[CuritibaLivre] Uma contribuição ao debate em torno do Fórum

Rodrigo Robles rodrigoaugustorobles em gmail.com
Sexta Novembro 1 23:02:09 BRST 2013


Hoje nossa sociedade está presa a dogmas primitivos, dos quais podemos
destacar: trabalhe e ganhe dinheiro, siga as regras, não se meta com
política...

As pessoas presas a esses dogmas tem medo das ideologias sociais, pois
foram treinadas para servir ao sistema, não para pensar. Estas pessoas não
conseguem conceber modelos sociais voltados para pessoas. Elas acham que
nada pode ser criado sem visar o lucro. Elas entendem Steve Jobs porquê ele
criou produtos lucrativos. Mas eu tenho certeza que o espírito dos grandes
gênios não-gananciosos do passado, como Da Vinci e Santos Dumont, estão
entre nós.

O consciente coletivo evolui sempre, e tenho certeza que, se fizermos nosso
papel de disseminar o conhecimento, teremos novas gerações cada vez mais
conscientes e com uma atitude mais social e menos passiva.


Em 31 de outubro de 2013 14:48, Joelson Gai <joelsongai em gmail.com> escreveu:

> Isso é bem parecido com a atual situação do android só como exemplo.
>
> Muitas empresas usam o software livre e criam uma casca fechada em volta
> dele, eu me preocupo todos os dias em como desenvolver atendendo os
> clientes e possibilitando a liberdade do software, aonde ficam os limites
> da liberdade do código e a manutenção da regra de negocio.? Tem muito coisa
> que é segredo industrial/comercial que não pode ser compartilhada e faz
> parte do código (ou é o codigo) como regra de negocio implícita na
> ferramenta ai fica fica difícil decidir pois muitos concorrentes vão pegar
> o ouro sem nenhum esforço.
>
> Eu acredito que o software livre seja uma plataforma e que devemos ajudar
> a plataforma a se manter (sistemas e frameworks) e ajudar em projetos
> comuns e sociais. Agora uma empresa nunca vai colocar suas soluções como
> livres quando seu negocio depende delas, (onde a regra de negocio está no
> código). Por isso as contribuições são em projetos aonde todos ganham
> geralmente focado em plataformas vide exemplo Python/Django, Bootstrap,
> ngnix, kernel, etc...
>
> É uma questão bem complicada.
>
>
>
> *      Joelson Gai                  8505-0603
>         Líder de Desenvolvimento e Infraestrutura.
>
> **      <http://joovah.com>*
>
>       GNU/Linux user: 508454
>
>
> Em 31 de outubro de 2013 14:02, Gustavo S. de Lima <gustavo em logicus.com.br
> > escreveu:
>
> Estou escrevendo este texto não apenas para emitir uma opinião. Mas também
>> para compartilhar algumas angústias com relação aos temas que tem envolvido
>> nossa atuação enquanto comunidade. Não tenho a pretensão nem de empurrar
>> essas questões e nem de dizer que elas são as certas. Até por isso mesmo as
>> coloco aqui, para debatermos, fraternalmente, num diálogo aberto, e
>> inclusive para o meu próprio esclarecimento, já que também estou atrás de
>> entendimento sobre tudo o que tem acontecido.
>>
>> Percebemos que o software livre tem se tornado a principal solução para o
>> mercado em termos de tecnologia nestes tempos de transição para a chamada
>> computação em nuvem. É difícil compreender isso em dados porquê faltam
>> tabelas analíticas, estudos, etc. Mas o crescimento do uso de ferramentas
>> livres na iniciativa privada e pública ajudam a ver isto.
>>
>> Creio que uma pergunta interessante é: quais as consequências da adesão
>> massiva do mercado de software livre para a filosofia e cultura do software
>> livre? Não sabemos muito bem ainda  onde isto vai parar, se vai parar. Não
>> sabemos se isso vai significar uma proliferação da filosofia e cultura do
>> software livre ou se isso vai significar o seu fim. Mas penso que é
>> importante que a comunidade de um modo ou de outro defenda este lado do
>> software livre. Ou seja, o lado que justamente não tem sido absorvido pelo
>> mercado, que é o do modelo de pensamento que está no âmago do software
