[gt-educacao] Tabuleta do MEC

Tel Amiel tel.amiel em gmail.com
Segunda Janeiro 7 11:22:02 BRST 2013


ótima discussão.

o mimimi é muito pertinente. não nos cabe somente reagir às chamadas governamentais. nosso papel não é o de "pesquisar e organizar as alternativas." isso gera um ciclo pernicioso e já conhecido - o governo cria programas com motivações pouco educacionais e com mínima consulta aos usuários finais. os interessados são obrigados a buscar maneiras "interessantes e criativas" de fazer uso e integrar o que é posto. já conhecemos esse ciclo (nós e o resto do mundo) e ele tende a terminar com gente frustrada e equipamentos obsoletos. 

o programa é muito mal posto e o nosso papel acaba por ser reativo -- toda vez. acho que vale virar o processo de ponta cabeça e pensar em configurações, atividades e programas educacionais que podem ou (não) usar o tablet e suas imposições. acho ótima a sugestão de guias que auxiliem o professor e a escola a fazer usos alternativos (MESMO que se imagine complicado demais para ser feito  no ambiente da escola). 

feita a compra e definidas as especificações o raio de ação por hora é menor. temos que continuar trabalhando para mudar a próxima leva de decisões enquanto trabalhamos de baixo pra cima nas escolas sem aceitar a imposição de hardware, software ou serviço -- com muito mimimi!

abraços - tel


On 05/01/2013, at 22:07, Aprendendo Física - wrote:

