[PSL-Brasil] Investir em empresa de software livre

Ramon Venson rvenson em riseup.net
Segunda Outubro 26 13:42:00 BRST 2015


Nenhuma empresa vai ser cem por cento comprometida com o movimento do 
software livre pelo simples fato que são empresas. O lucro vai vir 
sempre acima de qualquer custo. O problema é saber se investir no "menos 
pior" é melhor que não investir.

A propósito, já tentou conseguir um email riseup (https://riseup.net)? 
Foi o que eu fiz quando estava tentando me libertar do gmail. Hoje, já 
consegui criar um servidor com owncloud e email privado.

On 26-10-2015 12:43, Jorge wrote:
> 2015-10-25 20:06 GMT-02:00 Tiago Rocha <tiago.rocha em openmailbox.org>:
>> A Redhat é uma empresa de SL?
>> O que uma empresa precisa para ser considerada uma "empresa de SL"?
> Eu quis dizer uma empresa que contribua muito mais para o software
> livre do que para o software proprietário.  Dois exemplos: a princípio
> eu acho que a Google não se encaixa (apesar de ser muito menos ruim do
> que Microsoft e Apple), pois apesar de ajudar bastante o software
> livre, ela também escreve muito código proprietário, e ainda estimula
> (com o Chrome OS) um modelo de SaaS que tem propagado mais o software
> proprietário do que o software livre.  Mas a Red Hat se encaixa.
>
> Eu não sei se a Red Hat é 100% aprovada pela FSF, mas certamente é uma
> empresa que contribui muito para o software livre.  O fato de ela
> restringir a cópia do RHEL usando marca registrada e contratos (isso é
> permitido pela GPL) não invalida o grande bem que ela faz.  Pois o
> código gerado por ela é aproveitado por toda a comunidade, inclusive
> Ubuntu, Debian e também as distribuições aprovadas pela FSF.  E
> inclusive eles absorveram o próprio Centos, e pagam o salário de
> alguns desenvolvedores Centos, para que até o empacotamento específico
> do RHEL seja disponível gratuitamente através do Centos.  Se não
> fossem as contribuições da Red Hat e outras empresas, o software livre
> seria muito menos viável, e muito menos gente conseguiria adotá-lo.
>
> O sacrifício que fazemos pelo software livre tem limites.  Se um
> aplicativo livre dá conta do recado, então eu o escolho, mesmo que ele
> seja mais lento ou um pouco mais difícil de usar.  Mas se não há
> aplicativo livre que dê conta de determinada tarefa, e essa tarefa é
> importante, eu prefiro usar temporariamente um aplicativo proprietário
> do que prejudicar significativamente a minha vida.  Inclusive, se a
> nossa vida for significativamente prejudicada por uma adesão purista
> ao software livre, isso passaria a imagem de que software livre é
> atraso de vida, e o movimento ficaria extremamente reduzido.
>
> Analogia: quem mais ajuda a natureza são as pessoas que promovem e
> adotam soluções realistas, levando em conta a viabilidade e
> sustentabilidade de curto, médio e longo prazo.  Agora aqueles
> eco-chatos que exigem soluções inviáveis, como a agricultura orgânica
> (que extrapola muito o objetivo de racionalizar os herbicidas, pois os
> proíbe completamente, mesmo aqueles que podem ser usados em
> quantidades seguras, e ainda proíbe até o adubo artificial, e por isso
> produz muito menos do que a agricultura normal) fazem é prejudicar o
> movimento.
>
> É preciso um mínimo de preocupação com a viabilidade.  Não defendo o
> pragmatismo completo, pois o software livre tem importantes aspectos
> morais que vão muito além do puro pragmatismo técnico/econômico.  Mas
> é preciso criar um movimento viável.  É improdutivo criar um movimento
> cujo resultado as pessoas não conseguem usar.  Tecnologia tem o
> objetivo de resolver problemas e não criá-los.
>
> A Red Hat provavelmente é a empresa que mais contribui código livre, e
> ela infelizmente tem um faturamento 60 vezes menor que a Microsoft.
> Se nós não apoiarmos nem a Red Hat, por considerá-la impura, fica
> difícil convencer a sociedade que o software livre é viável.
> Desenvolvedor não vive de luz e dinheiro não cresce em árvore.
>
> Eu acabei de mandar email para a Red Hat e para a comunidade Ubuntu
> sobre investimento em reais.
>
> Sobre o Gmail: agora eu estou usando a infertace web do Gmail porque
> no meu trabalho o IMAP externo é bloqueado.  Eu preferia usar o
> Evolution.  Mas o Gmail pelo menos usa protocolos abertos e facilita a
> migração para outros serviços de email, então o Gmail não chega a
> aprisionar à Google tanto quanto o Windows aprisiona à Microsoft.  De
> todo modo, se eu descobrisse um provedor de email de qualidade, viável
> e livre, eu migraria.
>
> @Rodrigo Robles
> /Investir/ para mim seria investir dinheiro de maneira fácil e
> anônima.  Eu não queria avaliar detalhadamente uma empresa para
> decidir virar sócio dela.
>



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