[PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre

cristiano furtado cristianofurtadoba em gmail.com
Domingo Junho 1 20:23:17 BRT 2014


Perfeito Thiago.
Em 01/06/2014 20:07, "Thiago Zoroastro" <thiago.zoroastro em bol.com.br>
escreveu:

> Aquilo que Richard Stallman se refere como `solidariedade` encaixa-se
> aquilo de somente promover uma distribuicao sem tamanho criterio, como
> atualmente acontece com o Ubuntu. Eu tenho um amigo na fisica que +1
> resolveu buscar outras distros, que pudessem correponder melhor as
> necessidades dele, entao eu lhe apresentei a historia de GNU.
>
> Mas creio que o Codigo Aberto Proprietario deveria partilhar tambem de
> solidariedade social e promover mais distros, descentralizando das
> principais e proporcionando crescimento economico as distros locais.
>
>
> Thiago Zoroastro
>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>
>
> ------------------------------
>
> *De:* internetlegal em gmail.com
> *Enviada:* Domingo, 1 de Junho de 2014 19:04
> *Para:* psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> *Assunto:* [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
> objetivos do Software Livre
>
> Acompanho as discussões desde 2001 e ainda estão estanques em software
> livre x open source? Sensacional #sqn
>
> []s
>
>
> Em 1 de junho de 2014 18:47, cristiano furtado
> <cristianofurtadoba em gmail.com> escreveu:
> > O mais confuso nisso tudo é que, nós que fazemos parte da comunidade de
> SL a
> > anos estamos sem saber o que fazer, imagine as pessoas que estão tentando
> > ingressar na nossas comunidade e filosofia. Creio que existe muitos por
> ques
> > e pouco tenho certeza.
> >
> > Em 01/06/2014 18:43, <anahuac em anahuac.eu> escreveu:
> >
> >>
> >>
> >> Não!!! :-)
> >> Este não é o Projeto FOOS Brasil!
> >>
> >> É o que estou tentando explicar desde os outros artigos. Está na hora de
> >> darmos ênfase total ao Software Livre e não ao OSI.
> >> O problema não está no objetivo final, mas na abordagem que confunde as
> >> pessoas.
> >>
> >> O pragmatismo dos meios de convencimento do OSI estão aumentando a base
> de
> >> usuários sim, mas está eliminando a retórica ideológica e os argumentos
> >> éticos que transformam a sociedade.
> >>
> >> Promovemos uma mudança de paradigma social ou um método de produção de
> >> software? Não, não da para ser os dois, vide todos os argumentos
> citados nas
> >> thread anterior.
> >>
> >> Hora de escolher. MSL ou MOS?
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >>
> >> ________________________________
> >>
> >> De: "Thiago Zoroastro" <thiago.zoroastro em bol.com.br>
> >> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> >> Enviadas: Domingo, 1 de junho de 2014 15:32:54
> >> Assunto: Re: [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
> >> objetivos do Software Livre
> >>
> >> Então viva o FLOSS.
> >>
> >>
> >> Thiago Zoroastro
> >> http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
> >>
> >>
> >> ________________________________
> >>
> >> De: anahuac em anahuac.eu
> >> Enviada: Domingo, 1 de Junho de 2014 14:51
> >> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> >> Assunto: [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
> >> objetivos do Software Livre
> >>
> >>
> >> Dito não por mim, mas pelo próprio Stallman.
> >> Leiam o artigo todo. Vale a pena.
> >>
> >> Se depois deste esclarecimento, não fizemos nada, estaremos tapando o
> Sol
> >> com a peneira e nos condenando à extinção como movimento social.
> >>
> >> Segue...
> >>
> >> Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre
> >>
> >> por Richard Stallman
> >>
> >> Quando dizemos que um software é “livre”, queremos dizer que ele
> respeita
> >> as liberdades essenciais dos usuários: a liberdade de rodá-lo, de
> estudá-lo
> >> e mudá-lo, e redistribuir cópias com ou sem mudanças. Isso é uma
> questão de
> >> liberdade, não de preço - pense em “liberdade de expressão”, não em
> “cerveja
> >> grátis”.
