[PSL-Brasil] Novo post: Auto trolagem

Marcos Alano marcoshalano em gmail.com
Terça Fevereiro 2 00:07:51 BRST 2016


Qual o problema de se ter um sistema administrado por terceiros?
O problema está em você não ter a opção de administrar esse sistema se
assim desejar.
Dessa forma se o hardware é aberto e o software livre, você poderia montar
o servidor e administrar para si mesmo e para os outros que não querem
administrar por conta própria.

Em seg, 1 de fev de 2016 às 23:47, <azxy em openmailbox.org> escreveu:

> O projeto cauã não implica em um intermediário entre o usuário e sua
> computação?
> Não implica também em tratar software como serviço?
> De fato, não é um projeto que retira o controle da computação do
> usuário, usando software livre e hardware aberto?
>
> Faço essas provocações porque me parece que é um projeto onde se instala
> um servidor local, que oferta serviços aos usuários possuidores de um
> cliente, e que é administrado por terceiros (vejam:
>
> http://br-linux.org/2013/01/projeto-caua-jon-maddog-hall-quer-colocar-um-servidor-no-porao-de-cada-predio-de-sp-e-criar-2000000-de-empregos.html
> ).
>
>
>
> On 2016-01-11 11:50, anahuac em anahuac.eu wrote:
> > Auto trolagem
> >
> > Iniciei os caminhos do Software Livre em 1995, mas levei alguns anos
> > para entender, me livrar dos conceitos formados anteriormente e adotar
> > a filosofia GNU como norteamento profissional e social. Você pode até
> > achar que sou louco, mas na verdade todos fazem isso, de forma
> > consciente ou não. Qual rumo você vai dar a sua vida, qual caminho
> > escolher e quais formatos, métodos e valores vai adotar como forma de
> > vida. Alguns serão mais comerciais, outros mais religiosos, outros
> > mais ecológicos, outros mais engajados e outros, apesar de não se
> > definirem, serão levados a se definir pelo comportamento da maioria.
> >
> > Faço parte do Movimento Software Livre brasileiro desde o seu
> > nascimento. Vi seus ídolos surgirem, passarem, mudarem e até se
> > antagonizarem ao próprio movimento. Fiz parte do grupo majoritário que
> > a partir de 2004 decidiu abraçar, também, os conceitos OSI para
> > facilitar a adoção do GNU+Linux no meio empresarial e governamental. O
> > objetivo de tornar o Software Livre mais palatável sempre foi o de
> > aumentar sua adoção. Se uma empresa ou governo adotassem o GNU+Linux
> > as pessoas seriam apresentadas ao fantástico sistema operacional e
> > suas vantagens técnicas e ideológicas. Isso provocaria uma reação em
> > cadeia que levaria as pessoas a adotar o GNU+Linux, também em casa e
> > eventualmente fazer pressão de mercado por dispositivos compatíveis e
> > obviamente, um revolução estaria em curso. Essa foi uma tendência
> > seguida por 9 entre 10 militantes e simpatizantes do Software Livre e
> > vem se arrastando até hoje.
> >
> > Fomos absurdamente inocentes. Realmente acreditamos que jogaríamos
> > esse jogo, sob as regras do mercado, no campo do mercado e ainda assim
> > ganharíamos. Fomos cooptados como movimento e o Software Livre,
> > lentamente, foi convertido de um posicionamento filosófico, social e
> > político, em um modelo de produção mais eficiente. GNU+Linux virou
> > Linux, Livre virou Aberto (Free --> Open), Linus virou o "pop star" do
> > movimento enquanto Stallman foi escanteado e Software Livre virou FOSS
> > ou FLOSS, para poder apagar de vez qualquer dúvida do quanto eram
> > tecnicamente superiores e ideologicamente insignificantes.
