[PSL-Brasil] Nem toda rede é mídia social Re: Tipos de Redes Sociais

anahuac em anahuac.eu anahuac em anahuac.eu
Quarta Julho 9 13:50:19 BRT 2014


Olá Fred,

E aqui vou eu, mais uma vez, para tentar "desmisturar" essa sua argumentação.
Que fique claro, ela é ótima se estivéssemos mirando na sociedade como um todos nesta discussão.

Veja, nosso foco aqui nestas últimas threads são sobre ativistas do movimento software livre usando Facebook.
Não se trata de uma campanha pública, porque infelizmente não conseguimos nos unir em torno de um objetivo em comum.
Não conseguimos nem concordar que o uso das redes sociais devassas é ruim e deve ser evitado por todos. 

> 
> > 1) Bater no expoente é mais simples. Se para cada crítica tivermos
> > que bater "em todos" terminamos não conseguindo nos fazer entender.
> > Apesar disso eu mesmo tendo a falar de todos sempre que posso. Mas
> > hoje os expoentes são o Facebook e o Google.
> 
> Na verdade estou questionando justamente o ataque "nominal". Uma coisa
> é denunciar o que o Facebook faz de bobagem. Outra coisa é, ao se
> referir a mídias privativas, usar somente o Facebook como exemplo e
> tolerar os outros usos. Ou seja, ao invés de bater NO Facebook,
> deveríamos estar discutindo os problemas das mídias privativas como
> um todo, independente de qual seja (e até citando o Facebook vez ou
> outra, mas também citar as outras mídias). Do jeito que as coisas vêm
> sendo colocadas, o que está sendo feita é uma marginalização de quem
> usa o Facebook (e especificamente ele). E é esse o ponto que eu acho
> ruim. Orientar é diferente de "bater" (e, como eu defendi antes, surte
> mais efeito).

Primeiro o que o Facebook faz não é "bobagem". É criminoso. Mas cada um associa o mal de acordo com o alcance que acha que a ação tem.
Taxar o face de "bobo" é quase infantilizar seus malefícios. Uma pena que você veja a situação de forma tão inocente.

Quanto a criticar parte do problema, ou de ser nominal, mais uma vez: o expoente é o Facebook. Se pudermos encontra uma forma de criar unidade no combate a essa mídia social, seremos efetivos em todas as demais.
Confesso que tenho que me conter para não chorar: marginalização de quem usa Facebook? cara eles tem mais de um bilhão de usuários. Quem são os marginalizados aqui?
É como dizer que quando "batemos" no uso de sistemas operacionais proprietários e citamos nominalmente a Microsoft estamos marginalizando os usuários de Windows. Falacioso.

E não se esqueça esta é uma lista de ativistas de software livre. Nós deveríamos ter muito claro o quanto usar qualquer mídia social devassa é ruim, ponto.
Aqui dentro, não precisamos orientar, especialmente proque os que deviam orientar estão tão desorientados que até defendem o uso das ditas mídias sociais devassas.

> 
> Agora se o sujeito ainda assim quiser continuar lá... paciência. Não
> nos compete julgar essas pessoas (por mais que nos incomode a posição
> delas).

Não aceito seu conformismo. E vou lutar contra ele tanto quanto pelo seu direito se sê-lo.
Se o sujeito quiser continuar é um direito dele, tanto quanto eu tenho o meu de continuar criticando a ferramenta, a política, o time de futebol e especialmente a decisão consciente de um militante de se entregar.

Ativismo só funciona se não batermos de ombro e "deixarmos pra lá" quando alguém afronta aqui no que acreditamos.
Não vou deixar de fazer campanha para combater o Software Proprietário e as Mídias Sociais Devassas!