> >>
> >> Essas liberdades são vitalmente importantes. Elas são essenciais não
> >> apenas para os propósitos individuais dos usuários, mas para a sociedade
> >> como um todo, pois elas promovem solidariedade social — isto é,
> >> compartilhamento e cooperação. Elas se tornam ainda mais importantes à
> >> medida que nossa cultura e atividades cotidianas se tornam mais
> >> digitalizadas. Num mundo de sons, imagens e palavras digitais, o
> software
> >> livre se torna essencial para a liberdade em geral.
> >>
> >> Dezenas de milhões de pessoas no mundo atualmente usam software livre;
> as
> >> escolas públicas de algumas regiões da Índia e da Espanha ensinam todos
> seus
> >> estudantes a usar o sistema operacional livre GNU/Linux. Muitos desses
> >> usuários, contudo, nunca ouviram sobre as razões éticas pelas quais nós
> >> desenvolvemos esse sistema e construímos a comunidade do software livre,
> >> devido ao fato de que hoje em dia esse sistema e comunidade são muito
> >> frequentemente divulgados como “código aberto”, atribuindo a eles uma
> >> filosofia diferente, na qual essas liberdades dificilmente são
> mencionadas.
> >>
> >> O movimento do software livre tem lutado pela liberdade dos usuários de
> >> computador desde 1983. Em 1984 nós iniciamos o desenvolvimento do
> sistema
> >> operacional livre GNU para que pudéssemos evitar os sistemas
> operacionais
> >> proprietários (não livres) que negam liberdade aos seus usuários.
> Durante os
> >> anos 80, nós desenvolvemos boa parte dos componentes essenciais do
> sistema e
> >> criamos a Licença Pública Geral GNU (GNU GPL) para lançá-los — uma
> licença
> >> especificamente projetada para proteger a liberdade de todos os
> usuários de
> >> um programa.
> >>
> >> Nem todos os usuários e desenvolvedores de software livre concordaram
> com
> >> os objetivos do movimento do software livre. Em 1998, um parte da
> comunidade
> >> do software livre se separou e iniciou uma campanha em nome do “código
> >> aberto”. O termo foi originalmente proposto afim de evitar uma possível
> >> confusão com o termo “software livre”, porém logo se tornou associado a
> >> visões filosóficas bem diferentes daquelas do movimento do software
> livre.
> >>
> >> Alguns dos partidários do código aberto consideram o termo uma “campanha
> >> de marketing pelo software livre”, que apela aos empresários ao
> salientar os
> >> benefícios práticos do software, ao mesmo tempo que não levanta questões
> >> sobre certo e errado que eles podem não querer ouvir. Outros partidários
> >> rejeitam terminantemente os valores éticos e sociais do movimento do
> >> software livre. Quaisquer que sejam seus pontos de vista, na campanha
> pelo
> >> código aberto, eles não citam nem advogam esses valores. O termo “código
> >> aberto” se tornou rapidamente associado a ideias e argumentos baseados
> >> apenas em valores práticos, tais como criar ou ter software poderoso e
> >> confiável. A maioria dos partidários do código aberto tem feito isso
> desde
> >> então, e fazem a mesma associação.
> >>
> >> Quase todo software de código aberto é software livre. Os dois termos
> >> descrevem quase a mesma categoria de software, porém eles apoiam visões
> >> baseadas em valores fundamentalmente diferentes. O código aberto é uma
> >> metodologia de desenvolvimento; o software livre é um movimento social.
> Para
> >> o movimento do software livre, o software live é um imperativo ético,
> pois
> >> apenas o software livre respeita a liberdade dos usuários. Em
> contrapartida,
> >> a filosofia do código aberto considera os problemas em termos de como
> tornar
> >> o software “melhor” — e apenas num sentido prático. Ela diz que o
> software
> >> não-livre é uma solução inferior para o problema prático em questão.
> Para o
> >> movimento do software livre, contudo, o software não-livre é um problema
> >> social e a solução é parar de usá-lo e migrar para o software livre.
