[PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre

Cleiton Galvão Santana cleitongalvao em uesb.edu.br
Domingo Junho 1 21:53:13 BRT 2014


O pessoal vem batendo no Anahuac por dizer em ideias o mesmo que o Stallman
acaba de dizer nesse artigo, é bem claro que precisamos definir as
diferenças entre Software Livre e Open Source, são coisas que com o passar
do tempo se fez parecer muito igual, mas que tem alienado ao ponto das
pessoas não saberem distinguir o que está defendendo, se estão realmente
defendendo Software Livre, ou Open Source. Quanto ao colega que disse "viva
o FLOSS", essa lista é PSL-Brasil, caso realmente pensemos em defender o
FLOSS devemos mudar o nome da lista e o nome do projeto para PFLOSS-Brasil,
o grande problema é que o pessoal que continuar defendendo o Open Source
como Software Livre, fica claro do texto do Stallman a coisa mais obvia de
todas, NÃO É A MESMA COISA.

Então que dizer que o Open Source é tão ruim ou inimigo como o Software
Proprietário?? Do meu ponto de vista NÃO, melhor que a pessoa utilize um
Software Open Source do que um proprietário, digamos que o Open Source
seria uma corrente próxima do Software Livre, com quem dialogamos, mas não
somos a mesma coisa, eu sou defensor do Software Livre, por acreditar como
diz Stallman: "Los principios de la solidaridad social", porque
sinceramente ficar defendo um sistema onde já existe empresas
multi-bilionárias como IBM, Oracle, Microsoft (sim ela também faz parte de
projetos Open Source), dentre outras, na minha opinião não faz sentido, o
Open Source já poder suficiente para se defender sozinho, não precisa de
militantes.

Mas claro que não vamos demonizar o Open Source, ele fica lá no cantinho
dele, continuamos falando da nossa Filosofia do Software Livre. Se quiserem
dialogar, vamos dialogar com o Open Source, na minha opinião não existe
dialogo com o Software proprietário, com o Open Source podemos até dialogar
mas precisamos entede-lo como diferente, não podemos continuar entendendo
como igual. Para tanto deixo uma citação de uma tese de doutorado da
Unicamp que achei muito boa:

"Free Software e Open Source podem designar conjuntos idênticos de códigos
ao ponto de seus nomes tornarem-se sinônimos; e, também, e em muitas
ocasiões ao mesmo tempo, estarem associados a práticas sociais que são
contraditórias ao ponto de se tornarem incompatíveis. E, ainda, que a
oposição
mais evidente que se pode estabelecer em relação a ambos, um inimigo que se
pode eleger como comum, dificultando o contraste entre suas práticas e seus
conceitos, é o Software Proprietário – aquele baseado no regime de
propriedade
exclusiva e no cercamento da informação – em relação ao qual toda a
estratégia
do SL foi criada." (CAMINATI, Francisco A. Terra incógnita: liberdade,
espoliação.
O software livre entre técnicas de apropriação e estratégias de liberdade.
Campinas, SP: Unicamp, 2013)



Atenciosamente,
*Cleiton Galvão Santana*
*Graduando em Ciência da Computação - UESB* */* *Técnico em Informática -
CETEB*
*Lattes: http://lattes.cnpq.br/0280552928088959
<http://lattes.cnpq.br/0280552928088959>*
*Coordenador Geral da Executiva Nacional dos Estudantes de Computação -
ENEC*


Em 1 de junho de 2014 20:23, cristiano furtado <cristianofurtadoba em gmail.com
> escreveu:

> Perfeito Thiago.
> Em 01/06/2014 20:07, "Thiago Zoroastro" <thiago.zoroastro em bol.com.br>
> escreveu:
>
> Aquilo que Richard Stallman se refere como `solidariedade` encaixa-se
>> aquilo de somente promover uma distribuicao sem tamanho criterio, como
>> atualmente acontece com o Ubuntu. Eu tenho um amigo na fisica que +1
>> resolveu buscar outras distros, que pudessem correponder melhor as
>> necessidades dele, entao eu lhe apresentei a historia de GNU.
>>
>> Mas creio que o Codigo Aberto Proprietario deveria partilhar tambem de
>> solidariedade social e promover mais distros, descentralizando das
>> principais e proporcionando crescimento economico as distros locais.