> 
> > 2) Não existe esse tal de 100% de coerência. Sejamos francos, todos
> > fazemos ou fizemos algo de que não nos orgulhamos tanto assim. Faz
> > parte. Especialmente em uma sociedade capitalista vendida,
> > egocentrista, consumista e corruptora como a nossa. O problema maior
> > está sempre nos excessos.
> 
> Mas em momento algum eu cobrei 100% de coerência. Se eu cobrasse isso,
> também falaria que as pessoas deveriam deixar de usar celulares com
> Androide e MacOS, deveriam deixar de usar o Netflix, deveriam abrir mão
> de SmartTVs, videogames e de aparelhos de blu-ray (e mais outros que não
> lembro agora). Todos esses aparelhos se comunicam com a Internet usando
> softwares privativos e podem estar compartilhando nossos hábitos
> diários (alguns declaradamente estão).

E não deveríamos falar para as pessoas que tudo isso não deveria ser usado?
Dessa lista me permito o uso do Androide modificado OMNI. Nada mais da sua lista.

Tento ser coerente com aquilo que prego. Mas não há 100%.

> 
> A coerência que eu acho interessante termos é a mínima, ou seja, de se
> fazer exatamente aquilo que se prega. Se eu falo que o Facebook é ruim
> porque é privativo, monitora e censura publicações e aprisiona os
> conteúdos, então por que eu uso o Twitter (de novo, só pra citar UMA
> das outras mídias), que faz a mesma coisa?

Então sua exigência não tem nada de mínima. Ela é absoluta.
Não se pode usar nenhuma mídia social devassa ou seu discurso todo não vale.
Tenho dito mais de uma vez que o uso "certo" das Mídias Devassas, como meio de propaganda unilateral, ou militância contra ela mesma pode ser algo a ser considerado.

Diferente de você não estou buscando a coerência em 100%.


> Ou fazendo a pergunta ao
> contrário, se eu acho importante não abrir mão do Twitter (de novo,
> citando somente uma das mídias), então como eu posso criticar as
> pessoas que usam o Facebook, alegando que é importante pra elas?

Fato. Mas me permito ter meu percentual de incoerência. Não vejo no Twitter os mesmos malefícios que no Facebook.
Mas é claro que ando buscando alternativas.

> A coerência que eu citei é a do "faça o que eu digo, mas não faça o que
> eu faço". 

Exatamente: eu não suo MacOS, nem NetFlix, nem SmartTV, nem Flash, nem Chrome, nem Skype, nem Windows, nem instagram, nem... a lista é bem grande.
Mas o que você quer é que além de tudo isso, eu não use também o twitter. O problema é com minha conta no Twitter?

Lembra do "coerenciômetro"? Você parece estar no cara que é 20% coerente, se queixando de quem é 80%.
Perceba que seu pedido de coerência não é mínimo. Ele é absoluto. Hoje porque eu tenho uma conta no Twitter, amanhã porque meu relógio é Casio.
Enquanto isso os não coerentes podem usar todos os recursos para me manter isolado na posição de radical?

Como fico no caso de meu declarado anti capitalismo?
Não poderei mais entrar numa loja e comprar nada. Devo plantar meu próprio algodão, fiar, colorir e costurar para ser coerente?
Ser um consumista (impossível não sê-lo) consciente e tentar minimizar os impactos dele, não vale nada.

> Inclusive, por exemplo, a Diaspora tem uma página oficial no
> Facebook, atualizada constantemente. Se ela pode, por que as outras
> pessoas não podem?

Porque o Diaspora está fazendo campanha cotidianamente para que as pessoas saiam de lá.
O Disapora não convive com as pessoas, não entrega seus dados para a rede, não envia fotos dos seus entes queridos, nem saldo bancário, nem desejos de compras.
Antes de poder se comparar com o Diaspora, a pessoa tem que olhar para o próprio umbigo e perceber que seu próprio grau de coerência é tão pequeno que não lhe cabe a crítica.

Mas é claro que seria muito mais simples não ter conta lá.
Inclusive acontece raciocínio simplista com o FISL, Debian e muitas outras iniciativas pro Software Livre que estão por lá. Confunde as pessoas.


