[PSL-Brasil] Síndrome de Stallman

Thiago Zoroastro thiago.zoroastro em bol.com.br
Sábado Fevereiro 28 00:40:31 BRT 2015


Uma pequena correção no texto para quem se importa:
"

O que importa é dizer Gnu/Linux porque quem
escreveu a cópia do Shell / comandos de terminal no UNIX foi o Projeto
Gnu, que não faz parte do kernel Linux a que Gnu foi acoplado.

"

Os comandos de terminal no sistema da Apple são os mesmos porque é Unix.
GNU foi escrito para ser o Unix não sendo o Unix, e Linux surgiu não
necessariamente com os mesmos propósitos de GNU.

On 28-02-2015 00:15, Thiago Zoroastro wrote:
> Oi,
>
> Bem no dia que o que dizem ser um dos que deram origem à 'geração geek',
> o cara que fez o 'eterno personagem Spock', um monte de gente que só
> usou Windows vez fazer referência ao digníssimo Leonard Nimoy, você vem
> dizer isto sobre Stallman, o cara que provavelmente inspirou a primeira
> geração dos verdadeiros geeks, que se viravam com os computadores, com
> software que era realmente livre. Existe aí uma coisa obscura.
>
> A 'síndrome de Stallman' provavelmente foi gerada inicialmente pela
> discordância de suas ideias. Graças a essa discordância, por forças
> muito mais poderosas de influência sobre o mundo, pessoas que sabem nada
> de como um geek fazia sua computação fazem menção à 'lenda que inspirou
> a geração geek'. Não é somente uma síndrome, é um posicionamento
> político de gente que quis afirmar o Geek pela forma que os Geeks
> provável que justamente rejeitavam: a terceirização de sua computação,
> ou seja, a falta da liberdade de você ter o real controle sobre sua
> computação.
>
> Assim vejo e gostaria de expressar em resposta a você Anahuac, belo
> texto e é uma pena que tudo isto seja tão forçado contra algumas
> pessoas, inclusive contra o Stallman. O isolamento midiático e econômico
> pode colocar a pessoa para fora do que o mundo considera real e 'do
> contexto histórico'. Isto é proposital, e provavelmente o projeto do
> personagem Sheldon Cooper (não assisto aquele seriado e não saberia
> fazer essa ligação que você fez) foi proposital.
>
> E aliás acredito que pessoalmente o Richard seja mais amigável que o
> Linus Torvalds. O Richard pode até dizer que não está entendendo o que
> você estiver tentando se comunicar com ele quando você não sabe o idioma
> dele, mas eu não sei como o Linus reagiria. Não importa, comparações
> assim podem não ser boas. O que importa é dizer Gnu/Linux porque quem
> escreveu a cópia do UNIX no Shell / comandos de terminal foi o Projeto
> Gnu, que não faz parte do kernel Linux a que Gnu foi acoplado. E importa
> dizer "Código Aberto" é mercadológico e "Software Livre" é ideológico,
> assim como não tem muito problema em dizer que software de código aberto
> é feito em linguagens originadas de software livre, seja qual for a licença.
>
> Att.
>
> On 27-02-2015 17:29, anahuac em anahuac.eu wrote:
>> Novo Artigo
>>
>> O Stallman não é fácil. Ele é duro, reto, honesto, rude, impaciente e consegue estar certo quase sempre. Se você já assistiu algum episódio da série americana The Big Bang Theory e já esteve com o Stallman, fará o link inevitável entre Sheldon Cooper e Richard Stallman. Os dois são geniais, querem mudar o mundo e são quase ineptos sociais. A diferença real entre eles é que Stallman é real, existe e vem revolucionando o mundo a mais de 30 anos, enquanto o outro é apenas um palhaço megalomaníaco.
>>
>> Mas não se pode julgar um livro pela capa, certo? Ao menos assim deveria ser. Me parece absurdo ter que dizer isso, mas é fato que boa parte da militância do Movimento Software Livre se deixou levar pelas propaganda anti Stallman e vem reagindo ao conceito filosófico do Software Livre baseando-se no seu comportamento (anti) social. Em um mundo cada vez mais fútil e frívolo a imagem pesa muito. Cabelo cortado, um sorriso no rosto, uma pitada de maldade e boom! O que quer que o candidato a galã das seis, tenha a dizer, deve ser ouvido. Mesmo que não seja algo bom. Vide a forma como a mídia age de maneira condescendente com o Lunis Torvalds, mesmo sendo ele mesmo uma pessoa reconhecidamente rude.
>>
>> A aversão à pessoa do Stallman é algo tão marcante que um colega do movimento, depois de uma longa conversa, em tom de brincadeira disse sofrer da “Síndrome de Stallman”. Então vamos tentar explicar isso e ver se, você, por acaso, sofre do mesmo mal?
>>
