[PSL-Brasil] 'O Facebook mente para você' - E A Guerra que se aproxima

Marcus Vinicius - Doutor Linux contato em doutorlinux.com
Quarta Julho 17 11:18:39 BRT 2013


nenhum capitalista gosta de perder clientes



>---- Original Message ----
>From: Marcelo Soares Souza <marcelo em juntadados.org>
>To: "PSL-Brasil" <psl-brasil em listas.softwarelivre.org>
>Sent: Qua, Jul 17, 2013, 9:03 AM
>Subject: [PSL-Brasil] 'O Facebook mente para você' - E A Guerra que se aproxima
>
>Obviamente esta havendo uma guerra da Mídia Tradicional brasileira
>contra as Redes Sociais e algumas corporações de TI/Conteúdo
>estrangeiras (Google, Apple, Amazon, Netflix, FaceBook e etc.). Assim
>como a Globo "foi parceira" do Software Livre no Brasil para atender
>seus interesses privados, esta vai trabalhar para diminuir a
>influência destas corporações no Brasil que já tomam 25% do mercado
>publicitário.
>
>  Parece uma situação onde todos perdemos, porém existe uma terceira
>via. Devemos combater a influência nefasta dos conglomerados
>midiáticos nacionais e estrangeiros, adotando e fomentando o uso, além
>do Software Livre, das redes sociais livres (Diaspora*, Friendica,
>identi.ca, Noosfero).
>
>--
>'O Facebook mente para você'
>
>Vitor Sorano
>
>Fundador da ONG que acusa a rede social de descumprir as leis de
>privacidade da UE cobra de outras gigantes da web esclarecimentos
>sobre colaboração com espionagem dos EUA
>
>Se você pedir detalhes sobre como o Facebook usa suas informações, a
>resposta será nula, incompleta ou uma enganação, argumenta Mark
>Schrems, líder de uma organização que acusa a rede social de
>descumprir as leis de privacidade europeias – a Europe vs Facebook.
>
>"Em muitos casos, eles mentem de forma escancarada para você. Eles
>sempre dizem: ‘muito obrigado pela sua pergunta, 'blá blá blá’, viram
>as costas e a jogam fora", afirma Schrems.
>
>Em 2011, esse austríaco então com 23 anos conseguiu com base na
>lesgilação europeia obrigar o Facebook a lhe enviar um dossiê com –
>supostamente – todas as informações que armazenava sobre ele. Havia
>ali, descobriu Schrems, até informações que ele próprio havia
>excluído.
>
>Todo mundo fora dos Estados Unidos ou do Canadá pode fazer um pedido
>semelhante, lembra Schrems – já que o contrato, nesses casos, seria
>com a sede do Facebook na Irlanda. Mas a resposta, muito provavelmente
>será nula.
>
>"Cerca de 70 mil pessoas em todo o mundo pediram os dados, mas ninguém
>conseguiu. Elas são orientadas a usar uma ferramenta de download que
>só permite acesso a uma parte dos dados, e não a todos os dados que
>estão guardados no servidor [ do Facebook ]. E você não consegue saber
>tudo o que está no servidor deles", diz Schrems.
>
>Nos trechos da entrevista publicados abaixo, o ativista comenta as
>vitórias já obtidas pela associação, as ações movidas contra outras
>empresas após o escândalo da espionagem americana e propõe que as
>redes sociais possam se comunicar entre si, para que haja mais
>concorrência entre elas.
>
>Em nota, o Facebook diz que proteger a privacidade dos usuários é prioridade.
>
>"Nós não disponibilizamos a qualquer organização governamental o
>acesso direto aos servidores do Facebook. Quando são solicitados dados
>ou informações sobre indivíduos específicos, examinamos cuidadosamente
>qualquer pedido e fornecemos informações apenas na medida exigida pela
>lei”, informou.
>
>Como fazer para que as pessoas se mobilizem para lutar por sua
>privacidade na internet e garantir que as empresas cumpram as leis?
>
>Max Schrems : É muito difícill. Estamos muito no começo da discussão.
>É como pensar a questão ambiental nos anos 1960. E tecnologia é um
>tópico muito complicado: é difícil entender o que o seu telefone ou o
>Facebook fazem. Também é muito díficil encontrar provas sobre o que
>está acontecendo. Por outro lado, na Europa você tem o direito
>constitucional à privacidade, mas nada acontece se você descumprir as
>leis.
>
> Como as instituições europeias e dos Estados Membros têm reagido à
>ação do Europe vs. Facebook?
>
>É variável. Na Europa continental, a privacidade é muito importante.
>Mas o Facebook está na Irlanda e lá a economia é mais importante que a
>privacidade. A realidade é que eles [ a agência independente
>responsável por fiscalizar o direito à privacidade na Irlanda ] não
>aplicam a lei. O que é um grande problema porque temos um mercado
>comum e todos os players têm de seguir as leis. É injusto se
>companhias de outros países têm de fazê-lo e o Facebook, não.
>
>E como o Facebook tem reagido?
>
>Já mudaram algo como 10% ou 20% [ do que foi criticado pelo grupo ].
>Na maioria [ das demandas sobre informações ] eles tentam atrasar o
>processo para que a gente desista. Nunca dão respostas claras e,
>quando dão alguma, você descobre que estava errada e era uma mentira.
>Em muitos casos eles mentem de forma escancarada para você. É muito
>difícil confiar neles ou trabalhar com eles. Sempre dizem: "muito
