[gt-educacao] Distribuições educacionais GNU/Linux

Aderbal Botelho aderbal em gmail.com
Domingo Agosto 24 21:33:24 BRT 2014


1 - Prover para o Lucas Gabriel, meu filho, algo melhor do que conseguimos
encontrar na época, era 2005, meu primeiro filho estava para nascer. A
Sheyla minha esposa, era professora em uma escola pública em Alagoas,
conhecíamos bem o que o esperava com relação a educação, e pensei, nossa,
meu filho vai nascer em uma geração onde temos muita informação disponível,
porém se os objetivos não forem claros, vai ficar muito difícil prover a
educação que eu a Sheyla sonhamos para ele. Neste mesmo momento a Sheyla
fazia pós graduação e escolheu o tema Jogos e Aprendizagem Significativa
para seu TCC, eu nesta época (era 2005 isso) já conhecia os pacotes do
debian-edu, e fazia uso de forma empírica de alguns desses, então começamos
a por a mão na massa para que o Lucas tivesse uma ferramenta onde através
de jogos e programas dispostos de forma didática pudesse facilitar a
alfabetização do garoto.

2 – Quando começamos a usar, e os resultados aparecer, foi inviável
surgirem pedidos de outros pais para usar o EducatuX, comecei a mandar cds
pelo correio mesmo, geralmente eram pessoas comuns que eu conhecia pelos
fóruns e comunidades do IRC.

3 – O erro foi subestimar o potencial do que fazíamos para nosso
filho, começamos
a receber pedidos do EducatuX dos amigos, e quando começou a surgir pedidos
de outros estados começamos a perceber que mais pessoas precisavam e queria
educar seus filhos de forma lúdica e divertida, então, quando vinhemos
morar em Brasília, surgiu o interesse em doar para o Portal do Software
Público, confesso que não fazíamos muita idéia do que isso representava e
então muitos amigos do mundo do software livre, sugeriram que deveríamos
institucionalizar o EducatuX, nós nunca fizemos, por considerar, que
tratava-se de algo que todos deviam usar e ajudar, achavamos também que o
fato de termos conquistado mais de 5.000 membros na comunidade em poucos
meses, iriamos receber ajuda para que pudéssemos constituir um contrato
social para o projeto, que iriamos receber tantas contribuições para
documentação e novos lançamentos que ele seria auto sustentável, fato que
não aconteceu. Não quero julgar a comunidade, ou os que aderiram a
comunidade no Portal do Software Público pelas contribuições nunca terem
chegado, mas o fato de termos o subestimado e de não o te-lo
institucionalizado, assim como projetos do tipo Apache.org, Firefox, Libre
Office, com certeza contribuiu muito para isso. Lembro-me ainda que para
conseguir realizar a doação do EducatuX ao Portal, tivemos que fechar uma
parceria com o Instituto Superior Nossa Senhora de Fátima, onde a Sheyla
trabalhava, porém a instituição nunca colaborou.

Assim como o Lucas Gabriel, meu filho que inspirou o projeto e a Bárbara
Yasmin, que hoje me ajuda realizando os desenhos infantis da área de
trabalho, bem como alguns icones, vejo o EducatuX como um filho, e não
pretendo deixa-lo morrer nem de ajuda-lo a seguir seu caminho. Em todos
estes anos, vi muitas cidades pequenas de interior desenvolver-se
pedagogicamente fruto da nossa humilde contribuição. Recebo diariamente
e-mail de crianças que hoje já estão na universidade que falam que usam o
EducatuX até hoje, só que desta vez com seus filhos.

Já que precisam de motivação, e otimismo, saibam que é realizador. Levei
meus filhos para maioria dos estados do Brasil, palestrar, treinar,
capacitar, tudo isso faz parte do dia a dia deles. Todos os anos nas férias
escolares, em junho, dezembro e janeiro, sempre estamos pela estrada
tentando levar o EducatuX a um novo lugar, para novas pessoas que precisam
de algo que possa ajuda-los.

A educação é a forma mais rápida para se chegar ao desenvolvimento, sem
dúvidas qualquer ação isolada ou coletiva é bem-vinda, porém, se não formos
capazes de organiza-las, orquestrando ações, os resultados serão sempre
pífios, e sempre ficará a impressão que o que foi realizado não foi o
suficiente.

Mesmo depois de tanta porrada e dificuldades, hoje mais maduros, ainda
pensamos em institucionalizar o EducatuX, transformado seus conceitos e
ideais em produtos sociais, onde o objetivo será chegar ao maior número de
professores e alunos possível, por enquanto trabalho em fechar a iso 2014,
provavelmente baseada por enquanto no Ubuntu LTS. Já contamos com o apoio
do repositório União Livre. Este não é o cenário ideal, mas é o que da para
fazer por enquanto.

Abraços a todos, e espero que esta história toda sirva de exemplo para que
os erros do passado não se repitam.




