[CuritibaLivre] É isso que tinha de acontecer por aqui

Domingo Maio 19 17:06:49 BRT 2013

Peraí, o IRC CuritibaLivre tem movimentação?
Seria o canal *#debian-pr* do OFTC? Tentarei participar no IRC a partir de
agora.*
*

Em 19 de maio de 2013 16:28, Zed Master <zedlist em gmail.com> escreveu:

>
>
>
> Em 19 de maio de 2013 15:41, Cleber Ianes <ianes.cleber em gmail.com>escreveu:
>
>  Zed, discordo de você em número, gênero e grau e, logicamente, concordo
>> com o Paulo no mesmo nível.
>> Eu mesmo já obtive várias vitórias nas defesas de meus direitos e de
>> grupos que eu me incluía pelo simples fato de tentar, mesmo quando todo
>> mundo dizia que "no Brasil isso não dá certo".
>> A maioria são coisas pequenas, vou citar 1 exemplo, tenho vários outros
>> mas esse foi o que beneficiou, e ainda beneficia, a maior quantidade de
>> pessoas:
>> -- Em 1989: Eu, com 14 anos, morador de uma cidade do interior de SP com
>> 8000 habitantes onde o estudo era razoável e uma grande vontade de estudar
>> tecnologia. Chegaram na escola que eu estudava um grupo de marketing de uma
>> escola de computação de uma cidade maior a 70Km, oferecendo "bolsas de
>> estudos" onde só se pagava o material (malandragem, claro). Só seria
>> possível para os estudantes que tivessem como pagar transporte.
>>     Eu, lembro, piá de 14 anos, resolvi que iria conseguir transporte
>> público. Claro, fui motivo de chacota dos alunos e professores, ninguém
>> acreditou. Saí no mesmo momento da escola e fui até a prefeitura, consegui
>> ser atendido pela prefeita que, sem muito acreditar que havia mais alunos
>> interessados, me disse: "Consiga 10 alunos e eu garanto o transporte!" o
>> piá abusado perguntou: "E se for mais de 10??", ela deu um sorriso
>> sarcástico e disse: "Mais de 10 eu garanto o transporte!!". Em 1 semana eu
>> tinha um grupo com mais de 40 pessoas estudando todos os sábados das 12h às
>> 18h em 2 turnos de 3 horas. Esse "ônibus de estudante" tem linha fixa até
>> hoje, prefeitos posteriores tentaram tirar mas a população não deixou.
>>
>> Um "caso banal" que não havia lobista ou empresa!!!!
>>
>
> Então, você acaba de concordar em alguma coisa comigo. Assuntos de menos
> importância são os que tem a maior chance. Uma aula simples que incentive o
> uso de Linux ou 40 alunos fazendo uma exigência são coisas que eu acredito.
> Você que foi la e fez acontecer. Não dependia de um advogado ou um
> político ou uma ação judicial. Você foi la direto na fonte, um pequeno
> causando grandes mudanças, e mudanças comportamentais. Pois você fez que as
> pessoas lutassem para nunca mais tirarem o direito.
>
> Quando listei algumas coisas simples que exigem dedicação, estava me
> referindo neste tipo de atitude.
>
>
>
>
>>
>> Então, o que falta são atitudes, se cada um faz a sua parte a gente
>> consegue sim. Claro, não ganharemos todas mas SEMPRE DEVEMOS TENTAR, mesmo
>> quando ninguém acredita que vai dar certo.
>>
>> No Brasil as coisas funcionam exatamente como nos outros países, a
>> diferença é que aqui nos vivemos isso. Exemplo??? Nos EUA não existe Saúde
>> Pública e as pessoas passam a vida toda pagando hipotecas de casas!! Eu
>> poderia colocar aqui dezenas de outros exemplos.
>>
>> Existem países melhores e piores, o que temos que fazer é AGIR pra mudar
>> o que achamos imutável.
>>
>> Pode ter certeza, não é achismo, fé ou romantismo, é realismo mais puro.
>> Eu poderia escrever um livro sobre isso pra lhe provar o contrário.
