[PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre

Omar Kaminski internetlegal em gmail.com
Domingo Junho 1 17:14:09 BRT 2014


Caso prático: os tribunais em geral estão adotando o processo
eletrônico, a lei diz que precisa ser "preferencialmente em código
aberto", mas não disponibilizam o código.

[]s

Em 1 de junho de 2014 16:00, Thiago Zoroastro
<thiago.zoroastro em bol.com.br> escreveu:
> O problema não está no Código Aberto. O problema está quando o Código Aberto
> é proprietário e não-livre. O Código Aberto, em grande parte, compartilha
> dos objetivos do Software Livre. Só que alguma parte dele é não-livre, e
> isso não será divulgado pelos canais de comunicação, porque eles não se
> importam com isso. São bastardos pagos para dizerem o que lhes é passado, e
> por isso vemos o que interessa aos poderosos da informação sendo promovidos
> à massa das pessoas.
>
> Pessoas que utilizam aquilo sem grande noção do que faz. O Código Aberto
> serve a interesses de empresas, e o Software Livre tem uma maior carga de
> Liberdade de Expressão que torna-o mais do público e do usuário. Liberdade
> de Software está mais para potencializar inovações tecnológicas do que para
> obter lucros. Um usuário não é obrigado a user somente programas 100%
> livres, uma parte deles ainda permanece mais desconhecida e submersa pela
> desinformação do que outros mais conhecidos e assimilados. Mesmo que um
> usuário use uma distro 100% livre, não quer dizer que ele não use outras
> menos livres e gratuitas do mesmo jeito.
>
> Ouvi dizer no FISL que fui, no ano passado, que o certo é colocar um
> dual-boot de uma 100% Livre e outra Não-livre no computador, e o cara estava
> certo. Hoje em dia, existe uma maior possibilidade de assimilar tudo que é
> necessário em uma Distro que não rode aplicações não-livres e outra que rode
> não-livre e, inclusive, aplicações no Wine se for preciso.
>
> Sem falar que é muito mais inteligente defender o dual-boot em todo o Brasil
> do que colocar para substituir o WIndows por completo. A migração é um
> processo lento e deveria ter começado a muito tempo. Dos lugares que
> começaram a migrar faz tempo e pararam, esqueceram-se de que dual-boot é
> importante. Dos lugares que não começaram a migrar até hoje, é hora de
> migrar e capacitar as pessoas a entender que aquilo facilita a vida deles.
> Dos lugares que começaram a migrar faz tempo, continuaram, progrediram e
> obtiveram sucesso na migração, então podem compartilhar para o resto do país
> a experiência.
>
> O problema não é o Código Aberto, o problema é o Código Não-Livre.
>
>
> Thiago Zoroastro
>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>
>
> ________________________________
>
> De: anahuac em anahuac.eu
> Enviada: Domingo, 1 de Junho de 2014 14:51
> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> Assunto: [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos
> do Software Livre
>
>
> Dito não por mim, mas pelo próprio Stallman.
> Leiam o artigo todo. Vale a pena.
>
> Se depois deste esclarecimento, não fizemos nada, estaremos tapando o Sol
> com a peneira e nos condenando à extinção como movimento social.
>
> Segue...
>
> Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre
>
> por Richard Stallman
>
> Quando dizemos que um software é “livre”, queremos dizer que ele respeita as
> liberdades essenciais dos usuários: a liberdade de rodá-lo, de estudá-lo e
> mudá-lo, e redistribuir cópias com ou sem mudanças. Isso é uma questão de
> liberdade, não de preço - pense em “liberdade de expressão”, não em “cerveja
> grátis”.
>
> Essas liberdades são vitalmente importantes. Elas são essenciais não apenas
> para os propósitos individuais dos usuários, mas para a sociedade como um
> todo, pois elas promovem solidariedade social — isto é, compartilhamento e
> cooperação. Elas se tornam ainda mais importantes à medida que nossa cultura
> e atividades cotidianas se tornam mais digitalizadas. Num mundo de sons,
> imagens e palavras digitais, o software livre se torna essencial para a
> liberdade em geral.
