[Roboticalivre] Plataforma de cursos pela internet de Harvard e do MIT terá código aberto

Marcos Antonio Rufino do Egito maregito em gmail.com
Terça Junho 11 16:28:29 BRT 2013


Plataforma de cursos pela internet de Harvard e do MIT terá código aberto

05/04/2013 09h31

http://g1.globo.com/educacao/**noticia/2013/04/plataforma-de-**
cursos-pela-internet-de-**harvard-e-do-mit-tera-codigo-**aberto.html<http://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/04/plataforma-de-cursos-pela-internet-de-harvard-e-do-mit-tera-codigo-aberto.html>

Universidades poderão usar a estrutura para montar seus cursos online.
Presidente do edX anunciou abertura em palestra em SP na quinta (4).

Ana Carolina Moreno e Vanessa Fajardo Do G1, em São Paulo

Anant Agarwal, presidente do edX, durante evento em São Paulo, na
quinta-feira (4)

Pouco mais de um ano depois de anunciar seu primeiro curso online gratuito,
a plataforma edX, criada em uma parceria da Universidade Harvard e do
Massachusetts Institute of Technology (MIT), reuniu 850 mil alunos de 192
países e agora se prepara para seu próximo passo: liberar gratuitamente o
código da plataforma para que qualquer instituição, empresa, grupo ou
indivíduo possa usar a estrutura e oferecer seus próprios cursos pela
internet. O anúncio foi feito no Brasil por Anant Agarwal, presidente do
edX e professor do MIT, na tarde da quinta-feira (4). Ele justificou a
decisão dizendo apenas que "é a coisa certa a se fazer".

Agarwal foi o principal palestrante do Transformar, evento realizado em São
Paulo para centenas de pessoas ligadas à educação. O professor mostrou aos
participantes como funciona o edX e defendeu o uso da tecnologia para mudar
um cenário educacional que, segundo ele, não vê inovações relevantes há 150
anos.

"Se alguém pegasse no sono numa sala de aula do MIT há 50 anos e acordasse
hoje no mesmo lugar, ele não perceberia que tanto tempo passou", afirmou
Agarwal. "A tecnologia produzida nas universidades hoje é aplicada todos os
dias em todas as áreas, mas não mudou muito o campo da educação. Como
educadores, deveríamos ter vergonha."

Ao custo de cerca de R$ 120 milhões, Harvard e MIT criaram uma plataforma
que rapidamente se tornou o equivalente do ensino superior da Khan Academy,
criada pelo educador Salman Khan, que já tem quase 4 mil vídeos de diversas
disciplinas, principalmente de ciências da natureza e do ensino fundamental
e médio. Khan hoje já acumulou mais de seis milhões de visualizações aos
seus vídeos e foi aluno de Agarwal no MIT --no curso presencial, anos antes
de ambos se aventurarem no campo da educação online.

A tecnologia produzida nas universidades hoje é aplicada todos os dias em
todas as áreas, mas não mudou muito o campo da educação. Como educadores,
deveríamos ter vergonha." Anant Agarwal, presidente do edX

Código aberto
A partir de 1º de junho, qualquer pessoa poderá usar gratuitamente o código
da plataforma do edX para fazer o seu próprio site de cursos online. A
estrutura inclui o processamento dos dados dos estudantes, tanto pessoais
quanto de seu desempenho nos curtos, além de um fórum de discussão e da
tecnologia de correção em tempo real dos exercícios.

Agarwal compara o edX a um "acelerador de partículas do aprendizado", uma
instituição sem fins lucrativos que facilita e acelera o acesso de pessoas
de qualquer parte do mundo aos mesmos cursos oferecidos em instituições de
ensino do mundo todo, com o mesmo rigor exigido dos alunos presenciais.
Apesar de o código ser aberto a qualquer pessoa, segundo Agarwal, apenas
uma das 12 universidades participantes do edX --a Universidade de
Tecnologia Delft, da Holanda-- autorizou que o seu conteúdo de aulas também
fosse oferecido abertamente nas plataformas que usem o código da original.

Ele afirmou que a oferta de mais cursos pode criar um mercado de cursos
online, gratuitos ou não, que acabe se regulando de acordo com rankings
criados com o apoio dos próprios estudantes dos cursos. Mas tudo vai
depender da qualidade que as universidades investirem tanto nas aulas
online quanto nas presenciais. Como não precisa ter lucro e sua equipe
enxuta, o edX pretende se manter financeirametne oferecendo suporte aos
usuários de seu código, ou hospedando as plataformas criadas a partir dele.

