[PSL-Brasil] Linux e a Grande Abóbora ("energia livre")

China china.listas em gmail.com
Quarta Maio 14 10:09:01 BRT 2014


Eu não fui ao FISL este ano e não vi nada do que está sendo discutido,
mas não pude deixar de associar os relatos que tenho lido com os posts
do Anahuac sobre a "perda de foco" da "comunidade" e uma apresentação
que vi no Latinoware de 2012. Em 2012 teve uma apresentação de
acessibilidade digital para Surdos que, na verdade, era a apresentação
de um produto 120% proprietário e com um modelo de negócio
obscurantista. É até legal o produto, mas que é proprietário e
obscurantista é, e muito!

Neste sentido o colega Hudson Lacerda tem razão em "sugerir" mais
cuidado para que eventos de SL não sejam usados como trampolim para
tecnologias proprietárias e modelos de negócio obscurantistas se
aproveitem.

Apenas meus 2 tostões na discussão.

Em 14 de maio de 2014 00:45, Joao S. O. Bueno <gwidion em mpc.com.br> escreveu:
> Eu estive nos três eventos da grade sobre "energia livre".
>
> Então - a coisa é apresentada com exemplos e discussões.
> Por exemplo, um dos slides mencionava 50 tecnologias distintas para
> obtenção de energia -
> emumacoluna, 25 formas de energia "limpa" mas por métodos ditos
> "convencionais" (eólica, geotérmica,
> aproveitamento da maré, etc...), na outra
> 25 métodos "não convencionais"  - alguns dos quais - talvez entre 7 e
> 10, pudessem estar no
> rótulo de "grande abóbora" que você coloca.
>
> Agora, veja, uma coisa é chamar tudo de "grande abóbora" sentados na
> cadeira, e recapitulando
> as aulas de física. Uma outra é ser convidado  a ver um dispositivo
> funcionando, e ser convidado a explicar por que
> é que ele não deveria estar funcionando -  de fato, principalmente
> tendo em vista as 25 categorias de tecnologias convencionais que
> poderiam estar tendo uma participação maior na matriz energértica,e
> não estão, o convite para pensar  e entender o por que de ainda
> estarmos presos à petróleo, fissão núclear, hidro-elétricas (que são
> limpas, desde que você não conte a destruição ambiental necessária
> para sua construção) com tudo isso acontecendo, e considerar: se essas
> 25 daqui são tão "maltratadas" assim, por que algumas da outra coluna
> (não convencional) não podem estar sendo simplesmente negligenciadas
> pelos meios de divulgação?
>
> Assim sendo, é um debate político, cuja perspectiva foi sim modificada
> pela modificação no panorama cultural inicialmente propiciada pela
> cultura de Software Livre, e sua descendente mais direta - a Internet,
> bem como as outras tendências que o S.L. pos em movimento: a maior
> participação na ciência, artes e cultura refletida no "Creative
> commons", movimento maker, "jornalismo ninja",  e tantas outras áreas
> em que hoje, diferente do cenário que existia há 15 anos, ou mesmo 10,
> muitas coisas diferentes acontecem por que se pode ter acesso a
> informação e as pessoas diretamente, sem precisar passar por um
> intermediador, como uma rede de TV, um jornal, uma Universidade ou uma
> empresa automobilística. Note que esses outros movimentos todos estão
> sim presentes no FISL, em maior ou menor grau. (Em particular, não vi
> nada específico sobre "jornalismo ninja" no fisl 15, mas suponho que
> deve ter havido alguma discussão/debate também).
>
> Antes de encerrar: perceba que eu disse 50 categorias de tecnologias,
> não 50 _implementações_ de 5 ou 6 categorias -  e o número redondo
> claramente indica que são 25 de cada grupo selecionados, havendo ainda
> outras categorias sob investigação.
>
> E por fim, alardes estapafurdios - que tambem apareceram nessas
> apresentações, são simplesmente isso: estapafúrdios, mas que devem
> estar presentes na diversidade, mas nas mesmas palestras, outros
> anúncios e demonstrações, bastante difíceis de se contradizer estando
> sentado na cadeira (isso é, sem por a mão na massa para provar "onde é
> que está o erro disso", ou "será que isso acontece mesmo no país XX?"
> (ou você acha que é todo mundo que acredita, mundo afora, que temos
> Etanol a partir da cana de açucar disponível em quase todos os postos
> de combustível do Brasil?))
>
> Então, sim, considero um debate mais do que válido. Ainda mais, tendo
> em vista que alguns resultados práticos são apresentados (com