>
> Dezenas de milhões de pessoas no mundo atualmente usam software livre; as
> escolas públicas de algumas regiões da Índia e da Espanha ensinam todos seus
> estudantes a usar o sistema operacional livre GNU/Linux. Muitos desses
> usuários, contudo, nunca ouviram sobre as razões éticas pelas quais nós
> desenvolvemos esse sistema e construímos a comunidade do software livre,
> devido ao fato de que hoje em dia esse sistema e comunidade são muito
> frequentemente divulgados como “código aberto”, atribuindo a eles uma
> filosofia diferente, na qual essas liberdades dificilmente são mencionadas.
>
> O movimento do software livre tem lutado pela liberdade dos usuários de
> computador desde 1983. Em 1984 nós iniciamos o desenvolvimento do sistema
> operacional livre GNU para que pudéssemos evitar os sistemas operacionais
> proprietários (não livres) que negam liberdade aos seus usuários. Durante os
> anos 80, nós desenvolvemos boa parte dos componentes essenciais do sistema e
> criamos a Licença Pública Geral GNU (GNU GPL) para lançá-los — uma licença
> especificamente projetada para proteger a liberdade de todos os usuários de
> um programa.
>
> Nem todos os usuários e desenvolvedores de software livre concordaram com os
> objetivos do movimento do software livre. Em 1998, um parte da comunidade do
> software livre se separou e iniciou uma campanha em nome do “código aberto”.
> O termo foi originalmente proposto afim de evitar uma possível confusão com
> o termo “software livre”, porém logo se tornou associado a visões
> filosóficas bem diferentes daquelas do movimento do software livre.
>
> Alguns dos partidários do código aberto consideram o termo uma “campanha de
> marketing pelo software livre”, que apela aos empresários ao salientar os
> benefícios práticos do software, ao mesmo tempo que não levanta questões
> sobre certo e errado que eles podem não querer ouvir. Outros partidários
> rejeitam terminantemente os valores éticos e sociais do movimento do
> software livre. Quaisquer que sejam seus pontos de vista, na campanha pelo
> código aberto, eles não citam nem advogam esses valores. O termo “código
> aberto” se tornou rapidamente associado a ideias e argumentos baseados
> apenas em valores práticos, tais como criar ou ter software poderoso e
> confiável. A maioria dos partidários do código aberto tem feito isso desde
> então, e fazem a mesma associação.
>
> Quase todo software de código aberto é software livre. Os dois termos
> descrevem quase a mesma categoria de software, porém eles apoiam visões
> baseadas em valores fundamentalmente diferentes. O código aberto é uma
> metodologia de desenvolvimento; o software livre é um movimento social. Para
> o movimento do software livre, o software live é um imperativo ético, pois
> apenas o software livre respeita a liberdade dos usuários. Em contrapartida,
> a filosofia do código aberto considera os problemas em termos de como tornar
> o software “melhor” — e apenas num sentido prático. Ela diz que o software
> não-livre é uma solução inferior para o problema prático em questão. Para o
> movimento do software livre, contudo, o software não-livre é um problema
> social e a solução é parar de usá-lo e migrar para o software livre.
>
> “Software livre”. “Código aberto”. Se é o mesmo software, realmente importa
> que nome você usa? Sim, porque palavras diferentes exprimem ideias
> diferentes. Embora um programa livre daria a você a mesma liberdade hoje por
> qualquer outro nome, estabelecer a liberdade de forma duradoura depende
> sobretudo de ensinar as pessoas a valorizar a liberdade. Se você quer ajudar
> nesse sentido, é essencial falar em “software livre”.
>
> Nós do movimento do software livre não vemos o código aberto como um
> empreendimento inimigo; o inimigo é o software (não-livre) proprietário.
> Porém, nós queremos que as pessoas saibam que apoiamos a liberdade, por isso
> não aceitamos ser rotulados erroneamente como partidários do código aberto.
> Enganos comuns em relação ao “Software Livre” e “Código Aberto”;
>
> O termo “software livre” está propenso a interpretação errada: o sentido não
> intencional de “software que você pode adquirir a custo zero” se encaixa ao
> termo tão bem quanto o sentido intencional, “software que dá ao usuário
> certas liberdades”. Nós resolvemos esse problema ao publicarmos a definição
> de software livre e ao dizer “Pense em ‘liberdade de expressão’, não em
> ‘cerveja grátis’”. Essa não é uma solução perfeita; ela não elimina
> completamente o problema. Um termo não ambíguo e correto seria melhor, se
> ele não apresentasse outros problemas.
