[CuritibaLivre] Uma contribuição ao debate em torno do Fórum

Joelson Gai joelsongai em gmail.com
Quinta Outubro 31 14:48:20 BRST 2013


Isso é bem parecido com a atual situação do android só como exemplo.

Muitas empresas usam o software livre e criam uma casca fechada em volta
dele, eu me preocupo todos os dias em como desenvolver atendendo os
clientes e possibilitando a liberdade do software, aonde ficam os limites
da liberdade do código e a manutenção da regra de negocio.? Tem muito coisa
que é segredo industrial/comercial que não pode ser compartilhada e faz
parte do código (ou é o codigo) como regra de negocio implícita na
ferramenta ai fica fica difícil decidir pois muitos concorrentes vão pegar
o ouro sem nenhum esforço.

Eu acredito que o software livre seja uma plataforma e que devemos ajudar a
plataforma a se manter (sistemas e frameworks) e ajudar em projetos comuns
e sociais. Agora uma empresa nunca vai colocar suas soluções como livres
quando seu negocio depende delas, (onde a regra de negocio está no código).
Por isso as contribuições são em projetos aonde todos ganham geralmente
focado em plataformas vide exemplo Python/Django, Bootstrap, ngnix, kernel,
etc...

É uma questão bem complicada.



*      Joelson Gai                  8505-0603
        Líder de Desenvolvimento e Infraestrutura.

**      <http://joovah.com>*

      GNU/Linux user: 508454


Em 31 de outubro de 2013 14:02, Gustavo S. de Lima
<gustavo em logicus.com.br>escreveu:

> Estou escrevendo este texto não apenas para emitir uma opinião. Mas também
> para compartilhar algumas angústias com relação aos temas que tem envolvido
> nossa atuação enquanto comunidade. Não tenho a pretensão nem de empurrar
> essas questões e nem de dizer que elas são as certas. Até por isso mesmo as
> coloco aqui, para debatermos, fraternalmente, num diálogo aberto, e
> inclusive para o meu próprio esclarecimento, já que também estou atrás de
> entendimento sobre tudo o que tem acontecido.
>
> Percebemos que o software livre tem se tornado a principal solução para o
> mercado em termos de tecnologia nestes tempos de transição para a chamada
> computação em nuvem. É difícil compreender isso em dados porquê faltam
> tabelas analíticas, estudos, etc. Mas o crescimento do uso de ferramentas
> livres na iniciativa privada e pública ajudam a ver isto.
>
> Creio que uma pergunta interessante é: quais as consequências da adesão
> massiva do mercado de software livre para a filosofia e cultura do software
> livre? Não sabemos muito bem ainda  onde isto vai parar, se vai parar. Não
> sabemos se isso vai significar uma proliferação da filosofia e cultura do
> software livre ou se isso vai significar o seu fim. Mas penso que é
> importante que a comunidade de um modo ou de outro defenda este lado do
> software livre. Ou seja, o lado que justamente não tem sido absorvido pelo
> mercado, que é o do modelo de pensamento que está no âmago do software
> livre. O modelo de um desenvolvimento livre porque se pretende também e
> além de tudo social. Daí resulta uma reflexão que proponho aos colegas da
> comunidade: sem a discussão política que permeia o software livre, ou seja,
> impulsionando a ferramenta pela ferramenta, não estaríamos apenas fazendo
> justamente o que mercado tem demandado? O software livre sem ideologia...
> Mas é possível? E pra quem isso é interessante? Será que os profissionais
> de software livre que passam a ser incorporados por esse mercado se
> enquadrarão em métodos de trabalho diferentes daqueles já cristalizados?
>
> O interesse de entidades associativas tradicionalmente encabeçadas por
> empresas do modelo proprietário de software no uso de ferramentas livres
> não advém de uma adoção da sua ideologia. Isto parece muito claro. O que
> percebemos é que estas empresas descobriram que não há saída senão pelo
> software livre e partiram para a sua adoção de modo a permanecer na crista
> da onda, inclusive mantendo seu espaço privilegiado na participação de
> licitações estatais que agora já começam a privilegiar o uso de software
> livre. Todo o sinal de adoção desta tecnologia por parte dessas associações
> portanto deve ser visto com cautela. Não que isso não possa ser comemorado,
> mas é bom refletir sobre o porquê uma porta que historicamente foi fechada
> de repente se abre, no mais alto estilo Sílvio Santos com a sua “Portas da
> Esperança”. Brincadeiras a parte, para lembrar de um ditado popular,
> “quando a esmola é demais, o Santo desconfia”.
>
> Mais especificamente sobre a parceria entre o atual governo e a Microsoft
> penso que o debate será cansativo. Isso porquê do ponto de vista moral da
> estrutura de pensamento do sistema político dominante basta que algo seja
> juridicamente viável para que seja moralmente aceito. Quando isto se torna
> um problema, muda-se a lei, pois quem detém o poder econômico também detém
> o poder de mudar a legislação não é mesmo. Vemos isto diariamente. Daí um
> dos motivos de também nos prepararmos politicamente, para que isso não
> ocorra tão facilmente, às nossas custas, sacrificando os nossos.
>
> Nosso Fórum Permanente em Prol do Software Livre por isto pouco demanda
> uma tarefa interessantíssima para o conjunto da sociedade. A forma como o
> planeta irá consumir e produzir tecnologia está passando em nossa frente,
> mas numa velocidade tão incrível que não estamos conseguindo ver quem está
> no seu interior. Só vemos vultos.... O problema é que a forma como a
> tecnologia é feita também determina as relações sociais. Um exemplo é que
> todos os eletrônicos produzidos no mundo hoje demandam a extração de dois
> minerais extraídos no Congo, onde estão 90% de suas reservas. O uso do
> Nióbio que tem crescido ferozmente tem feito inclusive que empresas como a
> Microsoft se instalem também no Brasil (onde está 98% do Nióbio do mundo).
> Tanto que a tática da Microsoft foi esperar uma semana pra explicar o
> porquê o seu video-game era bem mais barato que o Playstation. Toda essa
> tecnologia (pra citar menos de 1%) tem demandado um novo sistema de
> produção de software, onde inclusive a própria Microsoft já apontou que
> gostaria de trabalhar com licenças GPL. Oras bolas! Quer dizer que o
> software livre está crescendo?! Pode, quem sabe. Richard Stallman não ve
> dessa forma com certeza. Mas pode dizer também que o Software Livre está
> sendo conduzido, levemente coptado, convidado de honra de uma festa feita
> as pressas para indicar que os grupos dominantes só agora perceberam que
> brigar é mais difícil que fazer do seu inimigo histórico um amigo de fins
> de semana, onde uma mesa farta de jantar tem comprado muitos nossos.
> Caramurú, dissemos por muito tempo. Hoje estamos recebendo espelhos. O que
> virá depois disso? Só nossos netos poderão dizer...
>
>
> Gustavo
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