>obrigado pela sua pergunta, blá blá blá", viram as costas e a jogam
>fora.
>
> Que medidas práticas o Facebook já tomou a partir da pressão do
>Europe vs. Facebook?
>
>Mudaram a política de privacidade duas vezes e desligaram o
>reconhecimento automático de rostos fora dos Estados Unidos e do
>Canadá. Também criaram uma ferramenta de download que permite que você
>baixe parte de suas informações [ que estão nos servidores da empresa
>], embora os dados interessantes não possam ser baixados. Já tiveram
>de deletar dados porque descobrimos, no meu caso, que todo os dados
>que deletei ainda estavam ainda lá.
>
>Vocês também pretendem que a política de privacidade seja mudada do
>que a ONG denomina de opt-ou para o opt-in [ em vez de o Facebook ser
>impedido de acessar um dado se o usuário disser não, ter de exigir a
>autorização para acessar esse dado ]. Essa demanda tem tido algum
>avanço?
>
>Não. Pela lei europeia, a coleta de dados só pode ser feita se você
>concordar claramente com isso. Mas o que o Facebook faz é: “se você
>não disser claramente ‘não’, então posso fazer o que quero”. E, além
>disso, [ a empresa ] não lhe dá a possibilidade de dizer não, pois não
>há nenhum botão para dizer não. Dessa maneira, eles argumentam que
>você concordou com o que ela faz.
>
>Cidadãos de outros países, como o Brasil, podem fazer reclamações
>contra o Facebook com base na legislação europeia?
>
>Sim. A lei se aplica a todos, independentemente de quem é o
>consumidor. Qualquer pessoa que tenha um contrato com o Facebook
>Irlanda, não importa se está na China, na Austrália ou no Brasil pode
>fazer reclamações com base na lei europeia. O problema é que mesmo
>dentro Europa não conseguimos fazer essa lei ser aplicada.
>
> Há demandas de outros países?
>
>Sim. Há gente de diferentes países pedindo, por exemplo, cópias de
>seus dados, mas não tem havido respostas. Cerca de 70 mil pessoas em
>todo o mundo pediram, mas ninguém conseguiu. Elas são orientadas a
>usar uma ferramenta de download que só permite acesso a uma parte dos
>dados, e não a todos os dados que estão guardados no servidor [ do
>Facebook ]. E você não consegue saber tudo o que está no servidor
>deles.
>
>Como você avalia a suspeita de que o Facebook pode ter colaborado com
>programas de espionagem americanos?
>
>É um problema imenso, pois o Facebook tem informações não só sobre o
>que você põe dentro dele, mas também sobre o que outras pessoas falam
>sobre você, mesmo que você não seja um usuário da rede. Muitos pensam
>que, se não põem uma informação no Facebook, ele não terá acesso a
>ela. Mas [a rede] sabe se você uma página que tenha um botão ‘curtir’,
>ainda que vocÊ não clique nele. O fato de toda essa informação esteja
>disponível para uma autoridade é um problema imenso. Fizemos outra
>reclamação [ à agência irlandesa ] sobre isso pois é algo ilegal, pela
>legislação europeia, mas nenhuma ação foi tomada.
>
> Vocês fizeram reclamações também contra Apple, Microsoft, Skype and
>Yahoo!. Houve alguma resposta?
>
>Fizemos as reclamações há duas semanas e isso vai demorar meses. Na
>Alemanha já pediram que o Yahoo! apresente seus argumentos.
>
>E quanto ao Google?
>
>O Google não tem uma sede na Europa, então se você tem um contrato com
>o ele, é com a empresa nos EUA. Provavelmente há alguma saída, mas não
>tratamos disso nesse primeiro momento.
>
>Você crê que as suspeitas de que esses gigantes da tecnologia
>colaboraram com a espionagem americana pode afetar, positivamente ou
>negativamente, a mobilização popular relativa à privacidade?
>
>Na Europa, ao menos, isso colocou o tema em evidência. A questão é se
>vai durar uma semana ou se vai levar a alguma mudança real. E o
>problema, em geral, é que é muito difícil para as pessoas entenderem o
>que está acontecendo, o que as autoridades estão fazendo, não há
>debate público sobre isso. É claro que nós todos precisamos desses
>sistemas, precisamos de dados de alguma maneira, então não é uma
>questão de sim ou não. É de como eu quero que os meus dados sejam
>tratados, o que é mais difícil de discutir.
>
>O Europe vs. Facebook defende o que chama de "livre mercado" de redes
>sociais. Há algo sendo feito nesse sentido, quer nos EUA, quer na
>União Europeia?
>
>Nada. A solução para as redes sociais, eu acredito, seria abri-las
>para que eu possa mandar uma mensagem de uma rede social para outra,
>como eu consigo falar de uma companhia telefônica para outra ou mandar
>um email de um provedor para outro. É algo que temos de fazer e isso
>daria a possibilidade de dizer "eu não gosto do Facebook, vou para
>outra rede". Mas agora o Facebook não reage às críticas. Eles sabem
>que as pessoas estão irritadas, mas elas vão sair? Então esse é o
>problema.
>
>Fonte: http://tecnologia.ig.com.br/2013-07-17/o-facebook-mente-para-voce.html
>
>-- 
>Abraços
>Marcelo Soares Souza
>http://marcelo.juntadados.org
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