[gt-educacao] MEC pisa na bola... de novo... (ou, como empurrar mais um serviço privativo pros professores)

Breno Neves breno.listas-sl em internet100.org
Segunda Março 24 04:36:05 BRT 2014


Na primeira vez que vi o tal dispositivo tentei ver o que tinha pra baixar, entre os manuais
havia um sobre como usar o kindle, muito tempo antes de anunciarem tal migração.

Agora o aplicativo para baixar livros sumiu misteriosamente da tabuleta do mec.

Felizmente ficou no cache dele o tal manual, pra quem não tem acesso, é este aí:

http://www.internet100.org/arq/kindle_reader.pdf






Paulo Francisco Slomp escreveu:
>
> Retransmito texto do Frederico.
>
> ---
>
> MEC pisa na bola... de novo... (ou, como empurrar mais um serviço privativo pros professores)
>
> Fonte: https://diasporabrazil.org/p/10517
>
> Primeiro foi o anúncio da distribuição de tablets com Android para professores, produto esse
> que, para ser utilizado plenamente pelo usuário leigo, exige que a pessoa tenha uma conta na
> Google. Agora foi anunciado mais um acordo com outra empresa de tecnologia privativa: a Amazon.
>
> O que vai acontecer é que os livros didáticos serão convertidos para o formato do Kindle e
> serão distribuídos pela Amazon utilizando a tecnologia Whispercast
> https://whispercast.amazon.com. E a empresa ainda sai posando de boazinha. Segundo notícias
> publicadas na Folha de São Paulo e na InfoExame "Amazon entrega de graça ao Brasil tecnologia
> para converter livro didático em digital" (não, não vou publicar os link porque me recuso a
> aumentar a visibilidade dessas publicações ordinárias, procurem pelo título que vocês chegam
> na reportagem).
>
> O título da reportagem já é maldoso e enganador. A Amazon não está "entregando" nada pra
> gente. Está simplesmente oferecendo o serviço sem cobrar nada. E alguém aí conhece alguma
> empresa que trabalha de graça??? Na verdade é o governo quem está entregando uma enorme base
> de dados de usuários para a empresa, a custo zero. E ainda forçando as pessoas a assinarem
> esse serviço, caso contrário elas não terão acesso aos livros. O festival de desinformação
> continua com a fala do diretor da Amazon.com.br: "Ele ressaltou que os educadores que utilizam
> o aplicativo gratuito de leitura Kindle conseguirão ler, destacar, fazer anotações e utilizar
> o dicionário diretamente nos livros didáticos, mesmo quando os tablets não estão conectados à
> internet.". Existem diversos leitores de PDF que permitem fazer exatamente a mesma coisa. Ou
> seja, essa não é uma tecnologia específica do Kindle. Não é nem mesmo uma tecnologia exclusiva
> de e-book.
>
> Tá difícil conseguir mais detalhes sobre como vai funcionar, mas se for igual ao modelo
> tradicional do Whispercast (que funciona nos EUA), o formato utilizado pelos livros é o do
> Kindle http://en.wikipedia.org/wiki/Amazon_Kindle, que é proprietário e ainda tem suporte a
> DRM embutido http://en.wikipedia.org/wiki/Digital_rights_management. Ah, e um detalhe. Até
> onde eu sei, não é possível abrir um livro nesse formato em outro aparelho e/ou conta que não
> aquele(a) utilizado para baixá-lo (mas posso estar errado nisso, porque, como eu disse antes,
> não existem detalhes de como vai funcionar essa distribuição de conteúdo pelo MEC).
>
> O pior disso tudo é que existe o formato ePub, que segue padrões abertos e permite a inclusão
> de conteúdo rico, inclusive interativo, utilizando HTML5 e JavaScript. E esses documentos não
> ficam presos ao dispositivo onde ele foi baixado. Pode ser livremente distribuído pra qualquer
> outro dispositivo. Quem quiser ver isso funcionando na prática, tem esse vídeo com uma
> palestra do Jomar Silva http://www.youtube.com/watch?v=wgMMht_HYSs (e aqui os slides
> http://pt.slideshare.net/IntelSoftwareBR/livros-eletrnicos-interativos-com-html5-e-e-pub3-24308985).
> E quem quiser brincar com isso, tem essa documentação detalhada (e em português) da IBM:
> https://www.ibm.com/developerworks/br/library/x-richlayoutepub.
>
> Ou seja, de novo, um órgão do governo caindo no canto da sereia do software privativo, que vem
> disfarçado de "inovação", "simplicidade" e "gratuidade". E quem vai pagar o pato no final são,
> de novo, os usuários.
>
>



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