>> Primeiro vamos conceituar: “Trata-se de uma reação visceral, subconsciente, instintiva de rechaço às conceituações filosóficas do Software Livre definidas pela Free Software Foundation, graças ao comportamento anti social, rude e indelicado do criador do Movimento, do projeto GNU e da sua Fundação. Sua principal característica é justificar o Software Livre usando conceituações da Open Source Initiative.”
>>
>> Sintomas:
>>
>>  *   Repúdio visceral ao nome Stallman;
>>  *   Incontida associação do nome GNU, FSF, Stallman ou GPL ao xiitismo como sinônimo de radicalismo inconsequente;
>>  *   Convicção que Software Livre deve dar dinheiro de alguma forma, pois não há almoço grátis;
>>  *   Sentir que entender e praticar os preceitos filosóficos do Software Livre tem conotação religiosa;
>>  *   Certeza de que liberdade é sim “liberdade de escolha”, inclusive a de usar Software Privativo;
>>  *   Descrença por essa ideia de mudar o mundo, afinal de contas o mundo é capitalista e nada vai mudá-lo;
>>  *   Calafrios sempre que alguém cita que Open Source e Software Livre são coisas diferentes;
>>  *   Convicção que essa coisa de GNU e Software Livre é coisa de comunista;
>>  *   Discordar com veemência que Software Livre é um movimento social e político;
>>
>> Se você sente mais de três desses sintomas simultaneamente, então você sofre da Síndrome de Stallman. Provavelmente você é um militante, ativista ou simpatizante fervoroso do código aberto, que não aceita os supostos extremismos do Stallman. Durante seu tempo de uso do Software Livre, lentamente, sua percepção sobre a seriedade e comprometimento dos princípios do copyleft e suas implicações filosóficas foram se suavizando. Lentamente os apelos da simplicidade de uso das ferramentas privativas on-line, somados à simplicidade de instalação de “Linux” com partes privativas em qualquer notebook, somado ao seu fantástico smartphone foram minando a capacidade critica de combater o uso cotidiano de Software Livre. Assim o discurso do Stallman e seu séquito, foi se tornando cada vez mais agressivo, surreal, inverossímil, apelativo e pouco pragmático. O que um dia era um sonho, uma utopia que te convenceu a usar Software Livre, foi convertido em certeza pragmática de que apenas o acesso ao código é o que importa.
>>
>> E assim, você se convenceu de que continua sendo um defensor, ativista, fã de Software Livre e que foi o Stallman, a FSF e seus seguidores os que não evoluíram. Ficaram estacionados no tempo e na ingenuidade de fazer do mundo um lugar melhor. Ele são agora, mais que nunca, um bando de radicais intransigentes.
>>
>> A Síndrome de Stallman é um acometimento que vai se tornando mais grave com o passar do tempo, culminando com o auto convencimento de que não foi você quem se transformou em outra pessoa, mas que o próprio Software Livre deveria ser aquilo que você quer que ele seja, deixando de ser o que sempre foi. Você deseja, do fundo da alma, que o Software Livre se adéque ao mercado, ao cotidiano, que seja mais maleável, compreensível e que não cause tanta controvérsia. A incapacidade de perceber que essas características nunca foram do Software Livre e sim do OSI é o ápice da síndrome.
>>
>> Tem cura?
>>
>> Como a maior parte das síndromes a cura é muito difícil, podendo até ser incurável. Mas as etapas são relativamente simples:
>>
>>  1.   Assuma-se. Olhe para dentro de si certifique-se de realmente deseja lutar por um mundo melhor;
>>  2.   Separe a pessoa Stallman, do conteúdo de suas ideias. Não é porque ele é impaciente ou grosseiro que o que ele diz está errado;
>>  3.   Entenda de uma vez por todas que não há concessões plausíveis para o Software Livre. Quem cede, coaduna e se mistura com Software Privativo é OSI;
>>  4.   Tenha bem claro que Software Livre e Código Aberto são coisas bem diferentes. Misturá-las apenas reforça a síndrome em você e nos demais;
>>  5.   Reconhecer que foi você quem mudou é fundamental;
>>  6.   E finalmente, terá que decidir se vai voltar a defender o Software Livre, como ele sempre foi ou se vai assumir sua mudança, e passar a defender outro conceito, como o OSI, por exemplo.
>>
>> Vencidas as etapas do tratamento, a sua vida será mais prazerosa e honesta, especialmente porque qualquer que seja o seu caminho, ele estará claro para você os demais ao seu redor. Assim o que o Stallman diz voltará a fazer sentido ou não terá a mínima importância.
>>
>> Saudações Livres!
>>
>>
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