[PSL-Brasil] Nem toda rede é mídia social Re: Tipos de Redes Sociais

[Frederico Goncalves Guimaraes]

Olá Anahuac e demais,

Bom, isso aqui já está virando um debate de falas e não de ideias. E
esse tipo de coisa só funciona bem ao vivo. Então paro por aqui. :-)
Mas tiveram umas confusões em relação à minha fala que gostaria de
esclarecer.

Consta no registro AE09503 do Livro da Grande Teia que
anahuac em anahuac.eu, em 09/07/14 escreveu o seguinte:

> Veja, nosso foco aqui nestas últimas threads são sobre ativistas do
> movimento software livre usando Facebook. Não se trata de uma
> campanha pública, porque infelizmente não conseguimos nos unir em
> torno de um objetivo em comum. Não conseguimos nem concordar que o
> uso das redes sociais devassas é ruim e deve ser evitado por todos. 

Ok. Então falha minha. Estava pensando o tempo todo em "todo mundo" e
não somente nos ativistas. Isso mudaria algumas das minhas
argumentações.

> Primeiro o que o Facebook faz não é "bobagem". É criminoso. Mas cada
> um associa o mal de acordo com o alcance que acha que a ação tem.
> Taxar o face de "bobo" é quase infantilizar seus malefícios. Uma pena
> que você veja a situação de forma tão inocente.

Problema de comunicação. De onde eu venho, aqui em Minas, dizer que
alguém "fez bobagem" não tem um caráter tão leve assim. Nós levamos
essa palavra a sério.  :-)  Então, as "bobagens" do Facebook são coisa
séria pra mim. (tá vendo porque eu disse que isso funciona melhor ao
vivo?)

> É como dizer que quando "batemos" no uso de sistemas operacionais
> proprietários e citamos nominalmente a Microsoft estamos
> marginalizando os usuários de Windows. Falacioso.

É por isso que eu evito me referir exclusivamente à Microsoft quando
falo de software proprietário. Aliás tenho batido mais na Apple do que
na MS ultimamente.

> E não se esqueça esta é uma lista de ativistas de software livre. Nós
> deveríamos ter muito claro o quanto usar qualquer mídia social
> devassa é ruim, ponto.

E isso deveria se aplicar a todas as mídias sociais devassas. Ponto.

> Não aceito seu conformismo. E vou lutar contra ele tanto quanto pelo
> seu direito se sê-lo. Se o sujeito quiser continuar é um direito
> dele, tanto quanto eu tenho o meu de continuar criticando a
> ferramenta, a política, o time de futebol e especialmente a decisão
> consciente de um militante de se entregar.

Eu não sou conformista. Eu não "deixo as coisas pra lá" e nem fico
quieto quando vejo algo que não concordo. Eu batalho diariamente
(literalmente) pra tentar divulgar ao máximo os ideais do software
livre no meu entorno (especialmente no meu trabalho). A diferença é que
eu respeito as decisões das pessoas (o que não me impede de fazer o meu
trabalho de mostrar que as coisas podem ser diferentes). Se você quer
chamar isso de conformismo, tudo bem. Pra mim não é.

> > A coerência que eu acho interessante termos é a mínima, ou seja, de
> > se fazer exatamente aquilo que se prega.
> 
> Então sua exigência não tem nada de mínima. Ela é absoluta.

Você tem razão. Eu escrevi errado e ficou ruim mesmo. Não cabe o
"exatamente" aqui. Era pra ter sido "ao máximo"

> Fato. Mas me permito ter meu percentual de incoerência. Não vejo no
> Twitter os mesmos malefícios que no Facebook. Mas é claro que ando
> buscando alternativas.

Todos temos incoerências. Daí minhas ressalvas em relação a criticar
duramente quem usa o Facebook (o que não nos isenta de criticar O
Facebook).

> Exatamente: eu não suo MacOS, nem NetFlix, nem SmartTV, nem Flash,
> nem Chrome, nem Skype, nem Windows, nem instagram, nem... a lista é
> bem grande. Mas o que você quer é que além de tudo isso, eu não use
> também o twitter. O problema é com minha conta no Twitter?

Não. Você levou isso pro lado pessoal. E eu achei ter deixado claro na
minha fala anterior que meu problema não é com ninguém nem com nenhuma
rede em particular. O Twitter foi UM exemplo e os "você" que eu uso nos
meus textos são um estilo de escrita.

> Lembra do "coerenciômetro"? Você parece estar no cara que é 20%
> coerente, se queixando de quem é 80%. Perceba que seu pedido de
> coerência não é mínimo. Ele é absoluto. Hoje porque eu tenho uma
> conta no Twitter, amanhã porque meu relógio é Casio. Enquanto isso os
> não coerentes podem usar todos os recursos para me manter isolado na
> posição de radical?

Como disse acima, minha fala sobre fazer o que se prega não ficou boa.
Mas não acho que isso seja justificativa pra uma ataque pessoal como
esse. O pouco que você me conhece deveria ser suficiente pra me colocar
bem acima do "20%" coerente (se é que podemos colocar a coerência em
valores numéricos).

De novo, o que defendi com mais veemência é a forma como lidamos com as
pessoas que tomam atitudes diferentes daquela que esperamos. Era dessa
coerência que eu estava dizendo.

> Pois disse sim :-)
> 
> "colaborar costuma ser bem mais produtivo" = Contribuir
> "do que ficar discutindo prós e contras de mídias sociais" = Ativismo
> 
> Acho que a interpretação é clara! Você está colocando a contribuição
> acima do ativismo.

Não. Essa é a SUA interpretação. E interpretações não são absolutas. Pra
mim, e eu expliquei isso na outra fala, ativismo é muito mais do que
isso. Inclusive, e esse é um conceito pessoal, eu acredito estar fazendo
ativismo quando quando levo a ideia do software livre pra quem ainda
não a conhece, ou conhece pouco.

> Então não é ironia. É sua opinião pessoal.

E existe alguma ironia que não seja criada a partir de uma opinião
pessoal? 

Bom, acho que é isso. Evitei outros trechos que também discordo, mas,
como eu disse, o objetivo dessa mensagem era esclarecer itens que não
ficaram claros e não continuar a discussão.

Um abraço e até mais.


Fred
-- 
Linux User #228171
Sítio pessoal: http://teia.bio.br
Perfil ~friendica: http://social.teia.bio.br/profile/aracnus
Software Livre Educacional: http://sleducacional.org

"Liberdade, essa palavra que o sonho humano alimenta, que não há
ninguém que explique e ninguém que não entenda." (Cecília Meireles)