>
> Infelizmente, todas as alternativas na língua inglesa têm problemas
> próprios. Temos avaliado as muitas sugestões propostas pelas pessoas, mas
> nenhuma é tão claramente “adequada” que mudar para ela seria uma boa ideia.
> (Por exemplo, em alguns contexto, a palavra “libre” do Francês e do Espanhol
> funciona bem, porém as pessoas da Índia não a reconhecem de forma alguma.)
> Todas as substituições propostas para “software livre” trazem algum tipo de
> problema semântico — e isso inclui “software de código aberto”.
>
> A definição oficial de “software de código aberto” (que foi publicada pela
> Open Source Initiative e é longa demais para ser incluída aqui) foi
> indiretamente derivada dos nossos critérios para o software livre. Ela não é
> igual; é um pouco mais ampla em alguns aspectos, de modo tal que o pessoal
> do código aberto tem aceitado algumas licenças que nós consideramos
> inaceitavelmente restritivas. Ademais, eles julgam baseados apenas na
> licença do código-fonte, enquanto que nosso critério também considera se um
> aparelho permitirá que você rode sua versão modificada do programa. Não
> obstante, a definição deles concorda com a nossa na maioria dos casos.
>
> Contudo, o sentido óbvio para a expressão “software de código aberto” — e o
> único que boa parte das pessoas parece considerar — é “Você pode dar uma
> olhada no código-fonte”. Esse critério é mais fraco do que a definição de
> software livre e mais fraco também do que a definição oficial de código
> aberto, pois isso inclui muitos programas que não são nem livres nem código
> aberto.
>
> Visto que o sentido óbvio para “código aberto” não é o mesmo que seus
> defensores intencionam, o resultado é que muitas pessoas interpretam mal o
> termo. De acordo com o escritor Neal Stephenson, “o Linux é um software de
> ‘código aberto’, o que significa, simplesmente, que qualquer um pode obter
> cópias de seus arquivos de código-fonte”. Eu não acho que ele
> deliberadamente procurou rejeitar ou contestar a definição “oficial”. Eu
> penso que ele simplesmente aplicou as convenções da língua inglesa para
> encontrar um sentido para o termo. O estado do Kansas publicou uma definição
> similar: “Fazer uso de software de código-aberto (OSS). OSS é o software
> para o qual o código-fonte é livre e disponibilizado publicamente, porém os
> acordos de licenciamento específicos variam quanto ao que é permitido se
> fazer com o código”.
>
> O New York Times publicou um artigo que estende o sentido do termo para se
> referir a testes beta de usuário — deixar que alguns usuários testem uma
> versão inicial e enviem feedback confidencial — que os desenvolvedores de
> software proprietário têm praticado por décadas.
>
> Os partidários do código aberto tentam lidar com isso chamando atenção para
> sua definição oficial, mas essa abordagem corretiva é menos efetiva para
> eles do que para nós. O termo “software livre” tem dois sentidos naturais,
> um dos quais é o sentido intencional; assim uma pessoa que tenha captado a
> ideia de “liberdade de expressão, não cerveja grátis” não errará novamente.
> Porém, o termo “código aberto” tem apenas um sentido natural, que é
> diferente do sentido que seus partidários tinham em mente. Assim, não há
> modo sucinto de explicar e justificar sua definição oficial — o que torna a
> confusão pior.
>
> Outro engano sobre o “código aberto” é a ideia que ele significa “não usando
> a GNU GPL”. Esse engano tende a acompanhar outro mal-entendido que “software
> livre” significa “software coberto pela GPL”. Ambos são equívocos, visto que
> a GNU GPL qualifica-se como uma licença código aberto e a maioria das
> licenças de código aberto qualificam-se como licenças de software livre.
>
> O termo “código aberto” tem sido adicionalmente estendido por sua aplicação
> a outras atividades, tais como governo, educação e ciência, onde não existe
> código-fonte e onde os critérios para licenciamento de software são
> simplesmente não pertinentes. A única coisa que essas atividades têm em
> comum é que elas, de alguma forma, convidam as pessoas a participar. Eles
> estenderam tanto o termo que ele apenas significa “participatório”.