> >
> > Eu acordei desse encanto em 2012 quando me dei conta de que estava
> > completamente dependente das ferramentas do Google. Em um artigo
> > comuniquei que estava deixando de usá-las e até escrevi um HowTo de
> > como proceder. Foi nesse mesmo ano que a Canonical decidiu embutir um
> > spyware no Ubuntu, a distribuição que eu usava, e isso me fez ainda
> > mais atento aos detalhes do que eu estava chamando de Software Livre.
> >
> > Desde então tenho me dedicado a alertar os militantes do Software
> > Livre sobre o encantamento no qual se encontram, implorando que
> > despertem e percebam que apesar de acharem que estão fazendo o bem,
> > estão ajudando a enganar as pessoas, estão distribuindo software não
> > livre e, consequentemente, matando o Movimento Software Livre.
> >
> > É claro que eu não poderia sair incólume. Apontar os erros dos outros
> > é uma tarefa ingrata. Especialmente porque, estou me dirigindo a
> > pessoas com um intelecto privilegiado, capacidade avançada de
> > pensamento cognitivo e com muitos anos de militância na bagagem. Os
> > argumentos estão sedimentados e as meias-verdades estão sedimentadas
> > como verdades absolutas. E essa reação é tão forte, que os argumentos
> > chegam a beirar o surrealismo, como insistir em dizer que o Linux é
> > Software Livre.
> >
> > Então, depois de anos recebendo criticas e toda sorte de acusações,
> > decidi fazer uma auto entrevista comigo mesmo - pleonasmos propositais
> > - para esclarecer algumas perguntas que sempre me fazem. Então se
> > preparem, a tarefa de auto trolagem não é nada bonita.
> >
> > P: Quem você pensa que é para falar em nome do Software Livre? Você
> > não acha que seus 5 minutos de fama já acabaram?
> >
> > Puxa vida! Eu não sou ninguém. Sempre repito isso, mas as pessoas
> > tendem a ignorar. Eu não faço parte da FSF ou nenhuma outra
> > organização formal. Não represento ninguém. Sou apenas um militante
> > ativo. Então eu não sou ninguém!
> >
> > Não me acho melhor nem pior do que ninguém. Mas é interessante como os
> > criticos conseguem ser malvados. Eu nunca sofri tantos ataques de
> > caráter pessoal em toda minha vida. O mais triste é que eles vem de
> > pessoas supostamente esclarecidas, inteligentes e oriundas do próprio
> > Movimento Software Livre.
> >
> > P: Você critica muito e fala muito, você contribuiu com algum projeto
> > de Software Livre?
> >
> > Como disse antes eu sou um militante do Movimento Software Livre e
> > portanto, é inevitável que eu tenha feito e continue contribuindo. Sou
> > fundador do G/LUG-PB - Grupo de Usuários GNU/Linux da Paraíba, ajudei
> > a realizar alguns eventos, como o ENSOL - Encontro de Software Livre
> > da Paraíba, desenvolvi alguns Softwares Livres como o LESP, lesp-cel e
> > KyaPanel (antes chamado de JeguePanel), contribuí para diversos outros
> > projetos traduzindo e mandando pequenas contribuições e correções, e
> > sou mantenedor do primeiro POD (servidor) Diáspora no Brasil. Sei que
> > não é muito, mas tento fazer a minha parte.
> >
> > P: Você sabe compilar um software?
> >
> > Sei sim. Inclusive o kernel linux-libre :-)
> >
> > P: Você acredita em Deus?
> >
> > Não. Sou ateu desde criança.
> >
> > Costumo dizer que sou ateu, materialista, dialético, graças a Deus! :-)
> >
> > P: Você é comunista?
> >
> > Sou socialista, que é o embasamento ideológico do comunismo. O
> > Comunismo é uma tentativa pragmática de aplicar o Socialismo. Mas se
> > você quiser saber eu sou Fidelista sim. Tenho família em Cuba e
> > conheço bem os problemas e méritos do sistema Cubano. Prefiro 1000x
> > uma sociedade igualitária e com os melhores índices sociais das
> > Américas às desigualdades mantidas propositadamente pelo capitalismo.