> >>
> >> “Software livre”. “Código aberto”. Se é o mesmo software, realmente
> >> importa que nome você usa? Sim, porque palavras diferentes exprimem
> ideias
> >> diferentes. Embora um programa livre daria a você a mesma liberdade
> hoje por
> >> qualquer outro nome, estabelecer a liberdade de forma duradoura depende
> >> sobretudo de ensinar as pessoas a valorizar a liberdade. Se você quer
> ajudar
> >> nesse sentido, é essencial falar em “software livre”.
> >>
> >> Nós do movimento do software livre não vemos o código aberto como um
> >> empreendimento inimigo; o inimigo é o software (não-livre) proprietário.
> >> Porém, nós queremos que as pessoas saibam que apoiamos a liberdade, por
> isso
> >> não aceitamos ser rotulados erroneamente como partidários do código
> aberto.
> >> Enganos comuns em relação ao “Software Livre” e “Código Aberto”;
> >>
> >> O termo “software livre” está propenso a interpretação errada: o sentido
> >> não intencional de “software que você pode adquirir a custo zero” se
> encaixa
> >> ao termo tão bem quanto o sentido intencional, “software que dá ao
> usuário
> >> certas liberdades”. Nós resolvemos esse problema ao publicarmos a
> definição
> >> de software livre e ao dizer “Pense em ‘liberdade de expressão’, não em
> >> ‘cerveja grátis’”. Essa não é uma solução perfeita; ela não elimina
> >> completamente o problema. Um termo não ambíguo e correto seria melhor,
> se
> >> ele não apresentasse outros problemas.
> >>
> >> Infelizmente, todas as alternativas na língua inglesa têm problemas
> >> próprios. Temos avaliado as muitas sugestões propostas pelas pessoas,
> mas
> >> nenhuma é tão claramente “adequada” que mudar para ela seria uma boa
> ideia.
> >> (Por exemplo, em alguns contexto, a palavra “libre” do Francês e do
> Espanhol
> >> funciona bem, porém as pessoas da Índia não a reconhecem de forma
> alguma.)
> >> Todas as substituições propostas para “software livre” trazem algum
> tipo de
> >> problema semântico — e isso inclui “software de código aberto”.
> >>
> >> A definição oficial de “software de código aberto” (que foi publicada
> pela
> >> Open Source Initiative e é longa demais para ser incluída aqui) foi
> >> indiretamente derivada dos nossos critérios para o software livre. Ela
> não é
> >> igual; é um pouco mais ampla em alguns aspectos, de modo tal que o
> pessoal
> >> do código aberto tem aceitado algumas licenças que nós consideramos
> >> inaceitavelmente restritivas. Ademais, eles julgam baseados apenas na
> >> licença do código-fonte, enquanto que nosso critério também considera
> se um
> >> aparelho permitirá que você rode sua versão modificada do programa. Não
> >> obstante, a definição deles concorda com a nossa na maioria dos casos.
> >>
> >> Contudo, o sentido óbvio para a expressão “software de código aberto” —
> e
> >> o único que boa parte das pessoas parece considerar — é “Você pode dar
> uma
> >> olhada no código-fonte”. Esse critério é mais fraco do que a definição
> de
> >> software livre e mais fraco também do que a definição oficial de código
> >> aberto, pois isso inclui muitos programas que não são nem livres nem
> código
> >> aberto.
> >>
> >> Visto que o sentido óbvio para “código aberto” não é o mesmo que seus
> >> defensores intencionam, o resultado é que muitas pessoas interpretam
> mal o
> >> termo. De acordo com o escritor Neal Stephenson, “o Linux é um software
> de
> >> ‘código aberto’, o que significa, simplesmente, que qualquer um pode
> obter
> >> cópias de seus arquivos de código-fonte”. Eu não acho que ele
> >> deliberadamente procurou rejeitar ou contestar a definição “oficial”. Eu
> >> penso que ele simplesmente aplicou as convenções da língua inglesa para
> >> encontrar um sentido para o termo. O estado do Kansas publicou uma
> definição
> >> similar: “Fazer uso de software de código-aberto (OSS). OSS é o software
> >> para o qual o código-fonte é livre e disponibilizado publicamente,
> porém os
> >> acordos de licenciamento específicos variam quanto ao que é permitido se
> >> fazer com o código”.
