[Pontosdecultura] [CULTURA FEMINISTA] Uma em cada quatro mulheres sofre violência no parto
Leila L
lopeslei em gmail.com
Segunda Março 25 18:21:11 BRT 2013
Andrea Dip - Agência Pública 25.03.2013 - 14h14 | Atualizado em 25.03.2013
- 16h17
As agressões mais comuns, segundo estudo, são gritos, procedimentos
dolorosos sem consentimento ou informação, falta de analgesia e até
negligência (Foto: Agência Pública)
O conceito internacional de violência obstétrica define qualquer ato ou
intervenção direcionado à mulher grávida, parturiente ou puérpera (que deu
à luz recentemente), ou ao seu bebê, praticado sem o consentimento
explícito e informado da mulher e/ou em desrespeito à sua autonomia,
integridade física e mental, aos seus sentimentos, opções e preferências. A
pesquisa “Mulheres brasileiras e Gênero nos espaços público e privado”,
divulgada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, mostrou que uma em cada
quatro mulheres sofre algum tipo de violência durante o parto. As mais
comuns, segundo o estudo, são gritos, procedimentos dolorosos sem
consentimento ou informação, falta de analgesia e até negligência.
Mas há outros tipos, diretos ou sutis, como explica a obstetriz e ativista
pelo parto humanizado Ana Cristina Duarte: “impedir que a mulher seja
acompanhada por alguém de sua preferência, tratar uma mulher em trabalho de
parto de forma agressiva, não empática, grosseira, zombeteira, ou de
qualquer forma que a faça se sentir mal pelo tratamento recebido, tratar a
mulher de forma inferior, dando-lhe comandos e nomes infantilizados e
diminutivos, submeter a mulher a procedimentos dolorosos desnecessários ou
humilhantes, como lavagem intestinal, raspagem de pelos pubianos, posição
ginecológica com portas abertas, submeter a mulher a mais de um exame de
toque, especialmente por mais de um profissional, dar hormônios para tornar
o parto mais rápido, fazer episiotomia sem consentimento”.
“A lista é imensa e muitas nem sabem que podem chamar isso de violência. Se
você perguntar se as mulheres já passaram por ao menos uma destas
situações, “A lista é imensa e muitas nem sabem que podem chamar isso de
violência. Se você perguntar se as mulheres já passaram por ao menos uma
destas situações, provavelmente chegará a 100% dos partos no Brasil” diz
Ana Cristina, que faz parte de um grupo cada vez maior de mulheres que,
principalmente através de blogs e redes sociais, têm lutado para denunciar
a violência obstétrica tão rotineira e banalizada nos aparelhos de saúde.
“Algumas mulheres até entendem como violência, mas a palavra é mais
associada a violência urbana, fisica, sexual” diz a psicóloga Janaína
Marques de Aguiar, autora da tese “Violência institucional em maternidades
públicas: hostilidade ao invés de acolhimento como uma questão de gênero”
que entrevistou puérperas (com até três meses de parto) e profissionais de
maternidades públicas de São Paulo. “Quando a gente fala em violência na
saúde, isso fica dificil de ser visualizado. Porque há um senso comum de
que as mulheres podem ser maltratadas, principalmente em maternidades
públicas” acredita. E dá alguns exemplos: “Duas profissionais relataram,
uma médica e uma enfermeira, que um colega na hora de fazer um exame de
toque em uma paciente, fazia brincadeiras como 'duvido que você reclame do
seu marido' e 'Não está gostoso?”provavelmente chegará a 100% dos partos no
Brasil” diz Ana Cristina, que faz parte de um grupo cada vez maior de
mulheres que, principalmente através de blogs e redes sociais, têm lutado
para denunciar a violência obstétrica tão rotineira e banalizada nos
aparelhos de saúde.
“Algumas mulheres até entendem como violência, mas a palavra é mais
associada a violência urbana, fisica, sexual” diz a psicóloga Janaína
Marques de Aguiar, autora da tese “Violência institucional em maternidades
públicas: hostilidade ao invés de acolhimento como uma questão de gênero”
que entrevistou puérperas (com até três meses de parto) e profissionais de
maternidades públicas de São Paulo. “Quando a gente fala em violência na
saúde, isso fica dificil de ser visualizado. Porque há um senso comum de
que as mulheres podem ser maltratadas, principalmente em maternidades
públicas” acredita. E dá alguns exemplos: “Duas profissionais relataram,
uma médica e uma enfermeira, que um colega na hora de fazer um exame de
toque em uma paciente, fazia brincadeiras como 'duvido que você reclame do
seu marido' e 'Não está gostoso?”
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Postado por Leila L no CULTURA FEMINISTA em 3/25/2013 02:21:00 PM
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