[PSL-Brasil] Aplicativo da Rede Espírito Livre para Android já disponível na Google Play Store

panaggio.ricardo em gmail.com panaggio.ricardo em gmail.com
Segunda Janeiro 21 11:23:52 BRST 2013


Eu nem ia tocar no assunto do Play nessa thread por achar que a maior
parte das pessoas não entenderiam o meu ponto. Mas já que o Sérgio
introduziu o assunto, vou colocar minha leitura do problema aqui.

> Não vejo problema algum em disponibilizar de forma mais fácil um Software
> Livre;

Eu também não. Geralmente, se é mais fácil, melhor.

> mesmo que seja em uma plataforma proprietária;

Aí já não dá pra generalizar. E nesse caso eu discordo plenamente.
Alguns são os motivos:

1) Existem inúmeras formas de se disponibilizar apps hoje em dia, e
várias permitem que você não utilize software proprietário em nenhum
momento. Porque utilizar software proprietário se há tantas
alternativas livres disponíveis?

2) em geral dizer "vai no Play e procura por X" não é nem de perto a
forma mais efetiva de fazer alguém encontrar o seu app. Um link direto
pro apk permite você baixar a app na hora. Um QR code pra isso
permitiria a pessoa até abrir o link direto no celular, e tudo isso de
sem usar nada proprietário. E de graça. E esses são só alguns poucos
exemplos.

> Afinal ninguém vai
> chegar a migrar/usar software livre sem passar por uma via do inferno;  Ou
> seja, duvido que antes de ter algo "100% livre" você não usou um canal
> proprietário para se informar, baixar ou usar de alguma forma.   Vou
> exemplificar de duas formas:

A revista está na Web. A app pode estar na Web. Existe um canal aberto
melhor que a web pra fazer divulgação e distribuição de conteúdo?

O Play é proprietário e é um canal fechado. Novamente: na existência
de alternativas (onde as pessoas estão, não desconhecidas do público
geral), porque ela *precisa* estar no Play?

> outros ambientes também); mas enfim, quero dizer o seguinte: como uma pessoa
> qual ainda não tenha tanto conhecimento sobre sua liberdade pode saber algum
> dia de que existe uma solução livre e melhor do que as opções proprietárias
> existente se o meio na qual ela esta inserida não oferece a opção aberta?

Essa pessoa tem acesso à Web, se ela consegue baixar apps. E passa
mais tempo na Web (e infelizmente, em cerdadinhos da Web), então
colocar a app disponível na Web permite que a pessoa conheça, ainda
mais facilmente, a app.

A opção livre tem uma característica que a faz melhor que a
proprietária per se: ela é livre. Colocando no meio das outras apps
proprietárias, dentro de uma loja proprietária, essa característica
fica diminuída e incoerente. O objetivo de VLC e quem mais faça isso é
trazer mais usuários pra app, e não levar a palavra sobre SL a diante.
O objetivo da REL é levar a palavra adiante, então acho que seria
incoerente colocar a app no Play de toda forma.

E usar de algo livre porque é melhor tecnicamente que algo
proprietário também não leva a pessoa a usar mais coisas livres, ou a
conhecer a liberdade. Ela vai ficar acomodada onde está. Ela usa o SL
que for melhor que os proprietários, e o resto vai continuar tudo
proprietário. Pra ela, ser livre ou não não faz diferença.

> Por isso acho xiiitissi se o Google Play não interfere nas liberdades e na
> distribuição do Software Livre;

Ele interfere não na app, mas no device em que ele roda. O que é muito pior.

> PS: Logo desconheço o termo de uso, privacidade e políticas do Google Play,
> estou levando em consideração a quantidade de aplicações abertas quais são
> disponibilizado nesta plataforma.

Já que citou isso, AFAIK, o Google (ainda?) não restringe a licença do
que é disponibilizado no Play. O que já não é verdade para coisas
distribuídas na AppStore, que é possível esteja na lista de lojas que
a REL vá focar posteriormente. Mas vamos deixar pra atravessar essa
ponte quando ela aparecer.

> postar, contribuir e fazer parte dela; Enfim; e o que adianta falar para o
> "mesmo grupinho a vida toda", sim é preciso ter fanpage, perfils, etc.. em
> todas as outras redes e plataformas; abertas ou fechadas;  mas é claro, tem

Se você usa o Facebook pra falar de liberdade e privacidade, quando
ele fere essas duas coisas muito importantes pra todos nós, que
mensagem você está passando? IMHO, no mínimo de incoerência.

Eu vou me usar como exemplo, mas já vi acontecendo com outras pessoas.

Eu não tenho Facebook. Mas já tive. Desde que saí, muita gente vem me
perguntar porque eu saí. Respondo: "questões de privacidade" apenas. E
as pessoas em geral comentam a mesma coisa: "ah, é ruim as pessoas
ficarem sabendo tudo da gente, né?". Quando eu digo que o problema é o
Facebook saber demais de mim, as pessoas desconversam, se
desinteressam ou começam a citar religiões.

Pra maioria das pessoas, o "Face" é uma entidade inofensiva. E até
muito boa, porque permite que você diga algo só pra algumas pessoas.
"Isso é privacidade!", eu já ouvi. E todos aqui, tendo Facebook ou
não, sabem que isso não é nem um pouco verdade. Se você endossa a
liberdade e privacidade e endossa o Facebook também, alguma coisa está
errada. O fato de alguns projetos de SL terem fanpages e perfis lá só
faz com que mais gente ache que o Facebook é "de boa". Então devemos
dar o exemplo.

Eu saí e estou fazendo o meu papel como exemplo. O Sérgio nem entrou
IIRC, e deu seu exemplo desde sempre. Mas nós somos dois freedom
fighters "religiosos", então o que a gente faz é exagero, é demais, e
todo mundo fica achando que fazer isso é coisa de religioso. Mas não
é. É coerência. Eu e o Sérgio somos coerentes (pelo menos nesse
sentido, e lutamos diariamente pra remover as incoerências da nossa
vida) com o que a gente divulga e acredita.

Se a REL também fizesse isso, ela seria também mais coerente com ela
mesma e com o que ela divulga. E se ela e muitos outros projetos o
fizessem, a mensagem seria muito mais clara e menos estigmatizada. E
talvez essa discussão nem acontecesse.


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