> Valores diferentes podem levar a conclusões similares… mas nem sempre
>
> Grupos radicais da década de 1960 tinham a reputação de faccionalistas:
> algumas organizações dividiram-se devido a desacordos sobre detalhes de
> estratégia e os dois grupos criados tratavam-se um ao outro como inimigos, a
> despeito de terem valores e objetivos básicos similares. A ala direita fez
> muito caso disso e usou isso para criticar toda a ala esquerda.
>
> Alguns tentam rebaixar o movimento do software livre ao comparar nosso
> desacordo com o código aberto ao desacordo de outros grupos radicais, mas a
> verdade é outra. Nós discordamos com a campanha do código aberto no que
> concerne aos valores e objetivos básicos, mas tanto a visão deles quanto a
> nossa, em muitos casos, levam ao mesmo comportamento prático — tal como
> desenvolver software livre.
>
> Como consequência, pessoas do movimento do software livre e pessoas do
> código aberto frequentemente trabalham juntas em projetos práticos, tal como
> o desenvolvimento de software. É digno de nota que essas diferentes visões
> filosóficas podem às vezes motivar diferentes pessoas a participar nos
> mesmos projetos. No entanto, há situações em que essas visões
> fundamentalmente diferentes levam a ações muito diferentes.
>
> A ideia do código aberto é que permitir aos usuários mudar e redistribuir o
> software irá torná-lo mais poderoso e confiável. Porém, isso não é
> garantido. Desenvolvedores de software proprietário não são necessariamente
> incompetentes. Às vezes, eles produzem um programa que é poderoso e
> confiável, ainda que ele não respeite a liberdade dos usuários. Os ativistas
> do software livre e entusiastas do código aberto irão reagir de modo bem
> diferente a isso.
>
> Um puro entusiasta do código aberto, alguém que absolutamente não é
> influenciado pelos ideias do software livre, dirá: “Eu estou surpreso que
> você conseguiu fazer um programa rodar tão bem sem usar nosso modelo de
> desenvolvimento, mas você conseguiu. Como obtenho uma cópia?”. Essa atitude
> recompensará esquemas que tiram nossa liberdade, levando à sua perda.
>
> Um ativista do software livre dirá: “Seu programa é muito atrativo, porém,
> eu valorizo mais a minha liberdade. Sendo assim, eu rejeito seu programa. Ao
> invés disso, irei apoiar um projeto para desenvolver um substituto livre”.
> Se nós valorizamos nossa liberdade, nós podemos agir para mantê-la e
> defendê-la.
> Software poderoso e confiável pode ser ruim
>
> A ideia que desejamos que o software seja poderoso e confiável advém da
> suposição de que o software está designado para servir seus usuários. Se ele
> é poderoso e confiável, isso significa que ele os serve melhor.
>
> Porém, pode-se dizer que o software serve aos seus usuários somente se
> respeita sua liberdade. E se o software for projetado para acorrentar seus
> usuários? Então, ser poderoso significa que as correntes são mais
> constritivas e ser confiável significa que elas são mais difíceis de
> remover.Características maliciosas, tais como espionar os usuários,
> restringir os usuários, back doors, e imposição de upgrades são comuns no
> software proprietário, e alguns mantenedores do código aberto querem
> implementá-los nos programas de código aberto.
>
> Sob pressão das companhias de cinema e gravadoras, o software para uso
> pessoal é cada vez mais projetado especificamente para limitar os usuários.
> Essa característica maliciosa é conhecida como Gestão de Restrições Digitais
> (DRM — do inglês Digital Restrictions Management) (veja
> DefectiveByDesign.org) e é a antítese no espírito da liberdade que o
> software livre visa proporcionar. E não apenas no espírito: visto que o
> objetivo do DRM é esmagar sua liberdade, os desenvolvedores DRM tentam
> torná-lo mais difícil, impossível ou ainda ilegal para você mudar o software
> que implementa o DRM.
>
> Ainda assim, alguns defensores do código aberto têm proposto software “DRM
> código aberto”. Sua ideia é que, mediante a publicação do código-fonte dos
> programas desenvolvidos para restringir seu acesso à mídia criptografada e
> ao permitir que outros mudem o programa, irão produzir um software mais
> poderoso e confiável para limitar usuários como você. O software seria então
> distribuído a você em aparelhos que não lhe permitem modificações.