>>
>>
>> Thiago Zoroastro
>>  http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>>
>>
>> ------------------------------
>>
>> *De:* internetlegal em gmail.com
>> *Enviada:* Domingo, 1 de Junho de 2014 19:04
>> *Para:* psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> *Assunto:* [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
>> objetivos do Software Livre
>>
>> Acompanho as discussões desde 2001 e ainda estão estanques em software
>> livre x open source? Sensacional #sqn
>>
>> []s
>>
>>
>> Em 1 de junho de 2014 18:47, cristiano furtado
>> <cristianofurtadoba em gmail.com> escreveu:
>> > O mais confuso nisso tudo é que, nós que fazemos parte da comunidade de
>> SL a
>> > anos estamos sem saber o que fazer, imagine as pessoas que estão
>> tentando
>> > ingressar na nossas comunidade e filosofia. Creio que existe muitos por
>> ques
>> > e pouco tenho certeza.
>> >
>> > Em 01/06/2014 18:43, <anahuac em anahuac.eu> escreveu:
>> >
>> >>
>> >>
>> >> Não!!! :-)
>> >> Este não é o Projeto FOOS Brasil!
>> >>
>> >> É o que estou tentando explicar desde os outros artigos. Está na hora
>> de
>> >> darmos ênfase total ao Software Livre e não ao OSI.
>> >> O problema não está no objetivo final, mas na abordagem que confunde as
>> >> pessoas.
>> >>
>> >> O pragmatismo dos meios de convencimento do OSI estão aumentando a
>> base de
>> >> usuários sim, mas está eliminando a retórica ideológica e os argumentos
>> >> éticos que transformam a sociedade.
>> >>
>> >> Promovemos uma mudança de paradigma social ou um método de produção de
>> >> software? Não, não da para ser os dois, vide todos os argumentos
>> citados nas
>> >> thread anterior.
>> >>
>> >> Hora de escolher. MSL ou MOS?
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> ________________________________
>> >>
>> >> De: "Thiago Zoroastro" <thiago.zoroastro em bol.com.br>
>> >> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> >> Enviadas: Domingo, 1 de junho de 2014 15:32:54
>> >> Assunto: Re: [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
>> >> objetivos do Software Livre
>> >>
>> >> Então viva o FLOSS.
>> >>
>> >>
>> >> Thiago Zoroastro
>> >> http://blogoosfero.cc/profile/thiagozoroastro
>> >>
>> >>
>> >> ________________________________
>> >>
>> >> De: anahuac em anahuac.eu
>> >> Enviada: Domingo, 1 de Junho de 2014 14:51
>> >> Para: psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> >> Assunto: [PSL-Brasil] Por que o Código Aberto não compartilha dos
>> >> objetivos do Software Livre
>> >>
>> >>
>> >> Dito não por mim, mas pelo próprio Stallman.
>> >> Leiam o artigo todo. Vale a pena.
>> >>
>> >> Se depois deste esclarecimento, não fizemos nada, estaremos tapando o
>> Sol
>> >> com a peneira e nos condenando à extinção como movimento social.
>> >>
>> >> Segue...
>> >>
>> >> Por que o Código Aberto não compartilha dos objetivos do Software Livre
>> >>
>> >> por Richard Stallman
>> >>
>> >> Quando dizemos que um software é “livre”, queremos dizer que ele
>> respeita
>> >> as liberdades essenciais dos usuários: a liberdade de rodá-lo, de
>> estudá-lo
>> >> e mudá-lo, e redistribuir cópias com ou sem mudanças. Isso é uma
>> questão de
>> >> liberdade, não de preço - pense em “liberdade de expressão”, não em
>> “cerveja
>> >> grátis”.
>> >>
>> >> Essas liberdades são vitalmente importantes. Elas são essenciais não
>> >> apenas para os propósitos individuais dos usuários, mas para a
>> sociedade
>> >> como um todo, pois elas promovem solidariedade social — isto é,
>> >> compartilhamento e cooperação. Elas se tornam ainda mais importantes à
>> >> medida que nossa cultura e atividades cotidianas se tornam mais
>> >> digitalizadas. Num mundo de sons, imagens e palavras digitais, o
>> software
>> >> livre se torna essencial para a liberdade em geral.
