[PSL-Brasil] Sobre petição FLISOL2015 sem Ubuntu
Alexandre Oliva
lxoliva em fsfla.org
Quinta Março 19 01:35:47 BRT 2015
On Mar 19, 2015, Paulo Henrique Santana <phls em softwarelivre.org> wrote:
> ----- Mensagem original -----
>> De: "Alexandre Oliva" <lxoliva em fsfla.org>
>> Qual seria o problema de liberdade de software com Java e codecs?!?
> Não sei se esses foram os melhores exemplos :-)
Acho que vou concordar com isso ;-)
> Vamos imaginar que todo o hardware do visitante funcionou
> perfeitamente com uma distro 100% livre.
Urru! É ou não é um Festival! :-)
> Aí vem o segundo desafio: garantir que ele possa abrir qualquer site e
> qualquer tipo de vídeo e som, ou seja, que o desktop dele funcione com
> tudo o que ele quiser.
Codecs de vídeo e áudio não costuma ser problema hoje em dia. Há uma
grande confusão a respeito da liberdade de software no que diz respeito
a codecs. Existe Software Livre implementando praticamente todos os
formatos de áudio e vídeo dos quais já ouvi falar, e de vários outros
que nunca vi.
O que ocorre é que algumas distros deixam de distribuí-los por ameaças
de patentes, especialmente quando há empresas juridicamente
responsabilizáveis pelas distros que não gostariam de arriscar todo seu
patrimônio por conta de um (ou vários) codecs de áudio e vídeo.
Da mesma forma, há distros que evitam pacotes de decodificação de DVDs,
porque são considerados ilegais em alguns dos mesmos países, e novamente
as empresas preferem não correr o risco por conta dessa funcionalidade.
Normalmente há repositórios de pacotes que suprem essas funcionalidades,
disponíveis a partir de países livres de patentes de software e de leis
que criminalizam a divulgação de software com usos perfeitamente
legítimos.
> Isso é possível apenas com softwares livres?
De verdade mesmo, claro que não.
De fato, algumas coisas não funcionarem é necessário para preservar a
liberdade do usuário, e pode ser um aprendizado interessante para
usuários que estejam conhecendo o movimento, desde que sejam a respeito
de antemão.
Por exemplo, há cavalos de troia privativos que o Netflix exige que você
instale no seu computador para que ele não se recuse a lhe prestar seus
serviços. Você vai querer avisar ao usuário que o Netflix é
incompatível com sua liberdade e explicar por quê.
Você pode explicar que, mesmo que o usuário insista em instalar o plugin
Flash privativo da Adobe, que é um queijo suiço em termos de segurança,
o resultado vai ser a instalação e execução automática, pelo navegador,
de inúmeros outros programas privativos escritos na linguagem
implementada pelo plugin. Não estou nem falando dos que exploram
vulnerabilidades não corrigidas para instalar e executar outros
programas privativos maliciosos. Deixar de instalar esse plugin é uma
forma de se proteger desses programas privativos, que lamentavelmente
alguns sites insistem em empurrar nossa goela abaixo.
Há ainda os sites que querem instalar e rodar Javascript privativo no
computador do usuário. A extensão LibreJS para navegadores similares
aos do projeto GNUzilla existem para alertar usuários quando isso
acontecer e ajudá-los a contactar os mantenedores dos sites para sugerir
que deixem de fazer isso. Várias distros Livres habilitam essa extensão
por default.
--
Alexandre Oliva, freedom fighter http://FSFLA.org/~lxoliva/
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