> >
> > E antes que me mandem ir para Cuba, permita que lhes diga que eu já
> > tentei. E 1998 fui a Cuba a passeio e pedi para ficar. Não me
> > deixaram. Hoje não há mais espaço para uma mudança desse tipo,
> > constitui família e tenho uma carreira profissional. Mas não deixo de
> > lutar pelos meus ideais políticos aqui mesmo no Brasil. Sou Brasileiro
> > e não desisto nunca!
> >
> > P: Você acha que o Movimento Software Livre tem viés de esquerda?
> >
> > Acho que sim. Não foi algo pensado ou planejado. O próprio Stallman
> > diz que se trata de um movimento social e político que empodera o
> > usuário através do acesso ao código, para mudar a relação de poder
> > entre os usuários e os fornecedores de tecnologia. Hora, na minha
> > compreensão, todo movimento que empodera o cidadão em detrimento das
> > corporações é um movimento de cunho socialista. Além disso o próprio
> > caráter distributivo, igualitário e comunitário fazem do Software
> > Livre um movimento de esquerda.
> >
> > P: Então se você é socialista você acha que não se deve ou não se pode
> > ganhar dinheiro com Software Livre?
> >
> > Nada disso. Pode-se e deve-se gerar riqueza com Software Livre. Apenas
> > o modelo de como se faz isso é que deveria ser repensado. O modelo que
> > eu mais gosto é o de Cooperativa, nos moldes da COLIVRE, mas
> > respeitando as leis vigentes, respeitando às liberdades do software
> > segundo as definições da GPL e adotando uma abordagem mais humana de
> > fazer negócios (isso é possível?) então ta de boa ganhar grana com
> > Software Livre.
> >
> > Se quiserem mais exemplos de como se faz isso, basta assistir as
> > dezenas de palestras do Jon "maddog" Hall. Inclusive ele está
> > empenhado em um agora mesmo: o Projeto Cauã.
> >
> > P: Você critica muito o uso das redes sociais, inclusive às chama de
> > Redes Devassas, mas você tem uma conta no Twitter? Você não se sente
> > agindo de ma fé, algo como" faça o que eu digo, mas não o que faço"?
> >
> > Sim, me sinto assim, mas não é algo verdadeiro. Eu não defendo, nem
> > cobro de ninguém 100% de uso de Softwares Livres. Acho que não é
> > possível neste momento. O meu objetivo é tirar as pessoas de sua zona
> > de conforto e fazer com que percebam que passaram, perigosamente, do
> > limite. Usar uma rede ou outra, um software não livre ou outro não é
> > um problema tão grave assim. Mas quando você perceber que quase tudo o
> > que faz no seu dia a dia, depende de uma rede devassa, de um serviço
> > on-line privativo ou de um software não livre, então é hora de
> > repensar. O mais grave é que tem gente que está nessa situação,
> > defende que deve ser assim mesmo e ainda se define como ativista do
> > Software Livre. Faz sentido?
> >
> > Se eu quantificar o percentual de softwares não livres + redes
> > devassas que uso, em relação aos Softwares Livres e redes sociais
> > livres, seria algo me torno de 10%. Então usar o Twitter, com clientes
> > livres (Twidere e Hotot) para não me isolar do mundo, não me parece
> > uma falta de coerência tão grave assim. Não sou perfeito e não estou
> > pedindo que ninguém seja.
> >
> > Mas usar Google, Gmail, Hangout, Skype, Steam, iPhone e ainda falar em
> > liberdade tecnológica e palestrar sobre Software Livre é meio
> > ridículo.
> >
> > P: Você sempre indica que sejam usadas as distribuições Linux
> > recomendadas pela FSF, mas você mesmo usa openSuse. Porque?