>> >>
>> >> Dezenas de milhões de pessoas no mundo atualmente usam software livre;
>> as
>> >> escolas públicas de algumas regiões da Índia e da Espanha ensinam
>> todos seus
>> >> estudantes a usar o sistema operacional livre GNU/Linux. Muitos desses
>> >> usuários, contudo, nunca ouviram sobre as razões éticas pelas quais nós
>> >> desenvolvemos esse sistema e construímos a comunidade do software
>> livre,
>> >> devido ao fato de que hoje em dia esse sistema e comunidade são muito
>> >> frequentemente divulgados como “código aberto”, atribuindo a eles uma
>> >> filosofia diferente, na qual essas liberdades dificilmente são
>> mencionadas.
>> >>
>> >> O movimento do software livre tem lutado pela liberdade dos usuários de
>> >> computador desde 1983. Em 1984 nós iniciamos o desenvolvimento do
>> sistema
>> >> operacional livre GNU para que pudéssemos evitar os sistemas
>> operacionais
>> >> proprietários (não livres) que negam liberdade aos seus usuários.
>> Durante os
>> >> anos 80, nós desenvolvemos boa parte dos componentes essenciais do
>> sistema e
>> >> criamos a Licença Pública Geral GNU (GNU GPL) para lançá-los — uma
>> licença
>> >> especificamente projetada para proteger a liberdade de todos os
>> usuários de
>> >> um programa.
>> >>
>> >> Nem todos os usuários e desenvolvedores de software livre concordaram
>> com
>> >> os objetivos do movimento do software livre. Em 1998, um parte da
>> comunidade
>> >> do software livre se separou e iniciou uma campanha em nome do “código
>> >> aberto”. O termo foi originalmente proposto afim de evitar uma possível
>> >> confusão com o termo “software livre”, porém logo se tornou associado a
>> >> visões filosóficas bem diferentes daquelas do movimento do software
>> livre.
>> >>
>> >> Alguns dos partidários do código aberto consideram o termo uma
>> “campanha
>> >> de marketing pelo software livre”, que apela aos empresários ao
>> salientar os
>> >> benefícios práticos do software, ao mesmo tempo que não levanta
>> questões
>> >> sobre certo e errado que eles podem não querer ouvir. Outros
>> partidários
>> >> rejeitam terminantemente os valores éticos e sociais do movimento do
>> >> software livre. Quaisquer que sejam seus pontos de vista, na campanha
>> pelo
>> >> código aberto, eles não citam nem advogam esses valores. O termo
>> “código
>> >> aberto” se tornou rapidamente associado a ideias e argumentos baseados
>> >> apenas em valores práticos, tais como criar ou ter software poderoso e
>> >> confiável. A maioria dos partidários do código aberto tem feito isso
>> desde
>> >> então, e fazem a mesma associação.
>> >>
>> >> Quase todo software de código aberto é software livre. Os dois termos
>> >> descrevem quase a mesma categoria de software, porém eles apoiam visões
>> >> baseadas em valores fundamentalmente diferentes. O código aberto é uma
>> >> metodologia de desenvolvimento; o software livre é um movimento
>> social. Para
>> >> o movimento do software livre, o software live é um imperativo ético,
>> pois
>> >> apenas o software livre respeita a liberdade dos usuários. Em
>> contrapartida,
>> >> a filosofia do código aberto considera os problemas em termos de como
>> tornar
>> >> o software “melhor” — e apenas num sentido prático. Ela diz que o
>> software
>> >> não-livre é uma solução inferior para o problema prático em questão.
>> Para o
>> >> movimento do software livre, contudo, o software não-livre é um
>> problema
>> >> social e a solução é parar de usá-lo e migrar para o software livre.
>> >>
>> >> “Software livre”. “Código aberto”. Se é o mesmo software, realmente
>> >> importa que nome você usa? Sim, porque palavras diferentes exprimem
>> ideias
>> >> diferentes. Embora um programa livre daria a você a mesma liberdade
>> hoje por
>> >> qualquer outro nome, estabelecer a liberdade de forma duradoura depende
>> >> sobretudo de ensinar as pessoas a valorizar a liberdade. Se você quer
>> ajudar
>> >> nesse sentido, é essencial falar em “software livre”.
>> >>
>> >> Nós do movimento do software livre não vemos o código aberto como um
>> >> empreendimento inimigo; o inimigo é o software (não-livre)
>> proprietário.
>> >> Porém, nós queremos que as pessoas saibam que apoiamos a liberdade,
>> por isso
>> >> não aceitamos ser rotulados erroneamente como partidários do código
>> aberto.