> >>
> >> O New York Times publicou um artigo que estende o sentido do termo para
> se
> >> referir a testes beta de usuário — deixar que alguns usuários testem uma
> >> versão inicial e enviem feedback confidencial — que os desenvolvedores
> de
> >> software proprietário têm praticado por décadas.
> >>
> >> Os partidários do código aberto tentam lidar com isso chamando atenção
> >> para sua definição oficial, mas essa abordagem corretiva é menos efetiva
> >> para eles do que para nós. O termo “software livre” tem dois sentidos
> >> naturais, um dos quais é o sentido intencional; assim uma pessoa que
> tenha
> >> captado a ideia de “liberdade de expressão, não cerveja grátis” não
> errará
> >> novamente. Porém, o termo “código aberto” tem apenas um sentido
> natural, que
> >> é diferente do sentido que seus partidários tinham em mente. Assim, não
>> >> modo sucinto de explicar e justificar sua definição oficial — o que
> torna a
> >> confusão pior.
> >>
> >> Outro engano sobre o “código aberto” é a ideia que ele significa “não
> >> usando a GNU GPL”. Esse engano tende a acompanhar outro mal-entendido
> que
> >> “software livre” significa “software coberto pela GPL”. Ambos são
> equívocos,
> >> visto que a GNU GPL qualifica-se como uma licença código aberto e a
> maioria
> >> das licenças de código aberto qualificam-se como licenças de software
> livre.
> >>
> >> O termo “código aberto” tem sido adicionalmente estendido por sua
> >> aplicação a outras atividades, tais como governo, educação e ciência,
> onde
> >> não existe código-fonte e onde os critérios para licenciamento de
> software
> >> são simplesmente não pertinentes. A única coisa que essas atividades
> têm em
> >> comum é que elas, de alguma forma, convidam as pessoas a participar.
> Eles
> >> estenderam tanto o termo que ele apenas significa “participatório”.
> >> Valores diferentes podem levar a conclusões similares… mas nem sempre
> >>
> >> Grupos radicais da década de 1960 tinham a reputação de faccionalistas:
> >> algumas organizações dividiram-se devido a desacordos sobre detalhes de
> >> estratégia e os dois grupos criados tratavam-se um ao outro como
> inimigos, a
> >> despeito de terem valores e objetivos básicos similares. A ala direita
> fez
> >> muito caso disso e usou isso para criticar toda a ala esquerda.
> >>
> >> Alguns tentam rebaixar o movimento do software livre ao comparar nosso
> >> desacordo com o código aberto ao desacordo de outros grupos radicais,
> mas a
> >> verdade é outra. Nós discordamos com a campanha do código aberto no que
> >> concerne aos valores e objetivos básicos, mas tanto a visão deles
> quanto a
> >> nossa, em muitos casos, levam ao mesmo comportamento prático — tal como
> >> desenvolver software livre.
> >>
> >> Como consequência, pessoas do movimento do software livre e pessoas do
> >> código aberto frequentemente trabalham juntas em projetos práticos, tal
> como
> >> o desenvolvimento de software. É digno de nota que essas diferentes
> visões
> >> filosóficas podem às vezes motivar diferentes pessoas a participar nos
> >> mesmos projetos. No entanto, há situações em que essas visões
> >> fundamentalmente diferentes levam a ações muito diferentes.
> >>
> >> A ideia do código aberto é que permitir aos usuários mudar e
> redistribuir
> >> o software irá torná-lo mais poderoso e confiável. Porém, isso não é
> >> garantido. Desenvolvedores de software proprietário não são
> necessariamente
> >> incompetentes. Às vezes, eles produzem um programa que é poderoso e
> >> confiável, ainda que ele não respeite a liberdade dos usuários. Os
> ativistas
> >> do software livre e entusiastas do código aberto irão reagir de modo bem
> >> diferente a isso.