> >
> > Eu sou um profissional de TI. Sou consultor de Tecnologias Livres e
> > preciso me manter atualizado com as últimas novidades disponíveis em
> > Software Livre. Em 2012, depois da trairagem da Canonical com o seu
> > spyware eu deixei de usar o Ubuntu, que tinha sido meu sistema
> > operacional por 6 anos. Fui apresentado ao openSuse pela amiga e
> > também militante do Software Livre, Izabel Valverde e gostei muito, em
> > especial da versão Tumblebee considerada instável e que libera sempre
> > as últimas versões de tudo. Mas é claro que tomei o cuidado de
> > substituir o kernel que vem nele pelo linux-libre.
> >
> > O meu problema pessoal com as distribuições recomendadas pela FSF é o
> > tempo de atualização. Esse é um problema para mim, mas não para a
> > maioria dos usuários comuns. Se a ideia é ter um sistema operacional
> > estável, seguro e realmente livre, opte por uma das sugeridas pela
> > FSF.
> >
> > Apenas para esclarecer, já faz alguns meses que migrei para o Debian
> > Sid :-)
> >
> > P: E Android?
> >
> > Uso sim. Não há outra opção viável no mercado. Até ensaiei um Firefox
> > OS, mas ele não é estável o suficiente e ai terminou que ele foi
> > descontinuado. Android não é 100% livre, até porque isso não é
> > possível nos aparelhos comercializados hoje em dia. O Replicant, a
> > tentativa de um Android 100% livre esbarra na falta de drivers livres
> > para fazer o wifi funcionar, por exemplo.
> >
> > O que faço é não usar os aplicativos do Google. Assim optei por usar
> > uma ROM chamara OMNI e sempre sugiro que usem a CyanogenMOD ou outra,
> > que seja o mais limpa possível. Sem conta do Google e usando
> > repositórios alternativos como Aptoide.com e F-droid.org. Será que
> > ficou claro que eu prezo pela possibilidade?
> >
> > P: Você usa Ubuntu de alguma forma? Alguns testes nos seus servidores
> > indicam que sim e claro que isso não pega bem para quem dissemina o
> > #semUbuntu
> >
> > Não uso Ubuntu desde 2012 em nenhum lugar. Eu contratei uma hospedagem
> > compartilhada na DreamHost.com que tinha seus servidores rodando
> > RedHat. Como se sabe, nesses casos você não tem nenhuma autonomia
> > sobre a distribuição que é utilizada. Assim, um belo dia, eles
> > migraram os servidores de RedHat para Ubuntu e foi assim que eu
> > terminei usando Ubuntu sem saber por algum tempo. Quando fui alertado
> > do problema tomei medidas imediatas.
> >
> > Eu mantenho dois servidores próprios: um para a minha página pessoal e
> > outro de um serviço de hospedagem de e-mail KyaHosting e ambos rodam
> > sobre Trisquel.
> >
> > Trisquel é uma distribuição mantida por um coletivo espanhol que se
> > dedica a remover TUDO o que não é livre das versões LTS do Ubuntu. É
> > tão bem feito e tão confiável que ganhou homologação da FSF. Mas tem
> > um porém: quando eles percebem que não é necessário tocar em algum
> > pacote, eles não mudam nem mesmo as assinaturas. Então programas como
> > Nginx e PHP informam que se trata de um Ubuntu, quando na verdade é
> > Trisquel. É um caso típico de falso positivo.
> >
> > P: Vai bem dizer que você num usa um "softwarezinho" privativo aqui e
> > ali?
> >
> > Uso sim. As vezes é inevitável ou desejável. Um excelente exemplo de
> > inevitabilidade são os aplicativos de banco. Simplesmente não há
> > alternativa. Então se submeter ao uso de algum software não livre é
> > aceitável até mesmo para um ativista, mas não pode ser somente isso. E
> > o problema, em geral, é exatamente saber qual é o limite?
> >
> > Na minha opinião o limite é aquilo que pode ser substituído, ou seja,
> > se há uma opção livre ela deve ser usada, mesmo com menos recursos. No
> > fim a pressão pelo uso de software não livre vem do mercado, ou seja
> > da demanda. Como a maioria das pessoas não se importa com a liberdade
> > do software, então a oferta de determinadas soluções é mínima ou
> > inexistente. É o caso dos drivers de wifi para smartphones.