>> >> Enganos comuns em relação ao “Software Livre” e “Código Aberto”;
>> >>
>> >> O termo “software livre” está propenso a interpretação errada: o
>> sentido
>> >> não intencional de “software que você pode adquirir a custo zero” se
>> encaixa
>> >> ao termo tão bem quanto o sentido intencional, “software que dá ao
>> usuário
>> >> certas liberdades”. Nós resolvemos esse problema ao publicarmos a
>> definição
>> >> de software livre e ao dizer “Pense em ‘liberdade de expressão’, não em
>> >> ‘cerveja grátis’”. Essa não é uma solução perfeita; ela não elimina
>> >> completamente o problema. Um termo não ambíguo e correto seria melhor,
>> se
>> >> ele não apresentasse outros problemas.
>> >>
>> >> Infelizmente, todas as alternativas na língua inglesa têm problemas
>> >> próprios. Temos avaliado as muitas sugestões propostas pelas pessoas,
>> mas
>> >> nenhuma é tão claramente “adequada” que mudar para ela seria uma boa
>> ideia.
>> >> (Por exemplo, em alguns contexto, a palavra “libre” do Francês e do
>> Espanhol
>> >> funciona bem, porém as pessoas da Índia não a reconhecem de forma
>> alguma.)
>> >> Todas as substituições propostas para “software livre” trazem algum
>> tipo de
>> >> problema semântico — e isso inclui “software de código aberto”.
>> >>
>> >> A definição oficial de “software de código aberto” (que foi publicada
>> pela
>> >> Open Source Initiative e é longa demais para ser incluída aqui) foi
>> >> indiretamente derivada dos nossos critérios para o software livre. Ela
>> não é
>> >> igual; é um pouco mais ampla em alguns aspectos, de modo tal que o
>> pessoal
>> >> do código aberto tem aceitado algumas licenças que nós consideramos
>> >> inaceitavelmente restritivas. Ademais, eles julgam baseados apenas na
>> >> licença do código-fonte, enquanto que nosso critério também considera
>> se um
>> >> aparelho permitirá que você rode sua versão modificada do programa. Não
>> >> obstante, a definição deles concorda com a nossa na maioria dos casos.
>> >>
>> >> Contudo, o sentido óbvio para a expressão “software de código aberto”
>> — e
>> >> o único que boa parte das pessoas parece considerar — é “Você pode dar
>> uma
>> >> olhada no código-fonte”. Esse critério é mais fraco do que a definição
>> de
>> >> software livre e mais fraco também do que a definição oficial de código
>> >> aberto, pois isso inclui muitos programas que não são nem livres nem
>> código
>> >> aberto.
>> >>
>> >> Visto que o sentido óbvio para “código aberto” não é o mesmo que seus
>> >> defensores intencionam, o resultado é que muitas pessoas interpretam
>> mal o
>> >> termo. De acordo com o escritor Neal Stephenson, “o Linux é um
>> software de
>> >> ‘código aberto’, o que significa, simplesmente, que qualquer um pode
>> obter
>> >> cópias de seus arquivos de código-fonte”. Eu não acho que ele
>> >> deliberadamente procurou rejeitar ou contestar a definição “oficial”.
>> Eu
>> >> penso que ele simplesmente aplicou as convenções da língua inglesa para
>> >> encontrar um sentido para o termo. O estado do Kansas publicou uma
>> definição
>> >> similar: “Fazer uso de software de código-aberto (OSS). OSS é o
>> software
>> >> para o qual o código-fonte é livre e disponibilizado publicamente,
>> porém os
>> >> acordos de licenciamento específicos variam quanto ao que é permitido
>> se
>> >> fazer com o código”.
>> >>
>> >> O New York Times publicou um artigo que estende o sentido do termo
>> para se
>> >> referir a testes beta de usuário — deixar que alguns usuários testem
>> uma
>> >> versão inicial e enviem feedback confidencial — que os desenvolvedores
>> de
>> >> software proprietário têm praticado por décadas.