> >>
> >> Um puro entusiasta do código aberto, alguém que absolutamente não é
> >> influenciado pelos ideias do software livre, dirá: “Eu estou surpreso
> que
> >> você conseguiu fazer um programa rodar tão bem sem usar nosso modelo de
> >> desenvolvimento, mas você conseguiu. Como obtenho uma cópia?”. Essa
> atitude
> >> recompensará esquemas que tiram nossa liberdade, levando à sua perda.
> >>
> >> Um ativista do software livre dirá: “Seu programa é muito atrativo,
> porém,
> >> eu valorizo mais a minha liberdade. Sendo assim, eu rejeito seu
> programa. Ao
> >> invés disso, irei apoiar um projeto para desenvolver um substituto
> livre”.
> >> Se nós valorizamos nossa liberdade, nós podemos agir para mantê-la e
> >> defendê-la.
> >> Software poderoso e confiável pode ser ruim
> >>
> >> A ideia que desejamos que o software seja poderoso e confiável advém da
> >> suposição de que o software está designado para servir seus usuários.
> Se ele
> >> é poderoso e confiável, isso significa que ele os serve melhor.
> >>
> >> Porém, pode-se dizer que o software serve aos seus usuários somente se
> >> respeita sua liberdade. E se o software for projetado para acorrentar
> seus
> >> usuários? Então, ser poderoso significa que as correntes são mais
> >> constritivas e ser confiável significa que elas são mais difíceis de
> >> remover.Características maliciosas, tais como espionar os usuários,
> >> restringir os usuários, back doors, e imposição de upgrades são comuns
> no
> >> software proprietário, e alguns mantenedores do código aberto querem
> >> implementá-los nos programas de código aberto.
> >>
> >> Sob pressão das companhias de cinema e gravadoras, o software para uso
> >> pessoal é cada vez mais projetado especificamente para limitar os
> usuários.
> >> Essa característica maliciosa é conhecida como Gestão de Restrições
> Digitais
> >> (DRM — do inglês Digital Restrictions Management) (veja
> >> DefectiveByDesign.org) e é a antítese no espírito da liberdade que o
> >> software livre visa proporcionar. E não apenas no espírito: visto que o
> >> objetivo do DRM é esmagar sua liberdade, os desenvolvedores DRM tentam
> >> torná-lo mais difícil, impossível ou ainda ilegal para você mudar o
> software
> >> que implementa o DRM.
> >>
> >> Ainda assim, alguns defensores do código aberto têm proposto software
> “DRM
> >> código aberto”. Sua ideia é que, mediante a publicação do código-fonte
> dos
> >> programas desenvolvidos para restringir seu acesso à mídia
> criptografada e
> >> ao permitir que outros mudem o programa, irão produzir um software mais
> >> poderoso e confiável para limitar usuários como você. O software seria
> então
> >> distribuído a você em aparelhos que não lhe permitem modificações.
> >>
> >> Esse software pode ser de código aberto e usar o modelo de
> desenvolvimento
> >> do código aberto, mas ele não será software livre, visto que ele não
> >> respeitará a liberdade dos usuários que de fato o rodarão. Se o modelo
> de
> >> desenvolvimento de código aberto obter êxito em tornar esse software
> mais
> >> poderoso e confiável ao limitar você, isso o tornará ainda pior.
> >> Medo da liberdade
> >>
> >> A principal motivação inicial daqueles que se desligaram do movimento do
> >> software livre e criaram o empreendimento do código aberto era que as
> ideias
> >> éticas de “software livre” deixavam algumas pessoas receosas. É verdade:
> >> levantar questões éticas como liberdade e falar sobre responsabilidade,
> bem
> >> como conveniência, é pedir às pessoas que pensem sobre coisas que elas
> podem
> >> preferir ignorar, como, por exemplo, sobre se sua conduta é ética. Isso
> pode
> >> desencadear desconforto e algumas pessoas poderão simplesmente fechar
> suas
> >> mentes. Mas daí não resulta que devamos parar de falar dessas questões.