>>
>> Quantas vezes reclamamos dos abusos nos mercados, nas operadoras de
>> telefonia, sobre atendimento de médicos??? Chegam ao absurdo de não
>> abrirmos um Boletim de ocorrência sobre um assalto sofrido pelo simples
>> fato de acreditar que não adianta. Se exigirmos não resolve tudo, a inércia
>> só piora, se não reclamamos somos cúmplices.
>>
>> Também estou aberto a discussão, com ponto de vista extremamente
>> contrário ao seu, claro. rsrsrsrs
>>
>
>
> Na verdade acho que o meu ponto de vista não ficou claro.
> Eu defendo ter atitude sim.
> Só não defendo, deixar a atitude DELEGADA a uma instituição ou qualquer
> meio que a "burrocratize". Ou ficar enchendo a bola de político que não faz
> nada mais que a sua obrigação por exemplo.
> Acredito em ações simples com resultados grandes.
> A sua história foi um ótimo exemplo.
>
> Acho que a nossa divergência foi apenas nos meios. Eu não acredito em
> advogado, juizes, em leis ultrapassadas, quado se trata de coisas nas quais
> envolvem muito dinheiro. (nada contra as pessoas que lutam pela justiça,
> mas no sistema como um todo).
>
> São aqueles casos banais que sempre fico abismado. Como que uma mãe ao
> defender a filha de um estuprador, o mata,  e é presa e condenada. (por que
> não tinha dinheiro para pagar um bom advogado).
> Como que um menor de 17 anos 1,8m, 85kg, tortura, estupra, mata e ateia
> fogo em uma jovem, pode ficar preso apenas 2 anos e ser taxado como vítima?
> Outro famoso caso do governador que dentre outros políticos que não
> respeitam a nossa lei de SL primeiro. Ele é o representante maior, muitos
> depositaram o seu poder de decisão nele. O mínimo que tinha que fazer é
> respeitar as leis.
> Como parece que sou pinico de histórias ruins, tenho uma duzia de
> histórias de gente podre, que se faz de boazinha e engana o povo. E são
> tantas, que por estatística fico com o pé atras sempre.
> Fora a própria natureza do nosso sistema político que é "uma alucinação
> coletiva". Você simplesmente acha que manda em alguma coisa, mas no final,
> mal manda na sua vida (aqui já é outro assunto).
>
>
>
>>
>> Se acharem que o assunto não cabe na lista, por favor, nos avisem e
>> cortamos o assunto..... De acordo Zed, Paulo???
>>
>>
>>
> Eu acho que esta conversa esta ótima e construtiva. Como não pude ir em
> nenhum evento para poder conversar pessoalmente com vocês estou achando uma
> ótima oportunidade.
> Me adicionem no gtalk, pois não consigo configurar o meu IRC sem ele ficar
> caindo a cada 2 min.
>
>
>
>>
>>
>>
>> Em 19-05-2013 14:47, Zed Master escreveu:
>>
>>  Não funciona. Se pegarmos as estatísticas e histórias paralelas
>> (pessoais de cada pessoa aqui da lista por exemplo), vai perceber que os
>> casos de que "as coisas não funcionam" terão mais ocorrências, é matemática.
>>  Nossas leis e as pessoas que as aplicam são ultrapassados e cheios de
>> falhas. É muito romantismo acreditar por acreditar, ou ter fé em uma coisa
>> que não podemos controlar, em jogar um jogo que se inicia com desvantagens.
>> Pegue qualquer caso banal e analise. Sempre tem um lobista uma empresa de
>> um conhecido do governo ou de um político no meio. As coisas são feitas
>> para não funcionar e faturar o máximo possível. As coisas vão de lápis e
>> borracha a ambulâncias. Olha a Copa do mundo, quer maior exemplo do mal uso
>> de recurso?
>>
>>
>>  Agora fazer algo a respeito é outro assunto.
>>
>>  Não sou a pessoa de maior conhecimento nestas áreas. Mas mesmo assim
>> percebo que utilizarmos os mesmos meios podres e suscetíveis a falhas, para
>> conseguir "justiça ou cumprimento da lei" é como deixar o ladão cuidando da
>> sua carteira.