>> >>
>> >> Os partidários do código aberto tentam lidar com isso chamando atenção
>> >> para sua definição oficial, mas essa abordagem corretiva é menos
>> efetiva
>> >> para eles do que para nós. O termo “software livre” tem dois sentidos
>> >> naturais, um dos quais é o sentido intencional; assim uma pessoa que
>> tenha
>> >> captado a ideia de “liberdade de expressão, não cerveja grátis” não
>> errará
>> >> novamente. Porém, o termo “código aberto” tem apenas um sentido
>> natural, que
>> >> é diferente do sentido que seus partidários tinham em mente. Assim,
>> não há
>> >> modo sucinto de explicar e justificar sua definição oficial — o que
>> torna a
>> >> confusão pior.
>> >>
>> >> Outro engano sobre o “código aberto” é a ideia que ele significa “não
>> >> usando a GNU GPL”. Esse engano tende a acompanhar outro mal-entendido
>> que
>> >> “software livre” significa “software coberto pela GPL”. Ambos são
>> equívocos,
>> >> visto que a GNU GPL qualifica-se como uma licença código aberto e a
>> maioria
>> >> das licenças de código aberto qualificam-se como licenças de software
>> livre.
>> >>
>> >> O termo “código aberto” tem sido adicionalmente estendido por sua
>> >> aplicação a outras atividades, tais como governo, educação e ciência,
>> onde
>> >> não existe código-fonte e onde os critérios para licenciamento de
>> software
>> >> são simplesmente não pertinentes. A única coisa que essas atividades
>> têm em
>> >> comum é que elas, de alguma forma, convidam as pessoas a participar.
>> Eles
>> >> estenderam tanto o termo que ele apenas significa “participatório”.
>> >> Valores diferentes podem levar a conclusões similares… mas nem sempre
>> >>
>> >> Grupos radicais da década de 1960 tinham a reputação de faccionalistas:
>> >> algumas organizações dividiram-se devido a desacordos sobre detalhes de
>> >> estratégia e os dois grupos criados tratavam-se um ao outro como
>> inimigos, a
>> >> despeito de terem valores e objetivos básicos similares. A ala direita
>> fez
>> >> muito caso disso e usou isso para criticar toda a ala esquerda.
>> >>
>> >> Alguns tentam rebaixar o movimento do software livre ao comparar nosso
>> >> desacordo com o código aberto ao desacordo de outros grupos radicais,
>> mas a
>> >> verdade é outra. Nós discordamos com a campanha do código aberto no que
>> >> concerne aos valores e objetivos básicos, mas tanto a visão deles
>> quanto a
>> >> nossa, em muitos casos, levam ao mesmo comportamento prático — tal como
>> >> desenvolver software livre.
>> >>
>> >> Como consequência, pessoas do movimento do software livre e pessoas do
>> >> código aberto frequentemente trabalham juntas em projetos práticos,
>> tal como
>> >> o desenvolvimento de software. É digno de nota que essas diferentes
>> visões
>> >> filosóficas podem às vezes motivar diferentes pessoas a participar nos
>> >> mesmos projetos. No entanto, há situações em que essas visões
>> >> fundamentalmente diferentes levam a ações muito diferentes.
>> >>
>> >> A ideia do código aberto é que permitir aos usuários mudar e
>> redistribuir
>> >> o software irá torná-lo mais poderoso e confiável. Porém, isso não é
>> >> garantido. Desenvolvedores de software proprietário não são
>> necessariamente
>> >> incompetentes. Às vezes, eles produzem um programa que é poderoso e
>> >> confiável, ainda que ele não respeite a liberdade dos usuários. Os
>> ativistas
>> >> do software livre e entusiastas do código aberto irão reagir de modo
>> bem
>> >> diferente a isso.
>> >>
>> >> Um puro entusiasta do código aberto, alguém que absolutamente não é
>> >> influenciado pelos ideias do software livre, dirá: “Eu estou surpreso
>> que
>> >> você conseguiu fazer um programa rodar tão bem sem usar nosso modelo de
>> >> desenvolvimento, mas você conseguiu. Como obtenho uma cópia?”. Essa
>> atitude
>> >> recompensará esquemas que tiram nossa liberdade, levando à sua perda.
>> >>
>> >> Um ativista do software livre dirá: “Seu programa é muito atrativo,
>> porém,
>> >> eu valorizo mais a minha liberdade. Sendo assim, eu rejeito seu
>> programa. Ao
>> >> invés disso, irei apoiar um projeto para desenvolver um substituto
>> livre”.
>> >> Se nós valorizamos nossa liberdade, nós podemos agir para mantê-la e
>> >> defendê-la.
