[Cisl-comunidade] Distribuições no Brasil

Mario Menezes mo.menezes em gmail.com
Quarta Outubro 2 13:55:30 BRT 2013


Tirando a parte em que o Debian é classificada como distribuição
independente de interesses espúrios, eu concordo em grande parte com o
texto do André.

Há muito o que se fazer para que o Software Livre vença barreiras no
governo. O SL não pode ser visto como coisa de desenvolvedor, coisa de
aluno de faculdade, etc.

Quando se apresenta uma solução livre para um problema real, o gestor
governamental pergunta: quem vai dar suporte? pra quem eu ligo se der um
problema? Eu tenho gente para aprender mais esta tecnologia.

O governo federal está com quadro técnico cada vez mais reduzido, pelo
menos na instituição onde trabalho (ligada ao MCTI). Concursos são raros, e
colocar gente de TI é muito dificil.

O modelo de compra do governo - engessado por todas as leis, não privilegia
necessariamente a melhor solução técnica, mas sim aquele que está melhor
enquadrado nas regras do MPOG + Procuradoria + 50000000 de leis. E ai, as
grandes organizações, normalmente, multinacionais, que vendem software
proprietário, que entregam caixas pretas, com toda a possibilidade de
"backdoors", são as que atendem os requisitos. Elas tem equipes gigantes de
advogados só para se adequarem à legislação.

Já o SL que pode ser a melhor solução técnica, pode ter o menor custo total
(TCO), etc., mas que foi desenvolvido por um grupo de voluntários ao redor
do mundo, que não tem uma empresa que o assuma como sendo um "produto" seu
(no sentido de se responsabilizar pelo suporte, etc), dificilmente consegue
entrar para ganhar estas licitações.

A utilização do SL pelo governo é muito dependente das iniciativas isoladas
do próprio pessoal de TI que vê a oportunidade, conhece uma solução livre,
e, às vezes antes que um edital seja feito, apresenta uma solução adequada
ao problema. É muito difícil, até mesmo raro, haver uma demanda específica
de SL.

Abs.


Em 2 de outubro de 2013 10:22, Andre Felipe Machado <
andre.machado at serpro.gov.br> escreveu:

> Olá,
> Por favor, não vamos retroceder 10 anos e voltar a inventar a "distro do
> dia", a "distro da empresa" , a "minha distro de hoje".
> Essa fase já passou no Brasil, felizmente.
> Até o Kurumin já encerrou<http://www.hardware.com.br/noticias/2009-01/49821F24.html>atividades por ter passado sua época oportuna de agregação de valor. Leia o
> comunicado do Morimoto, na época.
>
> Há distribuições com kernel Linux ou BSD <http://www.freebsd.org> ou
> Illumos <http://wiki.illumos.org/display/illumos/Distributions>
> puramente comunitárias <http://www.slackware.com> e independentes<http://www.debian.org>de interesses espúrios, outras nem
> tão <http://fedoraproject.org> independentes (muito influenciadas<http://www.fedora.org>por empresas patrocinadoras), e
> outras <http://www.redhat.com> que são comerciais <http://www.suse.com>,
> todas de ótima qualidade, mas cada uma com seu foco. E muito lixo solto por
> aí também.
> Não é mais viável ou oportuno desperdiçar valiosíssima e escassa força de
> trabalho qualificada para reinventar a roda, e ainda obter um resultado
> quadrado.
> Deve-se é apoiar as distros comunitárias e independentes sólidas com mão
> de obra qualificada ou de outras formas.
> Se for necessário numa instituição, basta pré-configurar pacotes
> originais, sem alterar código localmente, só no upstream se for aceito.
>
> As batalhas de hoje estão no patamar das aplicações de missão crítica.
> Nas licitações de contratos de suporte 24x7 com call center, consultoria,
> treinamento.
> Na formação de ambiente econômico robusto em torno do software livre
> usando o poder de compra do governo para incentivar o mercado a evoluir
> técnica e comercialmente.
> Na sensibilização dos gestores e servidores públicos para os benefícios de
> usar software livre para as instituições, para o país, e para suas
> carreiras individuais (sim, usar sw livre qualifica o profissional para
> acima da média).
> Na reformulação das leis e diretrizes de aquisições em TI para
> considerarem o sw livre também.
> Sem um robusto ecossistema de empresas de serviços agregados em torno do
> sw livre, este não conseguirá se firmar no setor público.
>
> Obrigado.
> --
> André Felipe Machado
> CEAGO/COTSC/COSTE
> As Lou Gerstner, former Chairman and CEO of IBM, observed: 'I came to see,
> in my time at IBM that culture isn’t just one aspect of the game; it *IS*
> the game.'
> -------------
> -
>
>
> "Esta mensagem do SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS (SERPRO),
> empresa pública federal regida pelo disposto na Lei Federal nº 5.615, é
> enviada exclusivamente a seu destinatário e pode conter informações
> confidenciais, protegidas por sigilo profissional. Sua utilização
> desautorizada é ilegal e sujeita o infrator às penas da lei. Se você a
> recebeu indevidamente, queira, por gentileza, reenviá-la ao emitente,
> esclarecendo o equívoco."
>
> "This message from SERVIÇO FEDERAL DE PROCESSAMENTO DE DADOS (SERPRO) -- a
> government company established under Brazilian law (5.615/70) -- is
> directed exclusively to its addressee and may contain confidential data,
> protected under professional secrecy rules. Its unauthorized use is illegal
> and may subject the transgressor to the law's penalties. If you're not the
> addressee, please send it back, elucidating the failure."
>
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