[PSL-Brasil] Reflexão sobre o uso de ferramentas livres e não livres na nuvem

Filipe Saraiva mail em filipesaraiva.info
Domingo Dezembro 6 14:42:00 BRST 2015


Em 05-12-2015 11:47, Adonay Felipe Nogueira escreveu:
> Este assunto é realmente complexo. Eu congratulo todos aqueles que se
> dispoem a discutir sobre este.
>
> Quanto ao Telegram, APENAS seu cliente é software livre[1]. Ademais, EU
> entendo por qual motivo secundário consideram o Telegram como não livre:
> assim como eu, vocês devem estar proecupados com a centralização da
> Internet e, diferente de mim, desejam hospedar seu PRÓPRIO servidor de
> Telegram. Mas é necessário entender que ele é ATUALMENTE software
> livre[1], e não se pode dizer ao contrário A NÃO SER QUE se encontre
> alguma dependência em software não livre, tanto em tempo de COMPILAÇÃO,
> quanto em tempo de EXECUÇÃO (exceto nos casos em que o próprio projeto é
> um esforço de engenharia reversa de tal dependência não livre, ou caso
> objetive substituir a dependência não livre, ou parte dela onde, neste e
> em vários outros casos CONFORME A REFERÊNCIA [2], é aceitável usar,
> recomendar ou redistribuir o software não livre JUNTO COM o software
> livre que objetiva substituir ele ou parte dele, APENAS para fins de
> TESTE/FEEDBACK e DESENVOLVIMENTO do software LIVRE, como foi o caso do
> projeto GNU em seus primeiros estágios de desenvolvimento[2]), ou caso a
> documentação OFICIAL recomende ou ensine um software não livre
> (observadas todas as exceções anteriores, e EXCLUINDO tópicos públicos
> de fórums e chats, mas INCLUINDO wikis, e TALVEZ incluindo tópicos
> especiais/fixos de fórums), caso se encontre código ofuscado, ou algum
> código escrito em JavaScript minificado (com variáveis de nomes
> impossíveis de serem facilmente descritas e com uma estrutura muito
> minimalista, geralmente sinalizado por uma série de comandos que poderia
> ser perfeitamente separados por quebras de linha mas que, ao invés
> disso, foram separados por caracteres terminiativos, como o ";"/ponto e
> vírgula na linguagem dos scripts escritos para GNU Bash e para os demais
> shells que aceita este caractere como terminativo), excetuando os
> scripts ofuscados ou minificadso escritos em JavaScript que possuam toda
> a notação computacional necessária para serem corretamente reconhecidos
> como software livre pelo GNU LibreJS[3][4][5].
>
> Nota (parágrafo único): Todos nós sabemos, inclusive EU, que o movimento
> filosófico do software livre muda constantemente, similar, logicamente,
> aos programas de computador e suas diferentes versões. Assim, o que era
> livre antes, pode se tornar não livre depois, E VICE-VERSA. Então,
> ENTENDEREI o motivo da afirmativa de que "o Telegram é software não
> livre" caso você tenha se referido a uma pesquisa que fizesste no Free
> Software Directory a MUITO tempo atrás. Por via das dúvidas, sempre que
> você alegar que algum software é livre ou não, aponte para alguma prova,
> principalmente se ela vier do Free Software Directory ou dos
> repositórios das versões ATUALMENTE ESTÁVEIS das distribuições livres.
> Lembre-se que o Free Software Directory é construido por COLABORADORES e
> poucos deles têm completo conhecimento da filosofia do software livre
> (eu tenho conhecimento incompleto, mas não tenho tempo para me dedicar
> somente ao diretório). Então, PODE SER que o Telegram seja
> desconsiderado como software livre futuramente, fique de olho na entrada
> sobre o mesmo no Free Software Directory[1]. (Fim da nota).
>
> Além disso, se vocês estão preocupados com o fato do programa-servidor
> do Telegram não ser software livre (SE, E APENAS SE, é que este
> programa-servidor PODE AO MENOS ser baixado, pois desconheço a
> resposta), impedindo vocês de hospedarem seu próprio servidor de
> Telegram por se preocuparem com as liberdades tiradas de vocês pelo
> desenvolvedor do software ao HOSPEDAREM o servidor, eu concordarei