>> >> Software poderoso e confiável pode ser ruim
>> >>
>> >> A ideia que desejamos que o software seja poderoso e confiável advém da
>> >> suposição de que o software está designado para servir seus usuários.
>> Se ele
>> >> é poderoso e confiável, isso significa que ele os serve melhor.
>> >>
>> >> Porém, pode-se dizer que o software serve aos seus usuários somente se
>> >> respeita sua liberdade. E se o software for projetado para acorrentar
>> seus
>> >> usuários? Então, ser poderoso significa que as correntes são mais
>> >> constritivas e ser confiável significa que elas são mais difíceis de
>> >> remover.Características maliciosas, tais como espionar os usuários,
>> >> restringir os usuários, back doors, e imposição de upgrades são comuns
>> no
>> >> software proprietário, e alguns mantenedores do código aberto querem
>> >> implementá-los nos programas de código aberto.
>> >>
>> >> Sob pressão das companhias de cinema e gravadoras, o software para uso
>> >> pessoal é cada vez mais projetado especificamente para limitar os
>> usuários.
>> >> Essa característica maliciosa é conhecida como Gestão de Restrições
>> Digitais
>> >> (DRM — do inglês Digital Restrictions Management) (veja
>> >> DefectiveByDesign.org) e é a antítese no espírito da liberdade que o
>> >> software livre visa proporcionar. E não apenas no espírito: visto que o
>> >> objetivo do DRM é esmagar sua liberdade, os desenvolvedores DRM tentam
>> >> torná-lo mais difícil, impossível ou ainda ilegal para você mudar o
>> software
>> >> que implementa o DRM.
>> >>
>> >> Ainda assim, alguns defensores do código aberto têm proposto software
>> “DRM
>> >> código aberto”. Sua ideia é que, mediante a publicação do código-fonte
>> dos
>> >> programas desenvolvidos para restringir seu acesso à mídia
>> criptografada e
>> >> ao permitir que outros mudem o programa, irão produzir um software mais
>> >> poderoso e confiável para limitar usuários como você. O software seria
>> então
>> >> distribuído a você em aparelhos que não lhe permitem modificações.
>> >>
>> >> Esse software pode ser de código aberto e usar o modelo de
>> desenvolvimento
>> >> do código aberto, mas ele não será software livre, visto que ele não
>> >> respeitará a liberdade dos usuários que de fato o rodarão. Se o modelo
>> de
>> >> desenvolvimento de código aberto obter êxito em tornar esse software
>> mais
>> >> poderoso e confiável ao limitar você, isso o tornará ainda pior.
>> >> Medo da liberdade
>> >>
>> >> A principal motivação inicial daqueles que se desligaram do movimento
>> do
>> >> software livre e criaram o empreendimento do código aberto era que as
>> ideias
>> >> éticas de “software livre” deixavam algumas pessoas receosas. É
>> verdade:
>> >> levantar questões éticas como liberdade e falar sobre
>> responsabilidade, bem
>> >> como conveniência, é pedir às pessoas que pensem sobre coisas que elas
>> podem
>> >> preferir ignorar, como, por exemplo, sobre se sua conduta é ética.
>> Isso pode
>> >> desencadear desconforto e algumas pessoas poderão simplesmente fechar
>> suas
>> >> mentes. Mas daí não resulta que devamos parar de falar dessas questões.
>> >>
>> >> Isso é, entretanto, o que os líderes do código aberto decidiram fazer.
>> >> Eles concluíram que calando-se a respeito da ética e da liberdade, e
>> apenas
>> >> falando sobre os benefícios práticos imediatos de certo software
>> livre, eles
>> >> poderiam “vender” o software de maneira mais eficaz a certos usuários,
>> >> especialmente a empresas.
>> >>
>> >> Essa abordagem se mostrou efetiva, em seus próprios termos. A retórica
>> do
>> >> código aberto tem convencido muitos empresários e indivíduos a usar, e
>> ainda
>> >> desenvolver, software livre, o que tem estendido nossa comunidade —
>> porém,
>> >> apenas em um nível superficial, prático. A filosofia do código aberto,
>> com
>> >> seus valores puramente práticos, impede a compreensão das ideias
>> profundas
>> >> do software livre; ela traz muitos pessoas à nossa comunidade, porém
>> não as
>> >> ensina a defendê-la. Isso é bom até certo ponto, mas não é o bastante
>> para
>> >> assegurar a liberdade. Atrair usuários para o software livre os leva
>> apenas
>> >> até parte do caminho de se tornar defensores da própria liberdade.
