[Cisl-comunidade] ​Temer trocará software livre por programas da Microsoft em todo o governo

Hugo Do Nascimento hadn em inf.ufg.br
Terça Novembro 1 21:35:56 BRST 2016


Caros, eu li agora o documento de apoio à "*Contratação Conjunta de
Softwares e Serviços Microsoft*". Está em
http://www.governoeletronico.gov.br/eixos-de-atuacao/governo/sistema-de-administracao-dos-recursos-de-tecnologia-da-informacao-sisp/ncti-nucleo-de-contratacoes-de-tecnologia-da-informacao/informes-ncti

A situação é mais feia do que eu imaginava, porque eles usaram como
argumento a padronização em torno de produtos Microsoft. A palavrinha
"padronização" é uma palavra que o pessoal da área usa para justificar
juridicamente
a compra de produto de marca específica quando se já tem uma solução
padronizada com essa marca. No entanto, quando se coloca isso em um edital
tão amplo desse jeito, dar-se a entender que existe sim uma politica de
padronização em favor do produtos Windows no Governo Federal, o que é um
absurdo por todas as razões. Primeiro, cadê o documento com a politica de
padronização nesse sentido? Segundo, se essa politica oficialmente existir
é errada tanto economicamente quando tecnicamente (em termos de segurança
da informação, independência tecnológica. etc.).

Assim, estou engrossando meu discurso contrário ao edital. Já assinei a
Petição em
https://secure.avaaz.org/po/petition/Governo_Federal_Nao_trocar_Linux_por_Windows/?aczGehb.
O resumo dos meus argumentos são esse:

"Entre os objetivos da licitação, apresentados no documento de apoio à
compra de produtos Microsoft, estão o de "padronizar a tecnologia dos
softwares aplicativos utilizados no âmbito da APF" e o de "evoluir as
especificações técnicas dos softwares aplicativos a serem adquiridos pelas
unidades da APF visando mantê-las alinhadas com o estágio mais avançado do
mercado fornecedor". Frente à existência de soluções em software livre que
são estáveis, eficientes, gratuitas e que atendem perfeitamente as demandas
de padronização de software, não faz sentido direcionar um processo de
padronização para programas de computador proprietários, o que desrespeita
o princípio da economia dos recursos públicos, além de agravar os
conhecidos problemas de segurança da informação e de pouca independência
tecnológica do Estado Brasileiro. Neste sentido, sou veemente contrário à
realização de uma licitação que têm como meta padronizar produtos da
Microsoft nos sistemas computacionais do Governo. Ao contrário, entendo que
o Governo deva posicionar-se definido explicitamente a sua padronização com
base em tecnológicas livres para as demandas que foram colocadas no edital.
Neste caso, licitações de produtos proprietários ainda poderiam ser
realizadas, mas para demandas pontuais e muito bem justificadas."


Estou a disposição para ajudar

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Professor Associado
Instituto de Informática - UFG
Web: http://www.inf.ufg.br/~hadn
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Em 1 de novembro de 2016 17:24, Hugo Do Nascimento <hadn em inf.ufg.br>
escreveu:

> Uma coisa é o edital de compra de Windows, a outra é a política de SL
> dentro do governo.
>
> A compra de Windows, Oracle, etc. vai continuar a existir por razões
> justificáveis. Por exemplo, uma instituição de ensino superior federal vai
> comprar Windows para algumas máquinas, porque os alunos precisam aprender a
> utilizar ambos os sistemas operacionais e porque algumas das principais
> ferramentas de software utilizadas no mercado pelos futuros formandos só
> rodam nessa plataforma. Alguns setores de TI, por sua vez, podem necessitar
> de novas licenças do Oracle, uma vez que já possuem uma grande base de
> sistemas legados que dependem dessa plataforma e que precisam rodar em uma
> nova máquina servidora com mais CPUs. Há também algumas necessidades para
> as quais soluções livres ainda não estão sólidas e o foco da equipe de TI
> não é desenvolvê-las. Assim, um edital federal de compra de software
> proprietário com possibilidade de adesão na origem por outros órgão (como
> já vem sendo feito para a compra conjunta de hardware e de outros serviços)
> atende bem essa finalidade.
>
> Fora isso, tudo depende da motivação correta das pessoas e da experiência
> e do envolvimento do órgão/instutição com o software livre. Se a equipe de
> TI e se os gestores sabem realmente o que é software livre, conhecem a
> importância do mesmo para o governo e já possuem experiência com o uso
> dessas soluções ou têm contatos sólidos com quem já trabalha com elas,
> então não vão querer trocar uma solução baseada em software livre que está
> evoluindo por uma proprietária, uma vez que preveem os problemas e os
> custos que terão a médio e longo prazos. Já quem não tem essa visão ou que
> está indeciso é quem será seduzido pela suposta vantagem da solução
> proprietária. Neste caso, a existência de um grupo de trabalho ativo em
> prol do uso de software livre com bons contatos sociais e técnicos é de
> grande importância, pois ajudará a dirimir as dúvidas e a melhor direcionar
> os investimentos.
>
> Desta forma, pessoal, se os grupos de trabalho e as comissões de
> implantação em SL de vocês estão paradas, é hora de acordar e reforçá-las,
> uma vez que elas têm um papel importante a desempenhar!
>
> Abraços
> Hugo
>
> ----
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>
> Em 1 de novembro de 2016 12:51, Cristiano Cachapuz e Lima (NTI) <
> cristiano.nti em bage.rs.gov.br> escreveu:
>
>> Essa morte vem sendo prenunciada há um bom tempo. O Portal de Software
>> Público está largado há um bom tempo. No mínimo, 3 anos.
>> Dentro dos diversos ministérios em Brasília sempre houve "fogo amigo",
>> inimigos na trincheira. A adesão ao SL nunca foi uma unanimidade.
>> Um exemplo é a Caixa Econômica Federal: assinava protocolos de adesão ao
>> SL e distribuía aos clientes planilhas Excel com macros que só rodavam no
>> Office.
>> Aí fica difícil...
>>
>> --
>> Cristiano Cachapuz e Lima - cristiano.nti{em}bage.rs.gov.br
>> Analista de Tecnologia
>> Prefeitura Municipal de Bagé
>> (53) 32405265
>>
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>>
>> Portal do CISL: www.softwarelivre.gov.br
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