Modelos de inovação para o Brasil

O edX foi apresentado em São Paulo ao lado de outras iniciativas dos
Estados Unidos e do próprio Brasil. Denis Mizne, diretor-executivo da
Fundação Lemann, um dos realizadores do evento, afirmou que o Transformar
tem como objetivo mostrar aos gestores, professores e especialistas em
educação algumas formas de inovação na educação. Segundo ele, não existe
uma "receita de bolo" para solucionar os problemas da educação no Brasil,
mas o governo deve investir em inovação para testar novos modelos.

(Veja reportagem do Jornal Nacional sobre alguns modelos que foram
apresentados no evento.)

"Mas precisa qualificar o que é inovação. Não é só fazer diferente, porque
não vai dar certo", afirmou ele. Mizne indicou, porém, que algumas
tendências mundiais que têm dado resultado passam pela personalização do
ensino, que aumenta a motivação dos alunos por meio da oferta de um
conteúdo de qualidade que apenas os professores sozinhos não são capazes de
oferecer em salas de aula muito grandes. "O peso nas costas do professor é
muito alto."

Pela manhã, o Transformar recebeu especialistas para compartilhar
experiências que reinventaram o ensino e a sala de aula. Uma das
participantes foi Melissa Agudelo, representante da High Tech High, um
modelo de ensino utilizado em São Diego, nos Estados Unidos, que defende “a
conexão da escola com o mundo.”

“É preciso sair da sala de aula para ver o mundo”, diz. O modelo do High
Tech High prevê aulas práticas fora da aula, encontros com diversos
profissionais, e ainda “trabalhos com algo significativo” no caso dos
alunos mais velhos. O sistema da High Tech High é aplicado em 11 escolas
públicas de São Diego, nos Estados Unidos, sendo cinco de ensino médio e
seis de ensino fundamental.

“Separar os alunos pelas habilidades não os beneficia, eles precisam estar
na mesma sala ao mesmo tempo”, afirmou Melissa. Pelo modelo, não há
separação por séries, e o ensino personalizado valoriza as paixões dos
alunos e o currículo é mais integrado. Um professor de matemática, por
exemplo, não precisa necessariamente dar aulas somente de ciências exatas.
“Dessa forma a aprendizagem se torna mais significativa.”

Sócrates, Salman Khan e a cola

Em entrevista após sua palestra, Anant Agarwal afirmou que sua visão do
futuro não envolve o fim do professor, nem da escola. Mas, em vez de
auditórios imensos onde centenas de alunos recebem o conteúdo do professor,
ele acredita que as universidades tenderão a criar espaços menores onde a
função do professor não será dar o conteúdo, e sim ajudar os alunos a
processar o conteúdo. Isso pode acontecer, segundo ele, a partir dos
primeiros anos da escola formal, pois as crianças começam a dominar a
tecnologia cada vez mais cedo.

Agarwal deu aulas para Salman Khan no MIT

O professor do MIT explicou que o modelo de aulas oferecido no edX se trata
de uma adaptação, ao formato virtual, de uma metodologia pedagógica já
consagrada: o método socrático. "Há estudos de décadas atrás mostrando que
estudantes retêm mais o material da aula quanto melhor o professor consegue
engajá-los", explicou.

Pela internet, o modelo usado no edX segue o que Agarwal chama
informalmente de Estilo Khan de Vídeos (KVS, na sigla em inglês),
referindo-se ao modo como o educador Salman Khan, criador da Khan Academy,
consegue transmitir o conhecimento de várias disciplinas em vídeos
originalmente publicados no YouTube. No KVS, o aluno é exposto a uma
explanação breve --no caso da internet, vídeos de até no máximo dez
minutos-- e, depois, é instado a fazer um exercício interativo.

Os mecanismos de correção dos exercícios são outro ponto que podem ajudar
não só o professor a ganhar tempo, mas o aluno a permanecer interessado no
conteúdo. "Quando o aluno recebe um retorno instantâneo, ele pode refazer o
exercício também na hora até acertar", diz. O interesse, porém, pode cair
se o professor levar dias para devolver o exercício e pedir que o aluno o
refaça.

Para uma questão clássica da escola, porém, o edX ainda não achou uma
solução definitiva: alunos que colam na prova. Segundo Agarwal, no caso de
empresas que exigem uma comprovação além do certificado de conclusão do
curso oferecido pelas universidades, foi feita uma parceria com a empresa
Pearson para que ex-alunos da plataforma façam um exame presencial
elaborado pelo edX para provar que assistiram às aulas e não tiveram ajuda
para resolver os exercícios. Mas, nos demais casos, a resposta do professor
do MIT é simples: "Se o aluno colou ou não, quem se importa? Se ele colar,
ele não aprende."

-- 

Marcos Egito
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