>> >>
>> >> Mais cedo ou mais tarde esses usuários serão convidados para voltar ao
>> >> software proprietário por alguma vantagem prática. Incontáveis
>> companhias
>> >> procuram oferecer tal tentação, algumas até mesmo oferecendo cópias
>> grátis.
>> >> Por que os usuários rejeitariam? Apenas se houvessem aprendido a
>> valorizar a
>> >> liberdade que o software livre lhes dá, o valor da liberdade em si
>> mesma, ao
>> >> invés de conveniência técnica e prática de softwares livres
>> específicos.
>> >> Para espalhar essa ideia, nós temos que falar sobre liberdade. Um
>> pouco da
>> >> abordagem “silenciosa” ao conversar com empresas pode ser útil para a
>> >> comunidade, mas é perigoso se ela se torne tão comum que o amor pela
>> >> liberdade passe a ser visto como uma excentricidade.
>> >>
>> >> Essa situação perigosa é exatamente o que temos. Muitas pessoas
>> envolvidas
>> >> com software livre, especialmente seus distribuidores, falam muito
>> pouco
>> >> sobre liberdade — geralmente porque eles visam ser “mais aceitáveis
>> para o
>> >> comércio”. Quase todas as distribuições GNU/Linux adicionam pacotes
>> >> proprietários ao sistema livre básico, e eles convidam os usuários a
>> >> considerar isso um vantagem, ao invés de uma falha.
>> >>
>> >> Software proprietário adicional e distribuições GNU/Linux parcialmente
>> >> não-livres encontram campo fértil porque boa parte de nossa comunidade
>> não
>> >> insiste na liberdade em seu software. Isso não é coincidência. A
>> maioria dos
>> >> usuários GNU/Linux foram introduzidos ao sistema por meio da discussão
>> do
>> >> “código aberto”, que não diz que a liberdade é um objetivo. As
>> práticas que
>> >> não apoiam a liberdade e as palavras que não versam sobre liberdade
>> estão de
>> >> mãos dadas, uma promovendo a outra. Para superar essa tendência, nós
>> >> precisamos de mais, não de menos, discussões sobre liberdade.
>> >> Conclusão
>> >>
>> >> Na medida em que os defensores do código aberto atraem novos usuários a
>> >> nossa comunidade, nós, ativistas do software livre, devemos assumir a
>> tarefa
>> >> de trazer a questão da liberdade à sua atenção. Nós temos que dizer:
>> “Isso é
>> >> software livre e dá a você liberdade”, mais e mais alto do que nunca.
>> Toda
>> >> vez que você diz “software livre”, ao invés de “código aberto”, você
>> ajuda
>> >> nossa campanha.
>> >> http://www.gnu.org/philosophy/open-source-misses-the-point.html
>> >> --
>> >> E-mail enviado do meu celular Android usando K-9 Mail. Por favor,
>> desculpe
>> >> minha brevidade._______________________________________________
>> >> psl-brasil mailing list
>> >> psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> >> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil
>> >> Regras da lista:
>> >>
>> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
>> >> SAIR DA LISTA ou trocar a senha:
>> >> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil
>> >>
>> >> _______________________________________________
>> >> psl-brasil mailing list
>> >> psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> >> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil
>> >> Regras da lista:
>> >>
>> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
>> >> SAIR DA LISTA ou trocar a senha:
>> >> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil
>> >>
>> >>
>> >>
>> >>
>> >> --
>> >> Anahuac de Paula Gil
>> >>
>> >> KyaHosting - http://www.kyahosting.com
>> >> suaNUvem - http://www.suanuvem.com
>> >> DiasporaBR - http://diasporabr.com.br
>> >> OpenLDAP - http://www.openldap.com.br
>> >> Twitter: @anahuacpg
>> >> Diaspora: anahuac em diasporabr.com.br
>> >>
>> >> _______________________________________________
>> >> psl-brasil mailing list
>> >> psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> >> http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil
>> >> Regras da lista:
>> >>
>> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
>> >> SAIR DA LISTA ou trocar a senha:
>> >> http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil
>> >
>> >
>> > _______________________________________________
>> > psl-brasil mailing list
>> > psl-brasil em listas.softwarelivre.org
>> > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil
>> > Regras da lista:
>> > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
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