[PSL-Brasil] Ativista rejeita colegas que não seguem seu modelo preferido?

Marcelo Akira marcelo.akira em gmail.com
Segunda Maio 12 14:41:35 BRT 2014


Olá,

Admiro e respeito muito os "radicais livres" e não julgo os "acomodados
presos". Há uma área cinza entre os dois extremos. Os radicais livres, no
bom sentido de radical=raiz, são essenciais para manter a filosofia do
movimento. Os acomodados presos na maioria escolhem usar software
proprietário por que não perceberam o
valor<http://pt.wikipedia.org/wiki/Valor_%28marketing%29>do software
livre ou por que existe alguma necessidade: profissional,
econômica, social, etc. Não podemos fazer juízo de
valor<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ju%C3%ADzo_de_valor>em nenhuma das
pontas do "espectro" de tipos de usuários, o radical
valoriza a liberdade/controle e o acomodado valoriza o benefício
tecnológico, a "jaula de ouro", como disse o Anahuac.

Não há usuário 100% de tecnologias livres, assim como não há usuário 100%
de tecnologias proprietárias. Se você navega pela Web e acessa algum site,
o navegador/servidor pode ser livre/proprietário ou vice-versa. A maioria
dos computadores e dos roteadores que utilizamos usam
software/firmware/hardware proprietários. Com aplicações cada vez mais
distribuídas em rede, há uma miscelânea de tecnologias livres e
proprietárias. Quem for usuário 100% de tecnologias livres que atire a
primeira pedra.

Não estou desmerecendo o trabalho do ativismo de Software Livre (SL), puro
e radical, pelo contrário. Acho que tem muito trabalho relevante pela
frente, há várias áreas que o software livre não atende tecnicamente e
usuários optam pela praticidade, por questões de sobrevivência do seu
negócio ou trabalho. Em visita do Stallman em minha cidade, perguntei a ele
o que o motivava tanto a trabalhar causa do SL. Ele me surpreendeu quando
disse que era combater a maldade (evil). Depois percebi que grande parte do
que ele faz é fazermos refletir, geralmente com bastante antecedência, das
ameaças contra nossa liberdade.

Hoje o maior desafio do software livre é a competitividade econômica,
quanto mais  tivermos profissionais se sustentando com Software Livre, mais
fortaleceremos o movimento. O maior desafio não é mais filosófico, todo
mundo sabe do seu valor e importância, mas o problema é como criar produtos
competitivos com tecnologia livre? Muitos conseguiram montar modelos
competitivos, mas outros ainda estão engatinhando. O desenvolvimento de
tecnologias proprietárias tem se mostrado mais ágil em inovação. Gostaria
muito de usar um smartphone e notebook barato com hardware e software
livres, mas por que não encontro esse produto no mercado? As tecnologias
livres somente vencem as tecnologias proprietárias quando se mostram mais
fortes tecnicamente e economicamente.

O público do FISL é tão diverso como a ecologia do Software Livre. Teremos
uma minoria de pessoas interessadas na filosofia e a maioria somente na
técnica. A maioria ainda luta pela auto sustentabilidade econômica. Acho
natural termos o FISL cada vez mais servindo para colaboração de
conhecimento técnico e cada vez menos filosófico. Por isso acho que temos
que respeitar a diversidade dos usuários de tecnologia livres, formamos
várias tribos, cada uma tem um papel relevante na comunidade.

Abraços,
-- 
Marcelo Akira Inuzuka
(62) 9261-4004 (novo)
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