Em 23 de agosto de 2014 12:14, Thiago Zoroastro <thiago.zoroastro em bol.com.br
> escreveu:

> Oi Aderbal,,
>
>
> Infelizmente os anos foram se passando, e o que merecia atenção não teve
> qualquer atenção. Que adorável ter esses sistemas operacionais de
> computador feitos no Brasil. Eu sou um real pessimista se os meios de
> comunicação continuarem sonegando a justiça social que seria de
> promovê-los, as distros e os desenvolvedores, nas TVs, para todos os
> brasileiros. Eles são maus demais e se não são maus conosco então são ruins
> demais de serviço. Como pode desinformados escolherem o quê nos informar?
> Se não forem desinformados, então são de má fé.
>
> O seu realismo de gente experiente pode parecer pessimismo para os que
> estão iniciando e desmotivá-los. Toda postagem contêm em si os incentivos e
> os desincentivos para o futuro, que depende mais de vocês que de mim. Aqui
> dentro da comunidade que precisamos trabalhar a parte da auto-estima, da
> identidade e do valor de softweare livre para nossa sociedade.
>
> É um prazer estar conversando com alguém que colabora com esses projetos.
> Na verdade, eu não sou um desenvolvedor e a forma que tenho de ajudá-los é
> fazendo isto que estou fazendo. Juntar as pessoas de todas as comunidades
> para focar em objetivos comuns nem sempre agrada a todos. No entanto, não
> custa nada fazerem um convite, e quem sabe encontrarem um nome comum.
>
> Não curtiria instalar um S.O. com o nome de Pandorga, contudo. Uma vez vi
> o EducatuX e me perguntei: "por que isso não é anunciado mais do que é para
> as pessoas conhecerem?" Infelizmente, outros "pessimistas" darão "desculpas
> esfarrapadas" por isnegurança e desconhecimento deles para tentar promover
> estes sistemas operacionais. Isto seria como uma República funcionasse. O
> que não funciona acaba *bugando* todo o resto do sistema.
>
> Aderbal, sou seu fã. Não quis chamar-lhe de pessimista. É nessa onda de
> criar pessimismos que puxa mais e mais, então teríamos que cortar isto pela
> raíz. Otimismo sería lá na raíz se as pessoas tem em si a auto-confiança, a
> identidade e as noções necessárias para que um país funcionasse. Mas falta
> formas de arrumá-lo por enquanto. Só por enquanto! Quem sabe com *democratização
> da mídia* nós possamos construir o conteúdo e as instruções que queremos
> passar para as outras pessoas se informarem sobre software livre, saberem o
> que é e o que existe, antes de acharem qualquer coisa que não seja.
>
>  Att.
> Thiago Zoroastro
>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>
>
> ------------------------------
>
> *De:* aderbal em gmail.com
> *Enviada:* Sábado, 23 de Agosto de 2014 01:38
>
> *Para:* gt-educacao em listas.softwarelivre.org
> *Assunto:* [gt-educacao] Distribuições educacionais GNU/Linux
>
> Errar é humano, continuar no erro é lindo.
>
> Me refiro ao loop e na insistência de se desenvolver uma nova distro,
> quando não temos sequer mão de obra para ajudar as que já existem.
>
> Otimista todos somos, isso não é falta de otimismo, trata-se de realismo.
>
> Tanto o Pandorga, quanto o EducatuX, são software públicos. O que impede
> de contribuir com eles? Quais as barreiras?
>
> No caso especifico do EducatuX, iniciamos inclusive o processo de marca
> pública, onde o uso dele é público inclusive com relação ao uso da marca e
> ações. Tendo entender qual a dificuldade da comunidade livre e organizada
> em contribuir com projetos existentes, só.
>
> Existem demandas inéditas e coerentes, porque não focar nestas?
>
> Vale gastar energia provocando um loop como este?
>
> Quanto em me achar pessimista, o que você diria de uma família que já
> viajou metade do país realizando ações e promovendo o uso de softwares
> livres em sala de aula, ministrando aulas gratuitas, palestras (também
> gratuitas) como forma de integrar-se com as pessoas interessadas em
> melhorar a educação de forma regional e até nacional? Pessimistas?
>
> A palavra correta não seria Realista? Não estarei esse pobre professor
> tentando traduzir a real necessidade que o software livre na educação no
> nosso país?
>
>
>
>
> Em 23 de agosto de 2014 01:20, Thiago Zoroastro <
> thiago.zoroastro em bol.com.br
> <http://../../../undefined/compose?to=thiago.zoroastro@bol.com.br>>
> escreveu:
>
>> Não existe essa coisa de "ficando pior", é coisa da sua cabeça.
>>
>> Sim, precisamos de arranjar formas de canalizar nossas energias para
>> cobrir a necessidade que há das pessoas estarem preparadas em aplicar os
>> sistemas Gnu/Linux.
>>
>> Existe muita desinformação gerada, isso sim. Os meios de comunicação já
