra fazer as coisas de outra forma: Dá pra nos
educar. E quando nos educamos, começamos a educar os outros ao redor. E por
mais que eles pensem que somos loucos ou fanáticos, os fatos vão mostrar,
cada vez mais, que o que falamos não é totalmente loucura, no mínimo.


> Não estou criticando ninguém, pois sou um que esta neste meio.
> Apenas estou fazendo uma reflexão, para demonstrar que estou falando algo
> além de uma simples reclamação "que as coisas não funcionam".
>

Como já disse, o fato delas não funcionarem é culpa nossa e de ninguém mais.


>
> Estou aberto a discussões.
> Se alguém achar que este assunto esta fora do contexto da lista, pode
> falar comigo em particular: zedmaster # gmail.com (email e gtalk).
>
>
>
Seria uma discussão política a respeito de ações da comunidade de software
livre de Curitiba contra o abuso de uma gigante de software estrangeira que
nos força goela abaixo sua "tecnologia de segurança" quando não precisamos
dela? Acho que não.

Abraço.

-- 

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Curitiba - PR
Linux User #432358
Ubuntu User #28729
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