>> Você vai entrar na justiça contra uma empresa, sabendo que existem
>> milhares de políticos juízes e advogados, nos quais bastam balançar uma
>> maço de notas na cara deles, para que as coisas fiquem desfavoráveis.
>> Novamente aplicamos a estatística e não a fé, achismo ou romantismo.
>>
>>  Acredito muito que podemos fazer outras ações nas quais uma empresa não
>> conseguiria corromper tão facilmente. São aquelas coisas básicas que temos
>> até a vontade mas estamos muito ocupados para faze-las.
>> Estamos tão preocupados em segurar nossos empregos e estilos de vida, que
>> não estamos nem perto de fazer sacrifícios para mudar o nosso ambiente.
>> São coisas "simples" mas que exigem dedicação:
>> - Dar aulas gratuitas de Linux
>> - Oficinas livres de Linux
>> - Divulgar mais no ambiente familiar e de trabalho
>> - Participar de algum projeto de SL
>> - ...... etc
>>
>>  São exemplos simples nos quais são mais difíceis de canalhas virem a
>> sabotar.
>>
>>  Como havia falado, a grande maioria tem vontade reprimida. E fica
>> apenas delegando responsabilidade na mão de um político ou em um processo
>> na justiça ou no máximo assinando uma petição.
>> Não estou criticando ninguém, pois sou um que esta neste meio.
>> Apenas estou fazendo uma reflexão, para demonstrar que estou falando algo
>> além de uma simples reclamação "que as coisas não funcionam".
>>
>>  Estou aberto a discussões.
>> Se alguém achar que este assunto esta fora do contexto da lista, pode
>> falar comigo em particular: zedmaster # gmail.com (email e gtalk).
>>
>>
>>
>>
>> Em 19 de maio de 2013 14:07, Paulo de Souza Lima <
>> paulo.s.lima em varekai.org> escreveu:
>>
>>> Boa tarde.
>>>
>>> Em 19 de maio de 2013 13:55, Zed Master <zedlist em gmail.com> escreveu:
>>>
>>>  Sinceramente eu não acredito que lei e justiça funcionam aqui no
>>>> Brasil. Isto sem falar da lerdeza.
>>>> Cansei de ver coisas podres nos bastidores.
>>>>
>>>>
>>>  O problema é justamente esse: De achar as "coisas não funcionam no
>>> Brasil". Isso não é "coisa de Brasil".
>>> As coisas não funcionam só no Brasil. Elas não tem funcionado no planeta
>>> inteiro faz tempo. Só que estamos ainda na ladainha de achar que o Brasil é
>>> a lata de lixo do mundo e eu me recuso terminantemente a aceitar isso.
>>>
>>>  Isso é uma questão de consciência individual, capacidade de
>>> organização, liderança e iniciativa. A desculpa de que "no Brasil não
>>> funciona" se deve mais à nossa própria conivência e inação, do que outro
>>> motivo qualquer.
>>>
>>>  Abraço.
>>>
>>>
>>>>
>>>>  Em 19 de maio de 2013 09:04, Paulo de Souza Lima <
>>>> paulo.s.lima em varekai.org> escreveu:
>>>>
>>>>>  Bom dia, pessoal.
>>>>>
>>>>>  Encontrei essa notícia no Linkedin:
>>>>> http://www.techweekeurope.co.uk/news/linux-users-in-spain-file-an-official-complaint-against-microsoft-111512?goback=%2Egde_27258_member_236384889
>>>>>
>>>>>  Pessoalmente, eu acho que é esse tipo de coisa que tinha de começar
>>>>> a acontecer por aqui: os usuários de Linux começarem a entupir o jurídico
>>>>> da M$ com ações coletivas na justiça, talvez em conjunto com algum órgão
>>>>> como o IDEC ou a Associação Proteste.
>>>>>
>>>>>  Meus 2 centavos.
>>>>>
>>>>>  Abraços.
>>>>>
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