[PSL-Brasil] GNUs para Reinaldo Bispo

Bruno F. Souza bruno em javaman.com.br
Terça Maio 27 11:41:22 BRT 2014


On 27/05/2014, at 00:00, anahuac em anahuac.eu wrote:

> 
> Me parece que suas respostas são moldadas não para construir algo novo mas para reforçar/justificar velhos erros.
> Quando argumento de forma mais ortodoxa, você pragmatiza e fica tolerante. Quando eu pragmatizo você ortodoxa.

Acho que isso chama-se conversar... Nao acredito que estamos aqui tentando convencer um ao outro, porque nossas posicoes sao diferentes, e eu nao tenho nenhuma pretencao em transforma-lo em ativista open source e tenho certeza que voce nao acredita que vai me transformar em ativista free software. Mas isso nao quer dizer que nao possamos encontrar pontos em comum em que possamos trabalhar juntos, ate porque (talvez voce nao, mas pelo menos eu) acredito que o Movimento Software Livre Brasileiro sempre trabalhou encontrando esses pontos comuns. 

> 
> O mais incômodo é uso das definições estritas da FSF e da OSI. Convenhamos que isso não vai funcionar.

Bem... Eh dificil a gente nao se basear no que as entidades falam... Voce faz questao de citar a OSI como o grande "vilao" do que voce considera a "morte" do movimento software livre, e foi isso que comecou essa conversa. Se voce cita nominalmente a OSI, ataca a sua posicao, mas discorda que a opiniao formal da entidade seja colocada, entao, nao sei exatamente a melhor maneira de tratar...

Eu acredio que o movimento eh amplo, e possuem varias opinioes, e eh trabalho de todos nos discutirmos essas opinioes e divergencias. Eu nao acredito em desqualificar o movimento inteiro e considera-lo "morrendo", quando na verdade, as discussoes hoje sao muito mais aprofundadas, com muito mais substancia. Estamos em um mundo tecnologico mais complexo, onde os problemas sao mais amplos, e em muitas questoes nao ha nem consenso dentro do movimento mundial! 

A propria FSF diz:

	Non-SaaSS services can mistreat their users in other ways. Issues 
	about a service can include whether it misuses the data you send it, 
	and whether it collects other data (surveillance). The Franklin Street 
	Statement made a stab at addressing these issues, but 
	**we don't have a firm position on them as yet.** 
	What's clear is that the issues about a service are different from the issues 
	about a program. Thus, for clarity's sake, it is 
	**better not to apply the terms “free” and “nonfree” to a service.**
	http://www.gnu.org/philosophy/network-services-arent-free-or-nonfree.html
	(enfases minhas)

Por exemplo:

> Ninguém nesta lista é tão ingênuo a ponto de cair noa argumento de que usar redes sociais devassas é aceitável porque não se trata de Software Proprietário, estrito senso.
> O Stallman tem dezenas de entrevistas e textos deixando claro que o maior perigo, atualmente, a liberdade é o Facebook.

Esse eh um bom exemplo onde a discussao ultrapassa a discussao de software livre. O problema do Facebook nao eh um ataque aa "liberdade" no sentido do software livre, mas sim, questoes de privacidade, vigilantismo, seguranca, e o Stallman deixo isso claro. Acho que precisamos respeitar que, quando saimos da definicao "estrito senso", vamos ter opinioes divergentes, ja que estamos abrangindo mais coisas, muitas as quais ainda estao sendo discutidas.

Eu por exemplo nem me interesso em defender Facebook ou outras redes sociais. So as utilizo para o que eh estritamente publico. Portanto, nao tenho nenhuma questao em relacao aa minha liberdade ou privacidade. Nao obrigo ninguem a participar de Facebooks ou Twitters para falar comigo, minha principal forma de contato eh email (que utilizo o meu pessoal, no meu proprio dominio) mas estou disponivel em varias das redes e chats (ate porque, a comunidade Java eh ainda mais diversificada). Quando fazemos atividades relacionadas aas entidades (OSI em especial, mas o SouJava tbem), usamos sempre software livre, o que nao obriga ninguem a abrir mao de sua liberdade para participar. Pior, nem acho que "so software livre" eh suficiente: acredito profundamente no uso de padroes implementados com software livre, como forma de realmente garantir a sua liberdade.

> 
> O que vou afirmar em seguida é uma opinião pessoal e não deve ser entendida como um ataque pessoal a você Bruno: A OSI é uma organização criada para diluir os aspectos éticos e filosóficos defendidos pela FSF, com o objetivo de permitir a apropriação, pelos poderosos, da metodologia de desenvolvimento colaborativo de Software. A metodologia é a de sempre: misturar, confundir, fazer marketing, usar as entrelinhas legais e apelar para o espirito de manada da maioria.
> Como tenho discorrido em meus artigos, a OSI tem tido muito sucesso.

Como eu disse acima: voce faz um ataque direto aa OSI, fazendo afirmacoes que nao sao verdade. Voce pode ser contrario aa tatica da OSI e eu nao tenho problemas com isso, mas apelar para frases de efeito e sem base so dificulta a conversa. Em nenhum momento a OSI faz ou se propoe a fazer **nada** do que voce cita ai em cima. E, de lambuja, voce aproveita e faz um ataque ofensivo a (como voce coloca) "maioria" da comunidade software livre brasileira. Eu nao vejo vantagens nessa sua "metodologia". 

Ao contrario do que voce esta fazendo, a FSF eh consistente, sempre focada na liberdade, se baseia em definicoes. Eh importante para a comunidade de software livre se aprofundar e saber discutir em cima de bases reais e embasadas, ao inves de se deixar levar por preconceitos e desconhecimento. A tatica do FUD, que voce utiliza acima ao falar da OSI, eh tatica normalmente utilizada pelas Microsofts da vida, eu sempre acreditei que nosso movimento se baseia em posicoes concretas e claras.

> 
> Se já estabelecemos a discrepância e esta nos fez chegar a uma concordância, que tal focarmos nela?
> 
> Concordamos que a balança pendeu demais para o pragmatismo?
> 
> Então temos que fazer algo para reverter. Vou sugerir:

Dificil discutir sugestoes que partem do pressuposto que so existe uma forma de ver o mundo. Voce quer ver "repudios" e "posicionamentos contrarios" e ataques a "devassos". Essas "sugestoes" misturam muito mais do que uma posicao sobre software livre, e portanto, vao alem dos objetivos de varias dessas entidades.

Quando eu comecei minha carreira na informatica, um amigo, que foi depois peca fundamental no fortalecimento do software livre no Brasil, me disse: nao foque sua carreira em atacar os outros, mas sim, em falar bem do que voce acredita. Se voce realmente que reverter alguma coisa, vamos propor uma serie de discussoes positivas, em prol do software livre. Reforcar a importancia da liberdade. Reforcar o uso, o desenvolvimento, a importancia para o governo. Reforcar a importancia da privacidade para os usuarios e para a soberania nacional. Promover os software que defendam esses pontos, educar sobre os riscos. Uma agenda positiva eh muito mais benefica ao movimento.

[]s,
Bruno.
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Bruno Peres Ferreira de Souza                         Brazil's JavaMan
http://www.javaman.com.br                      bruno at javaman.com.br
        if I fail, if I succeed, at least I live as I believe





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