>> deveriam estar ambientando as pessoas à isto faz anos.
>>
>> Mas não acredito que você tenha que mobilizar *toda* a comunidade para um
>> determinado fim. Cada um tem seus próprios trampos para fazer software
>> livre funcionar.
>>
>> Otimismo é tudo. É sinergia e confiança.
>>   Att.
>>
>> Thiago Zoroastro
>>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>>
>>
>> ------------------------------
>>
>> *De:* aderbal em gmail.com
>> <http://../../../undefined/compose?to=aderbal@gmail.com>
>> *Enviada:*Sábado, 23 de Agosto de 2014 00:53
>>
>> *Para:* gt-educacao em listas.softwarelivre.org
>> <http://../../../undefined/compose?to=gt-educacao@listas.softwarelivre.org>
>> *Assunto:* [gt-educacao] Distribuições educacionais GNU/Linux
>>
>>   Ficando pior a cada post.
>>
>> Porque não canalizar a energia para uma ação documental, esta é a real
>> demanda da escolas e professores, Material didático. Um grande repositório
>> de materiais para sala de aula, para o dia a dia. Que possa ser usado por
>> qualquer distro, em qualquer situação.
>>
>> Isso seria um grande progresso para educação e para os projeto que já
>> existem e que possam vir existir.
>>
>>
>> Em 22 de agosto de 2014 23:58, Thiago Zoroastro <
>> thiago.zoroastro em bol.com.br
>> <http://../../../undefined/compose?to=thiago.zoroastro@bol.com.br>>
>> escreveu:
>>
>>> [OFF
>>>
>>> Discordo de você sobre não trabalhar com venda de softwares. Sou um
>>> defensor de que haja as caixinhas sendo vendidas nas lojas, e poderia haver
>>> lucro com isso.
>>>
>>> Recomendo trabalharem com a venda de Caixas Originais de distribuições
>>> Gnu/Linux. Com as Caixas pode vir um CD/DVD printado, um manual de
>>> instruções e outros utensílios que agreguem valor ao produto.
>>>
>>> Explorar comercialmente o produto físico é melhor que ganhar dinheiro
>>> por outras vias, as vias de dados. É mais ético vender caixinha de GNU nas
>>> lojas, quem gosta de luxuária é shopping?
>>>
>>> Free speech yourself.
>>>   Att.
>>>
>>> Thiago Zoroastro
>>>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>>>
>>>
>>> ------------------------------
>>>
>>> *De:* frederico em teia.bio.br
>>> <http://../../../undefined/compose?to=frederico@teia.bio.br>
>>> *Enviada:*Sexta-feira, 22 de Agosto de 2014 08:28
>>>
>>> *Para:* gt-educacao em listas.softwarelivre.org
>>> <http://../../../undefined/compose?to=gt-educacao@listas.softwarelivre.org>
>>> *Assunto:* [gt-educacao] Distribuições educacionais GNU/Linux
>>>  Olá Aderbal e demais,
>>>
>>> Em Fri, 22 Aug 2014 00:03:34 -0300
>>> Aderbal Botelho <aderbal em gmail.com
>>> <http://../../../undefined/compose?to=aderbal@gmail.com>> escreveu:
>>>
>>> > Quando o publicamos no portal do software publico, esperávamos que a
>>> > comunidade colaborasse com isso, o que infelizmente não aconteceu.
>>> > Como eu e a Sheyla somos funcionários públicos, fica difícil fazer
>>> > isso sem ajuda. Já consideramos em abrir uma empresa nos afastar do
>>> > serviço público e fazer esse software para vendermos a um baixo
>>> > custo, afinal a conta precisa fechar, desistimos por acharmos que se
>>> > a comunidade não for capaz de toca-lo é porque ele não deve acontecer.
>>>
>>> Esse parágrafo é essencial pra entender o problema que atinge a maioria
>>> das distribuições novas: as pessoas imaginam que a comunidade vai
>>> ajudar na manutenção. E isso normalmente não acontece. Tem toda uma
>>> discussão que já foi feita em outros fóruns sobre o Brasil ser muito
>>> mais consumidor do que colaborador com o software livre. E isso,
>>> infelizmente, tem se mostrado cada vez mais concreto.
>>>
>>> E aí chegamos na questão que eu levantei originalmente. As pessoas
>>> precisam sobreviver. Logo, quando vocês não puderem mais manter a
>>> distro, como fica a situação? Ah, e eu realmente NÃO recomendo
>>> trabalhar com a venda do software. Os exemplos disso aqui no Brasil não
>>> são os melhores e acho que pode colocar vocês em uma situação econômica
>>> complicada.
>>>
>>> Por isso que eu continuo defendendo a manutenção de repositórios
>>> próprios e/ou pacotes com personalizações. Isso torna o trabalho das
>>> pessoas relativamente mais simples e permite um uso mais abrangente,
>>> pois os pacotes podem ser utilizados em outras distros.
>>>  Um abraço e até mais.
>>>
>>>
>>> Fred
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>>> Software Livre Educacional: http://sleducacional.org
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>>> "Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há
>>> ninguém que explique e ninguém que não entenda." (Cecília Meireles)
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