[PSL-Brasil] Investir em empresa de software livre

Thiago thiago.zoroastro em bol.com.br
Terça Outubro 27 12:04:55 BRST 2015


Uma empresa de software livre emprega pessoas para desenvolver os 
programas e o conjunto de softwares do sistema operacional. Várias 
empresas podem manter o ecossistema funcionando bem e garantindo um 
sistema atualizado, seguro e menos bugs.

Se oferece serviços como formatação ou qualquer outro tipo de 
fornecimento de computadores com o S.O. é praticar SaaS (?). Algo do 
Projeto GNU é 'ter controle sobre sua própria computação', que é 
inviável para 'usuários-finais'.

Uma empresa que siga os princípios do movimento se preocuparia 
unicamente com as liberdades do software, implicando na melhoria da 
qualidade do software, surgimento de novas funções e melhoria nas 
funcionalidades dos softwares livres.

Se uma empresa investe na melhoria de softwares livres terá um produto 
mais competitivo no mercado. Mas como competir no mercado se SaaS não é 
uma prática de liberdade do software? E não é, mesmo. Seria se o usuário 
buscasse o software para usá-lo, livre.

Uma empresa precisa de dinheiro para manter seus funcionários. E se 
investe na competitividade de um 'produto', por que não atacar o 
mercado? Ou seria preciso encontrar outra forma de financiar o 
desenvolvimento de software livre. E provavelmente há.

On 27-10-2015 02:52, Alexandre Oliva wrote:
> On Oct 25, 2015, cristiano furtado <cristianofurtadoba em gmail.com> wrote:
>
>> A red hat não é uma empresa de SL. Ela mantém uma distribuição Linux com
>> licença paga não?
> IMHO há vários enganos e um acerto nesse trecho da sua mensagem.
>
>
> Licença ser paga ou não tem nada que ver com Software Livre.  O Livre do
> Software Livre é de Liberdade, não de preço.  Significa ser livre
> inclusive para cobrar o quanto quiser pelo software e pelos serviços
> relacionados, inclusive os de empacotamento e distribuição.
>
> A licença de uso da distro GNU/Linux da Red Hat para empresas, que eu
> saiba, não é paga.  No caso específico da assinatura da distro GNU/Linux
> da Red Hat, paga-se pelo serviço de suporte.  Prova: mesmo após
> encerrado o contrato (de serviços), pode-se continuar executando,
> modificando e distribuindo todo o software, à exceção dos minúsculos
> pacotes de imagens (não software) contendo logotipos e marcas
> registradas, discriminados no contrato.
>
> Apesar do nome, a distribuição da Red Hat é de GNU com Linux.  Como já
> dizia o pai da criança, Linus Torvalds, antes da influência lhe subir à
> cabeça, o Linux é um kernel que sozinho não serve para nada.  Para
> torná-lo útil, precisa do software copyleft do GNU.  Fecha aspas
> (citando de memória, mas vai ver o anúncio do lançamento da primeira
> versão do Linux que tá tudo isso lá)
>
>
> Red Hat não se apresenta como empresa de Software Livre, mas de Open
> Source, que está longe de ser a mesma coisa.  Embora no que diga
> respeito ao software em si a diferença seja minúscula, as motivações, os
> posicionamentos e as decisões importantes são norteados pelos valores do
> Open Source, fundamentalmente diferentes dos valores do Software Livre.
>
> Cito como exemplos importantes (i) a tolerância ao software privativo,
> algo inimaginável para o Movimento Software Livre, mas prática comum no
> Open Source que trata o software privativo como algo inferior ou
> inconveniente; (ii) a progressiva adoção e promoção de modelos de
> serviços como substitutos de software (SaaSS), perfeitamente compatível
> com o desenvolvimento Open Source, mas que resulta em algo ainda pior
> que o software privativo para o usuário.
>
>
> Concordo que Red Hat não seja uma empresa de Software Livre.  Há
> empresas comercialmente sustentáveis que jamais oferecem a seus clientes
> software que os prive das liberdades essenciais relativas ao software,
> mas a Red Hat infelizmente não é uma delas, ainda que os desvios da
> prática compatível com os princípios do Software Livre no que diz
> respeito ao tratamento com clientes da Red Hat sejam relativamente
> raros, até onde sei.
>
> A decisão de jamais abusar dos clientes (oferecendo software em
> condições incompatíveis com as liberdades essenciais) e de jamais ajudar
> terceiros a abusar deles (repassando software dos terceiros acompanhado
> desse mesmo tipo de condições) parece ser algo inviável no mundo das
> corporações enquanto sociedades anônimas.  Todas as entidades comerciais
> que conheço que levam princípios a sério o fazem por decisão de seus
> sócios fundadores, e mantêm distância segura da tentação de abusar dos
> clientes, mesmo quando isso afaste potenciais investidores.
>
>
> Nesse sentido, a ideia de investir em empresas de Software Livre,
> condicionando o investimento à observância dos princípios do movimento,
> parece-me uma ideia muitíssimo interessante.
>
>
> {}s,
>



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