> >>
> >> Isso é, entretanto, o que os líderes do código aberto decidiram fazer.
> >> Eles concluíram que calando-se a respeito da ética e da liberdade, e
> apenas
> >> falando sobre os benefícios práticos imediatos de certo software livre,
> eles
> >> poderiam “vender” o software de maneira mais eficaz a certos usuários,
> >> especialmente a empresas.
> >>
> >> Essa abordagem se mostrou efetiva, em seus próprios termos. A retórica
> do
> >> código aberto tem convencido muitos empresários e indivíduos a usar, e
> ainda
> >> desenvolver, software livre, o que tem estendido nossa comunidade —
> porém,
> >> apenas em um nível superficial, prático. A filosofia do código aberto,
> com
> >> seus valores puramente práticos, impede a compreensão das ideias
> profundas
> >> do software livre; ela traz muitos pessoas à nossa comunidade, porém
> não as
> >> ensina a defendê-la. Isso é bom até certo ponto, mas não é o bastante
> para
> >> assegurar a liberdade. Atrair usuários para o software livre os leva
> apenas
> >> até parte do caminho de se tornar defensores da própria liberdade.
> >>
> >> Mais cedo ou mais tarde esses usuários serão convidados para voltar ao
> >> software proprietário por alguma vantagem prática. Incontáveis
> companhias
> >> procuram oferecer tal tentação, algumas até mesmo oferecendo cópias
> grátis.
> >> Por que os usuários rejeitariam? Apenas se houvessem aprendido a
> valorizar a
> >> liberdade que o software livre lhes dá, o valor da liberdade em si
> mesma, ao
> >> invés de conveniência técnica e prática de softwares livres específicos.
> >> Para espalhar essa ideia, nós temos que falar sobre liberdade. Um pouco
> da
> >> abordagem “silenciosa” ao conversar com empresas pode ser útil para a
> >> comunidade, mas é perigoso se ela se torne tão comum que o amor pela
> >> liberdade passe a ser visto como uma excentricidade.
> >>
> >> Essa situação perigosa é exatamente o que temos. Muitas pessoas
> envolvidas
> >> com software livre, especialmente seus distribuidores, falam muito pouco
> >> sobre liberdade — geralmente porque eles visam ser “mais aceitáveis
> para o
> >> comércio”. Quase todas as distribuições GNU/Linux adicionam pacotes
> >> proprietários ao sistema livre básico, e eles convidam os usuários a
> >> considerar isso um vantagem, ao invés de uma falha.
> >>
> >> Software proprietário adicional e distribuições GNU/Linux parcialmente
> >> não-livres encontram campo fértil porque boa parte de nossa comunidade
> não
> >> insiste na liberdade em seu software. Isso não é coincidência. A
> maioria dos
> >> usuários GNU/Linux foram introduzidos ao sistema por meio da discussão
> do
> >> “código aberto”, que não diz que a liberdade é um objetivo. As práticas
> que
> >> não apoiam a liberdade e as palavras que não versam sobre liberdade
> estão de
> >> mãos dadas, uma promovendo a outra. Para superar essa tendência, nós
> >> precisamos de mais, não de menos, discussões sobre liberdade.
> >> Conclusão
> >>
> >> Na medida em que os defensores do código aberto atraem novos usuários a
> >> nossa comunidade, nós, ativistas do software livre, devemos assumir a
> tarefa
> >> de trazer a questão da liberdade à sua atenção. Nós temos que dizer:
> “Isso é
> >> software livre e dá a você liberdade”, mais e mais alto do que nunca.
> Toda
> >> vez que você diz “software livre”, ao invés de “código aberto”, você
> ajuda
> >> nossa campanha.
> >> http://www.gnu.org/philosophy/open-source-misses-the-point.html
> >> --
> >> E-mail enviado do meu celular Android usando K-9 Mail. Por favor,
> desculpe
> >> minha brevidade._______________________________________________
> >> psl-brasil mailing list
> >> psl-brasil em listas.softwarelivre.org
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