> >
> > Acredito que se a maioria das pessoas desse a devida importância ao
> > Software Livre e se dedicasse a exigir de seus fornecedores que
> > liberassem o código de seus programas, inclusive os drivers do
> > hardware, o cenário do mercado seria completamente diferente. É como
> > ser um tanto ecologista ou "natureba". O preço dos alimentos orgânicos
> > é absurdo porque a demanda é baixa. O interessante é que ninguém,
> > deliberadamente, quer consumir agrotóxicos. É como se todo mundo
> > esperasse o outro fazer a diferença. É o famoso "deixa que eu deixo" e
> > a bola termina no chão com ponto para o adversário. Neste caso é um
> > processo de auto flagelo, estamos nos condenando a consumir mais
> > veneno, mais tecnologia privativa, etc.
> >
> > É um paradoxo: quanto mais as pessoas exercem sua liberdade de
> > escolher usar tecnologia sem se importar se ela é livre ou não, menos
> > livres elas se tornam. Isso gera um padrão de mercado, que termina
> > forçando os que se importam com a liberdade do software a enfrentar
> > sérios dilemas cotidianos: usar ou não usar, distribuir ou não
> > distribuir, recomendar ou não recomendar alguns softwares não livres.
> >
> > P: Você sempre repete que o Linux não é Software Livre. Imagino que
> > esteja se referindo aos  blobs. Considerando que estes não fazem parte
> > do kernel, você não está sendo desonesto, fazendo FUD?
> >
> > Isso é algo extremamente sem sentido: quanto mais eu digo a verdade,
> > mais me acusam de estar mentindo. Parece um universo paralelo,
> > espelhado. O linux é o kernel mais popular do sistema operacional GNU.
> > Há outros, mas infelizmente não tão usáveis. Será que você já parou
> > para pensar porque?
> >
> > Precisamos definir o que é um kernel usável. Se por uma parte é o fato
> > dele ser bem feito e permitir o gerenciamento adequado do hardware,
> > sem dúvida. Mas há outro quesito fundamental que precisa ser
> > considerado: suporte ao hardware existente. O que poucas pessoas
> > parecem entender é que desde 1994 o Linus optou pelo pragmatismo em
> > detrimento da filosofia libertária do Software Livre. Desde esse ano
> > ele se utiliza de uma carência legal da GPL 2 para embutir software
> > não livre no kernel. Sim, isso mesmo, desde 1994. Então o arquivo
> > fonte que você baixa em kernel.org está tão recheado de software não
> > livre que a liberdade 0 - aquela que diz que você deve poder fazer
> > qualquer coisa com o software - não é respeitada. Portanto não é
> > magia, nem mesmo competência o que tem feito o Linux ser cada vez mais
> > compatível com uma vasta gama de hardware do mercado, mas sim a
> > infecção progressiva do kernel com mais e mais drivers não livres.
> >
> > O mais interessante é que desde então a quantidade de softwares não
> > livres só aumenta. Chegamos a um ponto em que um fork do Linux foi
> > criado: linux-libre. Nele todos os softwares não livres são removidos
> > e o resultado é um kernel realmente livre.
> >
> > Então, nem o Linux é Software Livre e também não é Open Source. Vejam
> > que ironia, porque até mesmo os defensores de uma certa dose de
> > pragmatismo ideológico estão levando uma rasteira daquelas. E se o
> > Linux não é FLOSS então Tux não nos representa.
> >
> > P: Você faz parte da iniciativa #semUbuntu e sugeriu que o FLISOL, por
> > exemplo, não instalasse mais essa distribuição. Você não acha melhor
> > migrar um usuário de Windows para Ubuntu, do que não migrar?