>
> Esse software pode ser de código aberto e usar o modelo de desenvolvimento
> do código aberto, mas ele não será software livre, visto que ele não
> respeitará a liberdade dos usuários que de fato o rodarão. Se o modelo de
> desenvolvimento de código aberto obter êxito em tornar esse software mais
> poderoso e confiável ao limitar você, isso o tornará ainda pior.
> Medo da liberdade
>
> A principal motivação inicial daqueles que se desligaram do movimento do
> software livre e criaram o empreendimento do código aberto era que as ideias
> éticas de “software livre” deixavam algumas pessoas receosas. É verdade:
> levantar questões éticas como liberdade e falar sobre responsabilidade, bem
> como conveniência, é pedir às pessoas que pensem sobre coisas que elas podem
> preferir ignorar, como, por exemplo, sobre se sua conduta é ética. Isso pode
> desencadear desconforto e algumas pessoas poderão simplesmente fechar suas
> mentes. Mas daí não resulta que devamos parar de falar dessas questões.
>
> Isso é, entretanto, o que os líderes do código aberto decidiram fazer. Eles
> concluíram que calando-se a respeito da ética e da liberdade, e apenas
> falando sobre os benefícios práticos imediatos de certo software livre, eles
> poderiam “vender” o software de maneira mais eficaz a certos usuários,
> especialmente a empresas.
>
> Essa abordagem se mostrou efetiva, em seus próprios termos. A retórica do
> código aberto tem convencido muitos empresários e indivíduos a usar, e ainda
> desenvolver, software livre, o que tem estendido nossa comunidade — porém,
> apenas em um nível superficial, prático. A filosofia do código aberto, com
> seus valores puramente práticos, impede a compreensão das ideias profundas
> do software livre; ela traz muitos pessoas à nossa comunidade, porém não as
> ensina a defendê-la. Isso é bom até certo ponto, mas não é o bastante para
> assegurar a liberdade. Atrair usuários para o software livre os leva apenas
> até parte do caminho de se tornar defensores da própria liberdade.
>
> Mais cedo ou mais tarde esses usuários serão convidados para voltar ao
> software proprietário por alguma vantagem prática. Incontáveis companhias
> procuram oferecer tal tentação, algumas até mesmo oferecendo cópias grátis.
> Por que os usuários rejeitariam? Apenas se houvessem aprendido a valorizar a
> liberdade que o software livre lhes dá, o valor da liberdade em si mesma, ao
> invés de conveniência técnica e prática de softwares livres específicos.
> Para espalhar essa ideia, nós temos que falar sobre liberdade. Um pouco da
> abordagem “silenciosa” ao conversar com empresas pode ser útil para a
> comunidade, mas é perigoso se ela se torne tão comum que o amor pela
> liberdade passe a ser visto como uma excentricidade.
>
> Essa situação perigosa é exatamente o que temos. Muitas pessoas envolvidas
> com software livre, especialmente seus distribuidores, falam muito pouco
> sobre liberdade — geralmente porque eles visam ser “mais aceitáveis para o
> comércio”. Quase todas as distribuições GNU/Linux adicionam pacotes
> proprietários ao sistema livre básico, e eles convidam os usuários a
> considerar isso um vantagem, ao invés de uma falha.
>
> Software proprietário adicional e distribuições GNU/Linux parcialmente
> não-livres encontram campo fértil porque boa parte de nossa comunidade não
> insiste na liberdade em seu software. Isso não é coincidência. A maioria dos
> usuários GNU/Linux foram introduzidos ao sistema por meio da discussão do
> “código aberto”, que não diz que a liberdade é um objetivo. As práticas que
> não apoiam a liberdade e as palavras que não versam sobre liberdade estão de
> mãos dadas, uma promovendo a outra. Para superar essa tendência, nós
> precisamos de mais, não de menos, discussões sobre liberdade.
> Conclusão
>
> Na medida em que os defensores do código aberto atraem novos usuários a
> nossa comunidade, nós, ativistas do software livre, devemos assumir a tarefa
> de trazer a questão da liberdade à sua atenção. Nós temos que dizer: “Isso é
> software livre e dá a você liberdade”, mais e mais alto do que nunca. Toda
> vez que você diz “software livre”, ao invés de “código aberto”, você ajuda
> nossa campanha.
> http://www.gnu.org/philosophy/open-source-misses-the-point.html
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