> Olá Frederico e todos,
> 
> Consta nas coordenadas do espaço-tempo que...  Frederico Goncalves
> Guimaraes escreveu:
> 
>>> 
>>> Não é uma exigência do MEC e sim do sistema operacional Android!
>> 
>> Na verdade não. O Android não exige que você tenha conta na Google. Ela
>> é necessária caso você queira usar a "lojinha" da Google (a PlayStore)
>> e sincronizar com os serviços dela, como agenda e correio eletrônico.
>> Logo, a indicação do MEC de criação de conta na Google deveria vir
>> junto com uma explicação que isso é opcional.
> 
> Concordo que deve se informado que a experiência de se usar uma conta no
> google melhora a experiência no uso do equipmamento, mas que você pode
> viver sem essa conta e procurar serviços alternativos.
>> 
> 
>> E pra quem acha que só existe aplicativo para Android na PlayStore,
>> vale a pena conhecer o F-Droid, um projeto que disponibiliza somente
>> aplicações livres para esse sistema operacional:
>> 
>> http://f-droid.org/
>> 
>> Eles tem um software que funciona na mesma linha da Play, ou seja, é
>> possível escolher e instalar os programas diretamente por ele e quando
>> sai alguma atualização você é avisado.
> 
> Muitos softwares portados do Linux para o Android apareceram primeiro no
> F-droid para só depois estarem também no Play, o Octave  (software livre
> de cálculo algébrico) é um exemplo.
> 
>> 
>>>> O tablete do MEC já vem com ferramentas do Google instaladas?
>> 
>> Bom, o CyanogenMod é maduro o suficiente pra mim. E é tão livre
>> que nem inclui a camada de aplicações da Google (você tem que
>> instalar na mão se quiser).  :-)
> 
> Ele não tem suporte a todos os hardwares, pois muitas funções de baixo
> nível sào implementas por engenharia reversa. E o MEC teria que ter uma
> equipe pra manter uma versão pro hardware que comprou. Seria bom, mas
> sabemos que não vai rolar :-)
> 
> 
>> Ah, mas você pode argumentar que ele não é compatível com a tabuleta
>> educacional. Bom, o governo abriu licitação para a aquisição desses
>> equipamentos. Era só colocar que deveria ser compatível com o
>> CyanogenMod e pronto. A montadora que se vire
> 
> 
> Ninguém ia oferecer nada! Não é simples desenvolver sua própria versão
> android dos fontes!
> 
>> 
>>> Não atire as pedras agora :-) Eu preferia ter notebooks que Tabletes
>>> (http://psfl.in/61 e http://psfl.in/d1)... mas os Tabletes estão aí,
>>> então é mais produtivo pesquisar e organizar as alternativas do que
>>> ficar só no mimimi :-)
>> 
>> Bom, eu também acho net/notebooks muito mais produtivos em ambientes
>> educacionais do que tabuletas (tem até um comentário meu na revista
>> ARede sobre isso), mas o governo insiste em ficar investindo em "moda"
>> ao invés de tecnologia. Então dá nisso aí. Se você não tiver uma
>> infra-estrutura de informática MUITO bem montada nas escolas, as
>> tabuletas correm um risco de se tornarem um fiasco maior que o UCA
>> (que, convenhamos, teve problemas justamente porque o governo também
>> não investiu em infra-estrutura nas escolas e uma capacitação mais bem
>> estruturada para os professores).
> 
> Todos concordamos com isso, mas o que podemos fazer além dessa crítica,
> quando os dispositivos estiverem na mão dos professores? Bradar palavras
> de ordem? :-)
> 
> 
>> 
>>>> O MEC recomenda aos professores a utilização do www.dropbox.com?
>>> 
>>> É um sistema maduro e que funciona bem nos mais variados ecossistemas
>>> (linux, windows, Mac, Androis IOS). Faz sentido o uso  de disco
>>> virtual para integrar os tabletes aos computadores (pessoais e das
>>> escolas)...
>> 
>> Só porque as escolas não tem infra-estrutura pra lidar com isso. Se
>> você montasse um ambiente de nuvem nas escolas (usando, por exemplo, o
>> OwnCloud citado abaixo, mas existem também outras opções), você teria
>> um controle muito maior sobre seus dados e arquivos. A questão é que,
>> ao indicar um serviço de terceiros, o governo joga a responsabilidade
>> nas mãos do(a) professor(a), uma vez que é ele(a) quem vai criar a
>> conta e assinar os termos de compromisso. E qual o nível de capacitação
>> desses professores para saber os riscos que eles correm?
> 
> Gente, eu acho que rola uma certa histeria com isso :-) [campo de força
> ativar] supostamente você deve usar a nuvem como cópia dos arquivos que
> deseja usar profissonalmente.  Se quiser essa mítica privacidade näo use
> nada eletrônico, use papel e lápis e vá para as cavernas :-)
> 
>> 
>>> Uma alternativa livre (tem que configurar e instalar num servidor -  o
>>> professor médio NÃO VAI FAZER - com cliente para Android é o OwnCloud
>>> (http://www.vivaolinux.com.br/artigo/OwnCloud-Crie-a-sua-propria-nuvem-Alternativa-ao-Dropbox/?pagina=2)
>> 
>> Eu uso e recomendo.  :-)
> 
> Eu uso Dropbox e estou bem satisfeito! Meus planos de dominação do mundo
> não estào lá. Só provas, listas, e material de trabalho!
> 
>> 
>>> A questão é que Tabletes viraram hypes!  E já gastaram uma grana com a
>>> compra deles. Se quisermos contribuir de verdade temos que ser
>>> propositivos!
>> 
>> Pois é. Já tentei ser propositivo com um pessoal do MEC que estava no
>> FISL há alguns anos atrás (por sinal, eles pararam de ir lá, curioso,
>> né?). Mas não foi uma conversa muito feliz. Então segue minha
>> proposição para nossos dois grupos aqui (quem sabe tem alguém do MEC
>> nos monitorando?).  ;-)  Minha proposta é justamente ir na contra-mão
>> desse hype. Antes de notebook/netbook/tablet/lousa digital/(ponha sua
>> tecnologia digital preferida aqui) eu acho que o governo deveria
>> investir na base, ou seja, construir um ambiente digital sólido para as
>> escolas, com (pelo menos) servidores de arquivos e web, de forma a
>> permitir a independência tecnológica desses locais. A partir daí,
>> capacitar os professores e, principalmente, estimular as trocas entre
>> eles (sei que os NTMs e NTEs existem pra isso, mas infelizmente nem
>> todos cumpre esse papel com maestria).
> 
> 
> Então seria interessante um documento técnico-político (o que quer que
> venha a ser isso) do grupo explicando porque a compra de tabletes é uma
> péssima política pública para a educação e/ou inslusão digital. E quais as
> alternativas que poderiam ser viabilizadas com a mesma verba.
> 
> Mas paralelo a isso, textos explicando como o professor médio pode usar
> esse dispositivo sem as "garras perniciosas" da Google em contextos
> educacionais, que softwares poderiam ser legais e etc.
> 
> 
> 
> A partir daí pensar em
>> tecnologias móveis. O problema é que infra-estrutura é igual esgoto: é
>> importante, mas ninguém vê. Já tabuletas e adjacências são viadutos:
>> chamam a atenção e todo mundo fica admirado. Adivinha o que aparece
>> mais no jornal? E qual vai conseguir dinheiro do governo?é
> 
> 
> A questão é que os dispositivos já foram comprados e já estão chegando
> para testes em alguns NTEs e secretarias estaduais, e aí vamos só bradar
> que a infra-estrutra deveria chegar uns 2 anos dos dispositivos?  Não
> estou discordando de você, só acho que precisamos ser um pouco mais
> pragmáticos!
> 
>> 
>> Um abraço e até mais.
>> 
> 
> 
> Vamos seguindo com nossa tempestade de ideias :-)
>> 
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