> >
> > O #semUbuntu é uma provocação simplista para mentes simplistas. Se o
> > kernel distribuído não é livre, parte dos softwares distribuídos não é
> > livre, então o Ubuntu não é livre. Se o sistema operacional não é
> > livre por que o Festival Latinoamericano de Instalação de SOFTWARE
> > LIVRE instala ele? Talvez porque a maioria dos voluntários que
> > realizam o FLISOL são iniciantes entusiasmados que foram apresentados
> > ao Linux e ao Ubuntu como sendo Software Livre, quando não o são.
> > Esses foram enganados e, infelizmente, estão ajudando a espalhar o
> > engano.
> >
> > Honestamente acho que migrar um usuário de Windows para Ubuntu é
> > melhor do que não migrá-lo, mas desde que ele saiba que o que ele está
> > usando não é Software Livre. O mesmo pode ser dito de um smartphone:
> > prefiro um que use Android do que iOS ou WinPhone, mas isso não
> > implica dizer que o Android é Software Livre. A provocação aqui é que
> > se deixe claro para o instalador e para o usuário que o sistema
> > operacional que está sendo instalado não é livre. Assim ambos não se
> > deixam enganar e não propagam mais a enganação.
> >
> > Se todos os realizadores do FLISOL assumissem um compromisso com os
> > valores no evento e do Software Livre eles fariam isso. E então
> > ficaria muito estranho ter que explicar para as pessoas que
> > aparecessem que vão instalar um Linux que não é livre, pois o que
> > geralmente leva as pessoas ao FLISOL é exatamente experimentar a
> > liberdade.
> >
> > Então se for para migrar um usuário de Windows para Ubuntu, dizendo
> > para ele que ele está usando Software Livre, é melhor não migrá-lo.
> > Uma vez revelado que o Ubuntu não é livre, não faz mais sentido
> > instalá-lo e ai as opções seriam as distribuições indicadas pela FSF.
> >
> > P: Mas você não acha ridículo deixar um usuário novato sem sua Wifi
> > funcionando somente para não instalar alguns Kb de software privativo?
> >
> > O que é verdadeiramente ridículo é alguém defender o uso desses poucos
> > Kb de softwares não livres sem contar isso para os usuários. Acho que
> > existem opções claras de resolver esse impasse: explique bem o
> > problema para a pessoa, assim ela terá o direito de ficar indignada
> > com o fabricante; troque a placa wifi por uma que funcione com drivers
> > livres. É fácil e barato; pressione o Linus a não embutir softwares
> > não livres no kernel. O que não pode ser feito é enganar os usuários
> > iniciantes.
> >
> > P: Você não acha que é muito rude, grosseiro e duro nos seus artigos?
> >
> > Honestamente não acho. Ser explícito e contundente com pessoas que
> > sabem exatamente o que você está dizendo não é grosseria, é respeito.
> > É como dizer que um Procurador está sendo pernóstico por usar uma
> > redação demasiadamente jurídica em suas peças para apreciação da
> > plenária. Meus artigos e textos não estão direcionados aos iniciantes
> > e leigos. Tenho me dirigido aos Movimentos de Software Livre
> > existentes, aos ativistas, organizadores de eventos, aos já iniciados
> > e aos dinossauros salafrários que se camuflam por trás da pecha de
> > liberdade, linux e Software Livre para enganar as pessoas em benefício
> > próprio. Inclusive esses são os que mais reagem.
> >
> > P: Todos dizem que você é muito radical. Você se considera radical,
> > "xiita" ou terrorista?
> >
> > Engraçado isso. Dependendo de quem me classifica assim, pode estar
> > exageradamente certo ou absolutamente equivocado. Permita-me explicar.
> >
> > Se quem acha que eu sou extremista for uma pessoa que não entende bem
> > o que é Software Livre ou um defensor do software não livre, então,
> > apesar do exagero, desde o ponto de vista ignorante dele, eu sou sim
> > um extremista, um radical. Afinal de contas quero que todos os
> > softwares do mundo sejam livres.