> 
> > Resumindo: contribuição/desenvolvimento não é nem um pouco mais ou
> > menos importante do que o ativismo social GNU. São dois alicerces
> > fundamentais, e um sem o outro não transforma o "status quo".
> 
> Bom, o objetivo do último parágrafo era pra ser irônico e ter um tom
> divertido, mas já que ele foi tão levado a sério, vamos lá.  :-)

Como comediante você é um ótimo professor :-)

> Em momento algum eu questionei ativismo social e nem falei que
> contribuir/desenvolver fosse mais ou menos importante. Minha fala exata
> foi:
> 
> "Isso [colaborar/desenvolver], aliás, costuma ser bem mais produtivo do
> que ficar discutindo prós e contras de mídias sociais."

Pois disse sim :-)

"colaborar costuma ser bem mais produtivo" = Contribuir
"do que ficar discutindo prós e contras de mídias sociais" = Ativismo

Acho que a interpretação é clara! Você está colocando a contribuição acima do ativismo.

> Ou seja, estou comparando com a discussão sobre mídias sociais e não
> ativismo como um todo.

E quando não deixa isso muitíssimo claro induz ao erro de interpretação que a OSI adora.

> Isso porque, e aí está a ironia que eu coloquei,
> pra mim, ficar discutindo se quem usa Facebook é alienado ou não, se o
> Facebook é ruim ou não, etc... não leva a lugar nenhum e não acrescenta
> nada ao movimento de software livre. Contribuir com algum software
> surtiria mais efeito que isso (daí a palavra "produtivo").

Então não é ironia. É sua opinião pessoal.
Esse tipo de ativismo não leva a nada, é melhor fazer outra coisa.

Então aqui vai a minha opinião: melhor fazer as duas coisas :-)
E "menos pior" contribuir com algum projeto sem usar o Facebook.


> 
> E, mais uma vez, eu defendo que se quisermos realmente apresentar pras
> pessoas o que é o software livre temos que mostrar o que temos de bom,
> tanto tecnicamente quanto socialmente. Temos que ter mais atenção com
> essas pessoas. Pensarmos mecanismos de transição e amparo nessa
> transição. E, principalmente, termos paciência, porque a mudança não
> é da noite pro dia. Senão, a gente vai continuar sendo ignorado pelas
> pessoas, que sempre vão olhar pra gente como "aquele pessoal chato do
> software livre que não gosta de nada". E isso, pra mim, não contribui
> em NADA com a disseminação do software livre. Ao contrário, criar esse
> tipo de estigma só nos prejudica.

Concordo plenamente.
Mas aqui, nesta lista não estamos falando para "as pessoas" comuns. Estamos travando um embate duríssimo com a ala mais velhaca, retrograda, acomodada e vendida do Movimento Software Livre.
Aqui não estamos tentando fazer usuários "inocentes e desavisados" deixarem de usar o Facebook. Estamos lidando com experientes usuários e ativistas do Software Livre que se recusam, com todas suas forças, a falar abertamente o quanto é nocivo seu uso.

Aqui estamos derrubando muralhas e não cuidando do retoque.

Quando, juntos, como movimento formos traçar as estratégias para atingir a maior quantidade possível de pessoas, ai sim, seus argumentos serão perfeitos.

> 
> Mas essa é uma posição minha. Eu sou professor e vejo constantemente em
> minha prática o quão é difícil mudar o jeito de pensar das pessoas. Mas
> isso é da natureza humana e o meu papel e trabalhar nessa mudança e não
> ficar cobrando resultados. Porque a única coisa que conseguimos fazer é
> apontar o caminho da melhor forma possível. Se a pessoa vai segui-lo ou
> não, nós não temos nenhum controle (a não ser que exista abuso de
> força).

Claro que há controle sem o uso da força, chama-se marketing, propaganda e venda.
E temos que fazer isso também. Mas primeiro temos que saber o que vender. Por agora são temos nada para vender. Na verdade estamos mais para vendidos.


> 
> Um abraço e até mais.

Outro!

> 
> 
> Fred
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