> aparelhos presentes tanto em 2013 quanto em 2014), mesmo nos campos
> que seriam considerados, pelo senso comum, mais estapafúrdios. É fácil
> replicar o que nos foi dito na educação normal e dizer "isso é
> impossível, portanto voce é um charlatão, (portanto é errado ter
> espaço no FISL)" mais difícil é pegar o equipamento funcionando,
> efetuar medidas, e dizer de onde é que ele está retirando energia de
> forma convencional, e que foi apenas um engano do construtor que algo
> de novo ou diferente estava acontecendo ali.
>
>    js
>   -><-
>
>
> 2014-05-13 21:50 GMT-03:00 Hudson Flavio Meneses Lacerda
> <hfmlacerda em yahoo.com.br>:
>> Olá, pessoal.
>>
>> Eu acompanhei, à distância, as notícias sobre o FISL 15, vendo se
>> destacar a polêmica sobre se o movimento do software livre brasileiro
>> acabou ou não, se "radicais livres" são prejudiciais, sobre a defesa ou
>> adoção de software proprietário e de produtos e serviços bisbilhoteiros
>> e/ou restritivos como Facebook e iPhone, ou a questão de se o FISL não
>> deu exagerado espaço a eventos de interesse corporativo não alinhado com
>> os ideais do software livre, etc.  Esses são temas que podem ser (ou
>> não) considerados em reflexões para edições futuras do FISL ou para
>> outros eventos de software livre.
>>
>> Mas me chamou a atenção a ocorrência de palestras no FISL sobre um tema
>> bastante questionável, e, mais estranho ainda, chamou a minha atenção a
>> ausência de questionamentos sobre a inclusão desses eventos, ou mesmo
>> sobre seu conteúdo.
>>
>> Refiro-me a painéis sobre "energia livre", com anúncios de invenções
>> supostamente "revolucionárias", cujos entusiastas se beneficiaram com a
>> visibilidade internacional do FISL.  Além de não ter relação com
>> software livre, muito do que foi apresentado não parece ter respaldo
>> factual (essas "invenções revolucionárias" não deveriam ser
>> metodicamente analisadas em eventos científicos?).
>>
>> Não sei como funciona a seleção de eventos do FISL, mas deveria haver
>> algum cuidado para que o FISL não seja usado como trampolim para
>> promoção de pseudociência, por mais bem intencionados que possam ser os
>> realizadores.
>>
>> Motivado por essa questão, traduzi um texto de Mark Dansie sobre as
>> perspectivas das tecnologias de "energia livre".  Mark Dansie participa
>> de um grupo (GBEM) interessado em pesquisas sobre dispositivos para
>> independência energética que não agridam o meio-ambiente.  Esse grupo se
>> interessa por essas supostas "energias livres".  Mark Dansie me relatou
>> (por e-mail) ter interesse em "descobrir a verdade e por quaisquer
>> tecnologias reais, se existirem", atuando no grupo "para prover uma
>> visão equilibada ou científica".  Eu diria que ele tem a *mente livre*,
>> mas não a "cabeça aberta" ao ponto de deixar o cérebro cair.
>>
>> No texto que traduzi, ele cita um desenho do Charles Schultz, o que me
>> sugeriu nomear essa questão sobre o FISL com o nome "Linux e a Grande
>> Abóbora"...
>>
>> Aqui está a tradução:
>>
>> Energia livre: esperando pela Grande Abóbora
>> https://diaspora.juntadados.org/posts/388789
>>
>> O texto original:
>>
>> Free Energy: Waiting for the Giant Pumpkin
>> http://revolution-green.com/free-energy-waiting-giant-pumpkin/
>>
>>
>> E aqui dois textos que denunciam um golpe típico, em que um suposto
>> "gerador de energia livre" (e ainda, no caso, dito "open source"!!!) é
>> usado para tomar dinheiro de pessoas incautas:
>>
>> Open Sourced QEG generator: Show Me The Data!
>> http://revolution-green.com/open-sourced-qeg-generator-show-data/
>> (Nota: a formatação das citações está bem confusa.)
>>
>> QEG and the Hopegirl Saga Update
>> http://revolution-green.com/qeg-hopegirl-scam-update/
>>
>> Abraços,
>> Hudson Lacerda
>>
>>
>> P.S.:
>>
>> Pode ser divertido conhecer uma coleção de invenções impraticáveis:
>> http://www.ceticismoaberto.com/ciencia/2470/motos-perpetuos-o-museu-dos-dispositivos-impraticaveis
>>
>> ...mas pode ser preocupante pensar em quanto dinheiro se "investe" em
>> projetos como este (quem será que paga?):
>> http://www.rarenergia.com.br/
>> (Achei bastante curioso o texto científico apresentado no final da
>> página, com gatinho atropelado e tudo mais...)
>>
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