> >
> > Mas se quem me acusa é um OSIsta ou um pseudo ativista do Software
> > Livre, então o ataque é uma tentativa de me desqualificar. Como eu
> > defendo o conceito original do Software Livre estabelecido pelo
> > Stallman, e o que essas pessoas estão tentando fazer é mudar esse
> > conceito, me considero um conservador empedernido. Eu quero que o
> > conceito seja mantido e respeitado.
> >
> > P: Você não acha que está prestando um desserviço à Comunidade?
> > Provocando brigas, rachas e mal estar?
> >
> > Na verdade eu espero estar causando rachas e mal estar. O objetivo é
> > exatamente desestabilizar os oportunistas que continuam querendo
> > colocar Software Livre e Open Source no mesmo saco, tudo junto e
> > misturado porque assim se encaixa melhor com suas ideologias de
> > mercado, porque assim atendem melhor aos seus interesses comerciais,
> > por que assim podem manter a imagem de consultores, especialistas,
> > profissionais de Software Livre, porque assim podem manter seu
> > prestígio construído sobre os alicerces da filosofia GNU sem ter que
> > respeitá-la.
> >
> > Quando gero o antagonismo e provoco o contraditório, as mascaras caem
> > e o verdadeiro posicionamento de cada um se revela. Tem sido assim com
> > blogueiros, líderes de comunidades, organizadores de eventos,
> > jornalistas e toda sorte de pseudo ativistas que se escondiam na
> > sombra da área cinza que se gera quando se usa o acrônimo FLOSS(FOSS).
> >
> > O conflito leva à discussão, que abre espaço para a reflexão e permite
> > um posicionamento mais honesto frente aos outros e para si mesmo.
> > Alguns veteranos do Movimento Software Livre, depois de lerem alguns
> > dos meus artigos tem me confidenciado - e em alguns casos assumido
> > publicamente - que não são mais defensores ou ativistas do Software
> > Livre. Afinal de contas ninguém é obrigado a concordar, aceitar e
> > seguir os preceitos filosóficos do GNU. O que não é produtivo é tentar
> > deturpar o seu significado e suas diretrizes para que se encaixem na
> > sua própria visão. Isso é desonestidade.
> >
> > Estas são as minhas opiniões. Todos somos, ou deveríamos ser, livres
> > para fazer suas próprias escolhas. Não condeno quem opta por seguir um
> > caminho ideológico ou prático. Mas posso discordar e exercer meu
> > direito humano de expressão. Meu embate é com os iludidos,
> > desatenciosos ou falsos e mal intencionados que defendem a
> > convivência, complacência e uso de softwares não livres e ainda dizem
> > que isso é Software Livre. Faça sua escolha, siga o seu caminho, mas
> > não se engane e muito menos iluda outros.
> >
> > Esse questionário foi pensado por mim, inspirado em muitas das
> > agressões e provocações que tenho recebido. Se você quiser me
> > perguntar qualquer outra coisa, fique à vontade e pergunta. Só peço
> > que o faça com educação e sem grosseria. Quem sabe em breve sai um
> > capítulo 2 do Auto Trolagem.
> >
> > Saudações Livres!
> >
> > --
> > Anahuac de Paula Gil
> >
> > Anahuac - http://www.anahuac.eu
> > KyaHosting - http://www.kyahosting.com
> > suaNUvem - http://www.suanuvem.com
> > DiasporaBR - http://diasporabr.com.br
> > OpenLDAP - http://www.openldap.com.br
> > Twitter: @anahuacpg
> > Diaspora: anahuac em diasporabr.com.br
> > Jabber/XMPP: anahuac em diasporabr.com.br
> > _______________________________________________
> > psl-brasil mailing list
> > psl-brasil em listas.softwarelivre.org
> > http://listas.softwarelivre.org/cgi-bin/mailman/listinfo/psl-brasil
> > Regras da lista:
> > http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
> > SAIR DA LISTA ou trocar a senha:
> > http://listas.softwarelivre.org/mailman/options/psl-brasil
>
> _______________________________________________
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> http://wiki.softwarelivre.org/bin/view/PSLBrasil/RegrasDaListaPSLBrasil
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