>> livre. O modelo de um desenvolvimento livre porque se pretende também e
>> além de tudo social. Daí resulta uma reflexão que proponho aos colegas da
>> comunidade: sem a discussão política que permeia o software livre, ou seja,
>> impulsionando a ferramenta pela ferramenta, não estaríamos apenas fazendo
>> justamente o que mercado tem demandado? O software livre sem ideologia...
>> Mas é possível? E pra quem isso é interessante? Será que os profissionais
>> de software livre que passam a ser incorporados por esse mercado se
>> enquadrarão em métodos de trabalho diferentes daqueles já cristalizados?
>>
>> O interesse de entidades associativas tradicionalmente encabeçadas por
>> empresas do modelo proprietário de software no uso de ferramentas livres
>> não advém de uma adoção da sua ideologia. Isto parece muito claro. O que
>> percebemos é que estas empresas descobriram que não há saída senão pelo
>> software livre e partiram para a sua adoção de modo a permanecer na crista
>> da onda, inclusive mantendo seu espaço privilegiado na participação de
>> licitações estatais que agora já começam a privilegiar o uso de software
>> livre. Todo o sinal de adoção desta tecnologia por parte dessas associações
>> portanto deve ser visto com cautela. Não que isso não possa ser comemorado,
>> mas é bom refletir sobre o porquê uma porta que historicamente foi fechada
>> de repente se abre, no mais alto estilo Sílvio Santos com a sua “Portas da
>> Esperança”. Brincadeiras a parte, para lembrar de um ditado popular,
>> “quando a esmola é demais, o Santo desconfia”.
>>
>> Mais especificamente sobre a parceria entre o atual governo e a Microsoft
>> penso que o debate será cansativo. Isso porquê do ponto de vista moral da
>> estrutura de pensamento do sistema político dominante basta que algo seja
>> juridicamente viável para que seja moralmente aceito. Quando isto se torna
>> um problema, muda-se a lei, pois quem detém o poder econômico também detém
>> o poder de mudar a legislação não é mesmo. Vemos isto diariamente. Daí um
>> dos motivos de também nos prepararmos politicamente, para que isso não
>> ocorra tão facilmente, às nossas custas, sacrificando os nossos.
>>
>> Nosso Fórum Permanente em Prol do Software Livre por isto pouco demanda
>> uma tarefa interessantíssima para o conjunto da sociedade. A forma como o
>> planeta irá consumir e produzir tecnologia está passando em nossa frente,
>> mas numa velocidade tão incrível que não estamos conseguindo ver quem está
>> no seu interior. Só vemos vultos.... O problema é que a forma como a
>> tecnologia é feita também determina as relações sociais. Um exemplo é que
>> todos os eletrônicos produzidos no mundo hoje demandam a extração de dois
>> minerais extraídos no Congo, onde estão 90% de suas reservas. O uso do
>> Nióbio que tem crescido ferozmente tem feito inclusive que empresas como a
>> Microsoft se instalem também no Brasil (onde está 98% do Nióbio do mundo).
>> Tanto que a tática da Microsoft foi esperar uma semana pra explicar o
>> porquê o seu video-game era bem mais barato que o Playstation. Toda essa
>> tecnologia (pra citar menos de 1%) tem demandado um novo sistema de
>> produção de software, onde inclusive a própria Microsoft já apontou que
>> gostaria de trabalhar com licenças GPL. Oras bolas! Quer dizer que o
>> software livre está crescendo?! Pode, quem sabe. Richard Stallman não ve
>> dessa forma com certeza. Mas pode dizer também que o Software Livre está
>> sendo conduzido, levemente coptado, convidado de honra de uma festa feita
>> as pressas para indicar que os grupos dominantes só agora perceberam que
>> brigar é mais difícil que fazer do seu inimigo histórico um amigo de fins
>> de semana, onde uma mesa farta de jantar tem comprado muitos nossos.
>> Caramurú, dissemos por muito tempo. Hoje estamos recebendo espelhos. O que
>> virá depois disso? Só nossos netos poderão dizer...
>>
>>
>> Gustavo
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