> plenamente em dizer que O SERVIDOR do Telegram não é software livre.
>
> Contudo, SE o programa-servidor do Telegram NÃO ESTÁ disponível ao
> público, nem mesmo para compra, mesmo que somente em forma executável,
> então a SITUAÇÃO MUDA, e MUITO. Neste caso, quem estaria usando software
> não livre seriam os próprios hospedeiros OFICIAIS do servidor do
> Telegram. Isso é similar ao caso do Twitter, Facebook e etc.,
> principalmente pelo fato de que, APESAR de não se poder julgar serviços
> na Internet como livres ou não livres, eles podem trazer outros
> problemas[6] (quebra de privacidade[6], uso de software não livre
> escrito em JavaScript que é interpretado/usado/executado no computador
> do cliente[6] e, por último, MAS NÃO MENOS importante, podem acarretar
> em problemas de centralização das comunicações da sociedade[6]).
>
> Quando se considera o CLIENTE do Telegram como software não livre, tanto
> pela indisponibilidade do código fonte e licenciamento incorreto do
> código fonte no caso do PROGRAMA-SERVIDOR, quanto pela completa
> indisponibilidade do PROGRAMA-SERVIDOR, corre-se o risco de chegar a
> conclusões extremas como: "Jitsi não é software livre pois consegue
> comunicar-se com o protocolo de mensagens instantâneas do Facebook e
> assim, não devo recomendá-lo, ou deve-se remover tal função
> específica"[7], o que pode tornar ainda mais difícil os esforços em prol
> de uma sociedade digital livre, VISTO QUE as pessoas têm níveis
> DIFERENTES de dependência em software não livre, ou em serviços
> centralizados. Este caso seria similar ao do Debian que, pelo menos na
> versão de codinome Squeeze, NEGAVA a existência de um software LIVRE que
> pelo menos DECODIFICAVA/REPRODUZIA arquivos no formato MP3 (e seus
> possíveis codecs/codificadores de áudio), mas recentemente eu soube de
> um esforço conjunto entre a Free Software Foundation e o projeto Debian
> em terminar os desacordos entre os dois[8], tanto é que o GNU+Linux
> Debian é considerado como livre pela Free Software Foundation[8], mesmo
> que não oficialmente por esta[9], bastando para isto que o apoiador ou
> ativista recomende ou faça a remoção das entradas referêntes aos
> repositórios "contrib" E "nonfree"/"non-free" (não me recordo como se
> escreve) na cópiao do sistema operacional atualmente em uso, justamente
> pelo fato da documentação oficial do projeto recomendar estes
> repositórios. Alguns usuários no fórum do projeto Trisquel ainda
> contribuiram com uma distinção muito interessante, que se levada a
> sério, pode significar uma possível aprovação do GNU+Linux Debian como
> sistema operacional livre[10] (PORÉM, eu não sei se o projeto Debian já
> está sabendo desta sugestão).
>
> Como eu já enfatizei diversas vezes neste texto, eu concordo que o
> cenário de descentralização das comunicações da sociedade na Internet
> NÃO É ideal (e Richard Stallman também PARECE concordar com isso ao
> escrever Network Services Aren't Free or Nonfree; They Raise Other
> Issues[6]). Por este motivo, EU não uso o Telegram, mas isso não quer
> dizer que não devo recomendar o Jitsi (no exemplo anterior) para quem
> deseja se comunicar instantâneamente no Facebook, SEGUIDO DE UMA OUTRA
> RECOMENDAÇÃO explicando o problema ESTRUTURAL do Facebook.
>
> Aliás, ao menos hoje (2015-12-05), NÃO encontrei registro aprovando o
> Actor como software livre nem no Free Software Directory[11], nem no
> repositório do F-Droid[12].
>
> IMPORTANTE: Este comentário também foi publicado como resposta no devido
> artigo publicado no portal Software Livre Brasil[13].

Sei que NÃO SOU administrador da lista, e por favor não me leve como
GROSSEIRO neste e-mail, mas EVITE escrever ASSIM, acho muito CANSATIVO
de ler (parece que você vai lendo em um tom normal e DE REPENTE existe
uma ELEVAÇÃO DE TOM, quase UM GRITO, com essas palavras em CAIXA ALTA
pelo MEIO.

Obrigado e SAUDAÇÕES;

-- 
Filipe Saraiva
http://filipesaraiva.info/



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